Anacardiaceae

Thyrsodium rondonianum J.D.Mitch. & Daly

LC

EOO:

755.366,224 Km2

AOO:

60,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie não é endêmica do Brasil (Silva-Luz et al., 2020). No Brasil, apresenta distribuição: no estado do Amazonas — nos municípios Boca do Acre e Canutama —, no estado do Mato Grosso — nos municípios Marcelândia, Porto dos Gaúchos e Sinop —, no estado do Pará — nos municípios Marabá e Pau d'Árco —, e no estado de Rondônia — nos municípios Campo Novo de Rondônia, Nova Mamoré e Porto Velho.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Eduardo Fernandez
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore com até 20 m de altura (Mitchell e Daly, 1993), não é endêmica do Brasil (Silva-Luz et al., 2020). No Brasil, apresenta distribuição no estado do Amazonas, municípios Boca do Acre e Canutama, no estado do Mato Grosso, municípios Marcelândia, Porto dos Gaúchos e Sinop, no estado do Pará, municípios Marabá e Pau d'Árco, e no estado de Rondônia, municípios Campo Novo de Rondônia, Nova Mamoré e Porto Velho. Ocorre na Amazônia, em Floresta de Terra-Firme (Silva-Luz et al., 2020). Apresenta EOO= 617118km², constante presença em herbários e coletas recentes (2018). A espécie poderia ser considerada Em Perigo de extinção pelo critério B2, entretanto EOO supera muito o limiar para categoria de ameaça, registros em Unidades de Conservação de Proteção Integral e ainda, não possui especificidade de habitat. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua perpetuação na natureza. Assim, foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2018
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Brittonia 45, 118, 1993. É afim de T. spruceanum porque os folíolos são geralmente pubescentes abaxialmente e a fruta é densamente pubescente, mas difere por pelos tufos de pelos nas axilas abaxiais das veias secundárias; o hipanto poculiforme (mais estreito e profundo do que simplesmente cupular) nas flores estaminadas; as pétalas excedem em muito os lóbulos do cálice nas flores estaminadas; a ausência de anteras rudimentares; e a fruta globosa (não amplamente elipsoide a oblonga) (Mitchell e Daly, 1993). Popularmente conhecida como amaparana no Amazonas e breu-de-leite no Mato Grosso (Silva-Luz et al., 2020).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta de Terra-Firme
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore com até 20 m de altura (Mitchell e Daly, 1993). Ocorre na Amazônia, em Floresta de Terra-Firme (Silva-Luz et al., 2020).
Referências:
  1. Mitchell, J.D., Daly, D.C., 1993. A Revision of Thyrsodium (Anacardiaceae). Brittonia 45, 115. https://doi.org/10.2307/2807494
  2. Silva-Luz, C.L., Mitchell, J.D., Pirani, J.R., Pell, S.K., 2020. Anacardiaceae. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB21766 (acesso em 09 de outubro de 2020)

Reprodução:

Fenologia: flowering (Jun~Oct), fruiting (Aug~Oct)

