Melastomataceae

Tibouchina papyrus (Pohl) Toledo

LC

EOO:

193.808,945 Km2

AOO:

120,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Guimarães, 2020), com distribuição: no Distrito Federal — no município Brasília —, no estado de Goiás — nos municípios Alto Paraíso de Goiás, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Goiás, Mossâmedes, Pirenópolis e Teresina de Goiás —, no estado do Mato Grosso — no município Araguainha —, e no estado do Tocantins — nos municípios Almas e Porto Nacional.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2021
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Lucas Jordão
Categoria: LC
Justificativa:

A espécie apresenta uma distribuição em diversos municípios do Cerrado, em Campos Rupestres. Com um extenso EOO= 160796km², mais de 10 situações de ameaças e registros em Unidades de Conservação, Tibouchina papyrus foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento. O valor de EOO e o número de situações de ameaças, extrapolam os limiares para incluir a espécie em uma categoria de ameaça. Somado a isto, não existem dados de declínios populacionais para aplicação de outros critérios. Demandando assim, ações de pesquisa (tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Possivelmente extinta? Não
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2011 NT

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Arq. Bot. Estado São Paulo 3: 30, 1952. É reconhecida pela floração abundante com flores alvas, casca do tronco escamado em lâminas finíssimas e suas características peculiares fazem com que apresente potencial de utilização como ornamental. Popularmente conhecida como pau-papel (Telles et al., 2010).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido

Tempo de geração:

Detalhes: range 60 /180
Justificativa:

Segundo as informações fornecidas pelo especialista, o tempo de geração estimado para esta espécie é de 5 – 15 anos (D.N. da Silva com. pess. 2021).

Detalhes: Em estudo para avaliar a estrutura genética em populações naturais de Tibouchina papyrus, Telles et al. (2010), estudaram seis subpopulações do Estado de Goiás de modo a avaliar o atual fluxo gênico, considerando a distribuição disjunta das populações. As análises multivariadas indicam que existe uma relação entre distância genética e espaço geográfico. Os resultados indicam assim que esta estrutura tenha se originado seguindo um modelo de diferenciação estocástica (neutro), ou seja, por um balanço entre fluxo gênico a curtas distâncias e deriva genética nas populações. Os valores de diversidade genética obtidos apoiam a hipótese de que a espécie T. papyrus é uma espécie xenógama facultativa e o fato de não serem encontrados altos níveis de homozigose, indica que devem existir mecanismos relacionados à biologia reprodutiva da espécie, que previnem, de alguma maneira, a ocorrência de elevadas taxas de endogamia, que poderia ter um efeito deletério em médio e longo prazo.
Referências:
  1. Telles, M.P. de C., Silva, S.P. da, Ramos, J.R., Soares, T.N., Melo, D.B., Resende, L.V., Batista, E. cotrim, Vasconcellos, B. de F., 2010. Estrutura genética em populações naturais de Tibouchina papyrus (pau-papel) em áreas de campo rupestre no cerrado. Rev. Bras. Botânica 33, 291–300. https://doi.org/10.1590/S0100-84042010000200010

Ecologia:

Substrato: rupicolous, terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Cerrado
Vegetação: Campo Rupestre
Habitats: 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude Shrubland, 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude Grassland
Detalhes: Árvore, de altura não registrada. Ocorre no Cerrado, em Campo rupestre (Guimarães, 2020).
Referências:
  1. Guimarães, P.J.F., 2020. Tibouchina. Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB30853 (acesso em 19 de julho de 2021)

Reprodução:

Detalhes: Os tratamentos de polinização manual indicaram a espécie como xenógama facultativa com maior formação de frutos por polinização cruzada (45%) do que por autopolinização (12%). Flores emasculadas para agamospermia não formaram frutos. A baixa formação de frutos-controle (30%) pode ser explicada pela escassez de visitantes florais. A protusão da radícula ocorreu entre o 7º e o 8º dias com 55% de germinação. A floração estendeu-se de dezembro a junho, dependendo do ano, e o amadurecimento dos frutos, entre abril e outubro, coincidindo a dispersão das sementes com a queda foliar na estação seca (Montoro e Santos, 2008). Tibouchina papyrus tende a ser dependente de polinização cruzada, via abelhas vibratórias, para gerar frutos, sendo xenógama facultativa com maior formação de frutos por polinização cruzada do que por autopolinização (Montoro e Santos 2008)
Fenologia: flowering (Dec~Jun), fruiting (Fev~Oct)
Síndrome de polinização: melitophily
Síndrome de dispersão: ornitochory
Polinizador: Abelhas das famílias Apidae, Anthophoridae e Megachilidae são os principais visitantes observados nas flores de T. papyrus. Xylocopa sp. foi a espécie mais frequentemente observada em visita às flores de T. papyrus, apresentando-se como um de seus potenciais polinizadores (Montoro e Santos, 2008).
Sistema: self-compatible
Referências:
  1. Montoro, G.R., Santos, M.L., 2008. Fenologia e Biologia Reprodutiva de Tibouchina papyrus (Pohl) Toledo (melastomataceae) no Parque Estadual da Serra dos Pireneus, Goiás. Rev. Biol. Neotrop. 4. https://doi.org/10.5216/rbn.v4i1.4654

Ações de conservação (2):

Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAT Cerrado Tocantins - 12 (TO).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental da Serra Dourada, Área de Proteção Ambiental dos Pireneus, Área de Proteção Ambiental Pouso Alto, Parque Estadual da Serra Dourada, Parque Estadual dos Pirineus e Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
12. Handicrafts, jewellery, decorations, curios, etc. natural whole plant
Apresenta forte potencial ornamental devido ao longo período de floração que a espécie apresenta (Telles et al., 2010).
Referências:
  1. Telles, M.P. de C., Silva, S.P. da, Ramos, J.R., Soares, T.N., Melo, D.B., Resende, L.V., Batista, E. cotrim, Vasconcellos, B. de F., 2010. Estrutura genética em populações naturais de Tibouchina papyrus (pau-papel) em áreas de campo rupestre no cerrado. Rev. Bras. Botânica 33, 291–300. https://doi.org/10.1590/S0100-84042010000200010