Fabaceae

Tabaroa caatingicola L.P.Queiroz, G.P.Lewis & M.F.Wojc.

VU

EOO:

7.611,18 Km2

AOO:

40,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), com distribuição: no estado da Bahia — nos municípios Brumado, Dom Basílio, Livramento de Nossa Senhora e Remanso.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Critério: B1ab(iii)
Categoria: VU
Justificativa:

Árvore de até 8 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), foi documentada em Caatinga (stricto sensu) associada à Caatinga presente no estado da Bahia, municípios de Brumado, Dom Basílio, Livramento de Nossa Senhora e Remanso. Apresenta distribuição conhecida restrita, EOO=6272 km², ao menos cinco situações de ameaça, considerando o distinto grau de deterioração observado em cada localidade de ocorrência, e somente poucas subpopulações conhecidas. A espécie já foi considerada como Criticamente em Perigo (CR), quando foi formalmente descrita (Queiroz et al., 2010), e poderia ser tratada aqui como Em Perigo (EN) por B2ab(iii), já que o valor estimado estaria dentro do limiar para esta categoria. Entretanto, possuí poucas coleções válidas, o que influencia na estimativa do parâmetro AOO e consequentemente na sua utilização. Sabe-se que toda a paisagem da Caatinga é cortada por uma grande rede de estradas pavimentadas, tornando-a suscetível à perturbações antrópicas (Antongiovanni et al., 2018). Silva e Barbosa (2017) estimaram que as estradas impactam 37,9% da região, sendo que por ecorregião, variou de 22,4% nas Dunas do São Francisco a 45,6% na Chapada da Diamantina. Além disso, mais de 60% das áreas territoriais totais dos municípios de ocorrência da espécie já foram convertidas em pastagens (Lapig, 2020), permitindo assim inferir declínio em área, extensão e qualidade de habitat. Diante deste cenário, portanto, T. caatingicola é considerada Vulnerável (VU) a extinção nesta ocasião. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, busca pela espécie em áreas protegidas com habitat potencial) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção

Último avistamento: 2015
Quantidade de locations: 5
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Kew Bull. 65(2), 193, 2010. Popularmente conhecida como Pau-jacaré na Bahia (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada ocasional (Catarina Silva de Carvalho, comunicação pessoal, 2020).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Caatinga
Vegetação: Caatinga (stricto sensu)
Habitats: 2.1 Dry Savanna
Detalhes: Árvore com até 8 m de altura (Queiroz et al., 2010). Ocorre na Caatinga, em Caatinga (stricto sensu) (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020).
Referências:
  1. Queiroz, L.P. de, Lewis, G.P., Wojciechowski, M.F., 2010. Tabaroa, a new genus of Leguminosae tribe Brongniartieae from Brazil. Kew Bull. 65, 189–203. https://doi.org/10.1007/s12225-010-9202-7
  2. Flora do Brasil 2020 em construção, 2020. Tabaroa. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121881 (acesso em 17 de setembro de 2020)

Reprodução:

Fenologia: flowering (Oct~undefined), flowering (Nov~May)

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional high
Os municípios Brumado (BA), Dom Basílio (BA), Livramento de Nossa Senhora (BA) e Remanso (BA) possuem, respectivamente, 60,44% (133429ha), 60,89% (41934,8ha), 63,21% (123476,9ha) e 33,05% (154783,5ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2018. Municípios: Brumado (BA), Dom Basílio (BA), Livramento de Nossa Senhora (BA) e Remanso (BA) . URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 4.1 Roads & railroads locality past,present,future national very high
A constante expansão de estradas é um fator que contribui para a perda de biodiversidade e degradação florestal na Caatinga, uma vez que criam novas bordas em áreas de vegetação contínua, facilitando o acesso da colonização humana (Antongiovanni, 2017, Joly et al., 2019). Toda a paisagem da Caatinga é cortada por uma grande rede de estradas pavimentadas e não pavimentadas, e as distâncias para o interior remanescente são relativamente curtas, toda a área seca da Caatinga é potencialmente suscetível a perturbações por atividades antrópicas (Antongiovanni et al., 2018). Silva e Barbosa (2017), estimam que as estradas impactam 346267 km² ou 37,9% da região, sendo que por ecorregião, variou de 22,4% nas Dunas do São Francisco a 45,6% na Chapada da Diamantina.
Referências:
  1. Antongiovanni, M., 2017. Fragmentação, conservação e restauração da Caatinga. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Tese (Doutorado).
  2. Antongiovanni, M., Venticinque, E.M., Fonseca, C.R., 2018. Fragmentation patterns of the Caatinga drylands. Landsc. Ecol. 33, 1353–1367. https://doi.org/10.1007/s10980-018-0672-6
  3. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., 2019. 1o Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
  4. Silva, J.M.C. da, Barbosa, L.C.F., 2017. Impact of Human Activities on the Caatinga, in: Silva, J.M.C. da, Leal, I.R., Tabarelli, M. (Eds.), Caatinga. Springer International Publishing, Cham, pp. 359–368. https://doi.org/10.1007/978-3-319-68339-3_13

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.1 Site/area protection needed
A espécie não é conhecida em nenhuma unidade de conservação, mas claramente existe a necessidade de melhorar a proteção do habitat nos locais onde se sabe que ela ocorre. São necessárias pesquisas adicionais para determinar se esta espécie está ou não experimentando um declínio efetivo ou está passando por flutuações naturais da população.
Ação Situação
4.3 Awareness & communications on going
De acordo com os autores da espécie (Queiroz et al., 2010), Tabaroa caatingicola está criticamente ameaçada, pois ocorre apenas em uma pequena área estimada em c. 12 km².
Referências:
  1. Queiroz, L.P. de, Lewis, G.P., Wojciechowski, M.F., 2010. Tabaroa, a new genus of Leguminosae tribe Brongniartieae from Brazil. Kew Bull. 65, 189–203. https://doi.org/10.1007/s12225-010-9202-7

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.