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat past,present,future national very high
Nas últimas quatro décadas, o Brasil tem aumentado a sua produção e a produtividade agrícola de larga escala, com destaque para as commodities, cujas exportações cresceram consideravelmente nas últimas décadas (Gasques et al., 2012, Martorano et al., 2016, Joly et al., 2019). As estimativas realizadas para os próximos dez anos são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 75,0 milhões de hectares em 2017/18 para 85,0 milhões em 2027/28 (MAPA, 2019). A Amazônia brasileira, com 330 milhões de hectares, possuía, em 2014, 4.337.700 ha (1,3%) de sua extensão convertidos em áreas agrícolas (TerraClass, 2020). Outra estimativa realizada em 2018, registrou 5.488.480 ha (1,6%) (MapBiomas, 2020) da Amazônia brasileira convertidos em áreas agrícolas. Em 2019, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas na região Norte foi estimada em ca. 9.807.396 kg (IBGE, 2020). Apenas em abril de 2020, foram produzidos ca. 10.492.007 kg desses produtos agrícolas, o que representou um incremento de 7% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). A produção de soja é uma das principais forças econômicas que impulsionam a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008, Domingues e Bermann, 2012, Charity et al., 2016). Segundo o IBGE (2020), na região Norte, em 2019, a produtividade da soja na região Norte foi de ca. 5.703.702 kg, enquanto em abril de 2020, já foram produzidos ca. 6.213.441 kg, representando um incremento de 8.9% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). Em abril de 2020, a cultura de soja foi responsável por 59,2% de toda produtividade agrícola na região Norte, seguida pelo milho, com 30,1% (IBGE, 2020). A soja é mais prejudicial do que outras culturas, porque estimula projetos de infraestrutura de transporte de grande escala que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além daquelas já diretamente utilizadas para cultivo (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008, Domingues e Bermann, 2012).
Referências:
  1. Charity, S., Dudley, N., Oliveira, D., Stolton, S., 2016. Living Amazon Report 2016: A regional approach to conservation in the Amazon. WWF Living Amazon Initiative, Brasília and Quito.
  2. Fearnside, P.M., 2001. Soybean cultivation as a threat to the environment in Brazil. Environ. Conserv. 28, 23–38. URL https://doi.org/10.1017/S0376892901000030
  3. Vera-Diaz, M. del C., Kaufmann, R.K., Nepstad, D.C., Schlesinger, P., 2008. An interdisciplinary model of soybean yield in the Amazon Basin: The climatic, edaphic, and economic determinants. Ecol. Econ. 65, 420–431. URL https://doi.org/10.1016/j.ecolecon.2007.07.015
  4. Gasques, J.G., Bastos, E.T., Valdes, C., Bacchi, M.R.P., 2012. Total factor productivity in Brazilian Agriculture, in: Fuglie, K.O., Wang, S.L., Ball, V.E. (Eds.), Productivity Growth in Agriculture: An International Perspective. CABI, Oxfordshire, pp 145-161.
  5. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, 2020. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. URL www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/agricultura-e-pecuaria/9201-levantamento-sistematico-da-producao-agricola.html
  6. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., Padgurschi, M.C.G., 2019. 1º Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. URL https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
  7. MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2019. Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/19 a 2028/29, projeções de longo prazo. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Política Agrícola, Brasília. URL http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/informe_estatistico/Projecao_do_Agronegocio_2018_2019_a_2028_29.pdf
  8. MapBiomas, 2020. Plataforma MapBiomas v.4.1 - Base de Dados Cobertura e Uso do Solo. URL https://plataforma.mapbiomas.org/map#coverage (acesso em 03 de junho de 2020).
  9. Martorano, L., Siviero, M., Tourne, D., Fitzjarrald, D., Vettorazzi, C., Junior, S., Alberto, J., Yeared, G., Meyering, É., Sheila, L., Lisboa, S., 2016. Agriculture and forest: A sustainable strategy in the brazilian amazon. Austral. J. Crop Sci. 8, 1136–1143. URL https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/147006/1/martorano-10-8-2016-1136-1143.pdf
  10. Nepstad, D.C., Stickler, C.M., Almeida, O.T., 2006. Globalization of the Amazon Soy and Beef Industries: Opportunities for Conservation. Conserv. Biol. 20, 1595–1603. URL https://doi.org/10.1111/j.1523-1739.2006.00510.x
  11. Domingues, M.S., Bermann, C., 2012. O arco de desflorestamento na Amazônia: da pecuária à soja. Ambient. Soc. 15, 1–22. URL https://doi.org/10.1590/S1414-753X2012000200002
  12. Simon, M.F., Garagorry, F.L., 2005. The expansion of agriculture in the brazilian amazon. Environmental Conservation 32, 203–212. URL https://doi.org/10.1017/s0376892905002201
