Espécie endêmica do Brasil (Soares, 2020), com distribuição: no estado do Espírito Santo — nos municípios Aracruz e Linhares —, no estado de Minas Gerais — nos municípios Governador Valadares, Juiz de Fora, Nanuque, Rio Novo e Turmalina —, e no estado do Rio de Janeiro — nos municípios Areal e Cambuci.
Syagrus macrocarpa é uma palmeira com até 10 m de altura, endêmica do Brasil, ocorre em Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila associados à Mata Atlântica, conhecida popularmente como baba-de-boi-grande e maria-rosa (Soares, 2020). Apresenta EOO= 102244km², AOO= 52km² e quatro a cinco situações de ameaças. A espécie tem registros no Estado do Espírito Santo, nos municípios Aracruz e Linhares, no estado de Minas Gerais, nos municípios Governador Valadares, Juiz de Fora, Nanuque, Rio Novo e Turmalina e no estado do Rio de Janeiro, nos municípios Areal e Cambuci. Consideram-se as ameaças os registros próximos a rodovias, áreas de infraestrutura urbana (MapBiomas, 2021a), silvicultura (IBGE, 2021, MapBiomas, 2021b), e influência das atividades pecuaristas (Lapig, 2021, MapBiomas, 2021c), dado que todas as localidades de ocorrência da espécie apresentam conversão em áreas de pastagens, de até 77,57% a exemplo de Turmalina (MG), como fator que possam levar as subpopulações à extinção. Somado à esses fatos, a espécie foi considerada rara, ocorrendo sempre em populações pequenas ou indivíduos isolados (Soares, 2020) e não possui registros em áreas protegidas. Diante o cenário de ameaças vigentes infere-se o declínio contínuo de extensão de habitat, área de ocupação e qualidade de habitat. Assim, Syagrus macrocarpa foi considerada Em Perigo (EN) de extinção. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, garantia de efetividade de UCs) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | EN |
Descrita em: Enum. Palm. Nov. Prot. App.: 46, 48, 1875. É afim de Syagrus romanzoffiana, porém, possui menor porte das folhas e inflorescências; frutos maiores e flores pistiladas muito maiores. Além disso, em S. macrocarpa as ráquilas geralmente distribuem-se de forma unilateral na raque, enquanto em S. romanzoffiana é sempre de forma helicoidal. Pode ser confundida com S. cocoides, dado que esta espécie também possui pinas geralmente enroladas nas pontas e bainha bastante fibrosa, no entanto, S. macrocarpa difere-se facilmente desta pela distribuição unilateral das ráquilas na raque e tamanho dos frutos maiores. Popularmente conhecida como baba-de-boi-grande e maria-rosa em Minas Gerais (Soares, 2020). A espécie foi avaliada como Em Perigo (EN, C2a) na Lista Vermelha da IUCN (Noblick, 1998).
De acordo com as informações fornecidas pelo especialista, o tempo de geração estimado para esta espécie é de 15 – 30 anos (K.P. Soares com. pess. 2021).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat | past,present,future | regional | low |
De acordo com o MapBiomas, o município Juiz de Fora (MG) possui 5,54% (7957ha) do seu território convertido em áreas de infraestrutura urbana, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | regional | medium |
De acordo com o MapBiomas, o município Nanuque (MG) possui 10,19% (15467ha) do seu território convertido em áreas de culturas agrícolas (exceto soja e cana-de-açúcar), segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | national | medium |
De acordo com o MapBiomas, os municípios Aracruz (ES), Linhares (ES), Nanuque (MG) e Turmalina (MG) possuem, respectivamente, 27,32% (38796ha), 6,21% (21723ha), 5,83% (8853ha) e 19,82% (22852ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021). De acordo com o IBGE, os municípios Aracruz (ES), Nanuque (MG) e Turmalina (MG) possuem, respectivamente, 23,68% (33630ha), 12,12% (18400ha) e 18,72% (21582ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2019 (IBGE, 2021). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | national | very high |
De acordo com o Atlas das Pastagens Brasileiras, os municípios Aracruz (ES), Areal (RJ), Cambuci (RJ), Governador Valadares (MG), Itaguaçu da Bahia (BA), Juiz de Fora (MG), Linhares (ES), Nanuque (MG), Rio Novo (MG) e Turmalina (MG) possuem, respectivamente, 37,48% (53228ha), 37,85% (4191ha), 73,63% (41106ha), 59,3% (138891ha), 27,97% (120569ha), 47,11% (67644ha), 47,21% (165042ha), 77,57% (117771ha), 75,39% (15779ha) e 5,81% (6695ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2019 (Lapig, 2021). De acordo com o MapBiomas, os municípios Aracruz (ES), Areal (RJ), Cambuci (RJ), Governador Valadares (MG), Itaguaçu da Bahia (BA), Juiz de Fora (MG), Linhares (ES), Nanuque (MG), Rio Novo (MG) e Turmalina (MG) possuem, respectivamente, 25,51% (36231ha), 37,94% (4201ha), 74,28% (41467ha), 59,38% (139076ha), 6,07% (26174ha), 47,01% (67489ha), 32,93% (115132ha), 67,57% (102578ha), 75,68% (15842ha) e 12,4% (14295ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagens, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie foi avaliada como Em Perigo (EN) e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | needed |
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAT Capixaba-Gerais - 33 (ES), Território PAT Espinhaço Mineiro - 10 (MG). |
Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | needed |
A espécie não é conhecida em nenhuma unidade de conservação, mas claramente existe a necessidade de melhorar a proteção do habitat nos locais onde se sabe que ela ocorre. São necessárias pesquisas adicionais para determinar se esta espécie está ou não experimentando um declínio efetivo ou está passando por flutuações naturais da população. |
Ação | Situação |
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5.1.3 Sub-national level | on going |
A espécie foi avaliada como Criticamente em Perigo (CR) na lista oficial das espécies ameaçadas de extinção no Estado do Espírito Santo (Espírito Santo, 2005). | |
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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1. Food - human | natural | fruit |
Os frutos e sementes comestíveis são colhidos na natureza para uso local. Os frutos crus são polpas fibrosas e mucilaginosas com um sabor ligeiramente adocicado (Tropical Plants Database, 2021). | ||
Referências:
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