  13. TerraClass, 2020. Projeto TerraClass, Dados 2014. URL https://www.terraclass.gov.br (acesso em 05 de junho de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional high
Os municípios de Marcelândia (MT), Porto dos Gaúchos (MT) e Sinop (MT) possuem, respectivamente, 7,02% (86172ha), 39,5% (271080ha) e 65,38% (257740ha) de seus territórios convertidos em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). Os municípios de Porto dos Gaúchos (MT) e Sinop (MT) possuem, respectivamente, 13,41% (92000ha) e 25,37% (100000ha) de seus territórios convertidos em áreas de cultivo de milho, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020a). Os municípios de Porto dos Gaúchos (MT) e Sinop (MT) possuem, respectivamente, 25,21% (173000ha) e 37,54% (148000ha) de seus territórios convertidos em áreas de cultivo de soja, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020b).
Referências:
  1. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020. Produção Agrícola Municipal - Área plantada: total, dados de 2018. Município(s): Marcelândia (MT), Porto dos Gaúchos (MT) e Sinop (MT). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1612 (acesso em 20 de março de 2020).
  2. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020a. Produção Agrícola Municipal - Área plantada: milho, dados de 2018. Municípios: Porto dos Gaúchos (MT) e Sinop (MT). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1612 (acesso em 20 de março de 2020).
  3. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020b. Produção Agrícola Municipal - Área plantada: soja, dados de 2018. Municípios: Porto dos Gaúchos (MT) e Sinop (MT). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1612 (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming habitat past,present,future national high
Em poucos municípios rondonienses a pecuária não se expandiu entre os anos de 2001 e 2006. Estes poucos municípios se localizam no sul do estado. Em grande parte do estado houve expansão do rebanho bovino, de maneira particularmente acelerada em uma faixa que se estende pelas microrregiões de Vilhena, Cacoal, Ji-Paraná, Ariquemes e Porto Velho, onde houve aumento superior a 50 cabeças/ km2 (Oliveira et al., 2008). Os municípios Boca do Acre (AM), Campo Novo de Rondônia (RO), Marabá (PA), Marcelândia (MT), Nova Mamoré (RO), Porto dos Gaúchos (MT), Porto Velho (RO) e Sinop (MT) possuem, respectivamente, 8,9% (195147,5ha), 53,12% (182833,4ha), 47,47% (718089,1ha), 14,47% (177610,9ha), 31,73% (319607,6ha), 14,73% (101059ha), 22,11% (753851,9ha) e 13,13% (51757,8ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Referências:
  1. Oliveira, S.J. de M., Abreu, U.G.P. de, Valentim, J.F., Barioni, L.G., Salman, A.K.D., 2009. Pecuária e desmatamento: mudanças no uso do solo em Rondônia, in: SOBER (Ed.), 47° Congresso Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Porto Alegre, p. 13.
  2. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2018. Municípios: Boca do Acre (AM), Campo Novo de Rondônia (RO), Marabá (PA), Marcelândia (MT), Nova Mamoré (RO), Porto dos Gaúchos (MT), Porto Velho (RO) e Sinop (MT) . URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3.1 Intentional use: subsistence/small scale (species being assessed is the target) [harvest] habitat past,present,future local medium
O desmatamento acumulado até 2010 totalizou 2,08 km², equivalente a 0,14% da área total da Floresta Estadual Canutama. Nos últimos cinco anos, detectou-se pequenos incrementos anuais no desmatamento nos anos de 2007 (0,08 km²), 2009 (0,20 km²) e 2010 (0,10 km²) (Amaral, et al. 2012)
Referências:
  1. Amaral, P., Pinto, A., Gomes, I. da P., Cunha, C.A. da, Salomão, R., Galetti, G., 2012. Áreas protegidas no sul do estado do Amazonas. Imazon, Belém, PA.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre em Boca do Acre (AM), Marcelândia (MT), Porto dos Gaúchos (MT), Marabá (PA), Nova Mamoré (RO) e Porto Velho (RO), municípios da Amazônia Legal considerados prioritários para fiscalização, referidos no Decreto Federal 6.321/2007 (BRASIL, 2007) e atualizado em 2018 pela Portaria MMA nº 428/18 (MMA, 2018).
Referências:
  1. BRASIL, 2007. Decreto Federal nº 6.321, de 21 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, 21/12/2007, Edição Extra, Seção 1, p. 12. URL http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6321.htm (acesso em 13 de outubro de 2020).
  2. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2018. Portaria MMA nº 428, de 19 de novembro de 2018. Diário Oficial da União, 20/11/2018, Edição 222, Seção 1, p. 74. URL http://http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/50863140/do1-2018-11-20-portaria-n-428-de-19-de-novembro-de-2018-50863024 (acesso em 13 de outubro de 2020).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAMATO - 1 (PA).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Floresta Nacional de Tapirapé-Aquiri e Parque Nacional Mapinguari.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.