Endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), possui ocorrência confirmada exclusivamente para MINAS GERAIS, Municípios de Belo Horizonte (Barreto 10750), Diamantina (Schwacke s.n.), Lagoa Santa (Warming 1841), Itabirito (Rezende 1975), Rio Acima (Rezende et al. 4178).
Árvore de pequeno porte de até 6 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi documentada em Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa associadas a Mata Atlântica e ao Cerrado no estado de Minas Gerais. Apresenta distribuição restrita, EOO=1637 km², AOO=20 km², quatro situações de ameaça e ocorrência em fitofisionomias severamente fragmentadas, além de ser descrita como uma espécie rara, pouco frequente em Minas Gerais já nos anos 1940 (Magalhães s.n.), e mais recentemente, em recoleta realizada em 2010, como rarissima. O estado de Minas Gerais resguarda atualmente 10.2% de remanescentes florestais originais (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). O município de Belo Horizonte, onde concentram-se a maior parte dos registros de coleta, converteu cerca de 80% da vegetação nativa que ocupava seu território (Lapig, 2019). A região metropolitana de Belo Horizonte possui uma intensa expansão urbana e, consequentemente, uma conversão acelerada dos ecossistemas naturais. A urbanização é incentivada por investimentos governamentais e privados que ampliam a infraestrutura e aquecem a econômica dos municípios do entorno (Martins, et al. 2014). Adicionalmente, na região do Quadrilátero Ferrífero, são desenvolvidas práticas de mineração de alto impacto (Santos, 2010). A atividade mineradora no município de Diamantina, Minas Gerais, ponto de ocorrência mais ao norte conhecido para a espécie, já foi a principal fonte de economia da região, causando grande prejuízo ao meio ambiente (Giulietti et al., 1987). A Serra do Itabirito, ponto mais ao sul de ocorrência conhecida da espécie, apresenta áreas com perda irreversível de hábitat decorrente de mineração (Carmo, 2010). A espécie também não foi documentada dentro dos limites de Unidades de Conservação. Assim, infere-se declínio contínuo em EOO, AOO e extensão e qualidade de habitat. Diante do exposto, S. engleri foi considerada "Em perigo" (EN) de extinção novamente. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, uma vez que a persistência dos vetores de stress descritos podem ampliar seu risco de extinção no futuro.
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Em Perigo" (EN) naPortaria 443 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re-acessado após 5 anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | EN |
Descrita originalmente em: Baillon, H., 1873. Addisonia; colored illustrations and popular. 11: 109, pl. 9.
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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2.2 Species disturbance | 5.3.4 Unintentional effects: large scale (species being assessed is not the target) [harvest] | habitat,occurrence,mature individuals | past,present | local | medium |
Em Minas Gerais a espécie ocorre em região ameaçada pela atividade de carvoaria (Amorim, com. pess.). |
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 3.2 Mining & quarrying | habitat,occurrence | past,present,future | regional | high |
Na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, é observada como ameaça a atividade mineradora de ferro. A cava atinge diretamente os ecossistemas de Campo Ferruginoso, incluindo a disposição de estéril e rejeitos. A região é protegida por legislação federal e estadual por serem de ocorrência restrita às cristas serranas, classificadas como Área de Preservação Permanente (SNUC) (Santos, 2010). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | habitat,occurrence | past,present,future | national | very high |
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 3.2 Mining & quarrying | habitat | past,present | local | very high |
A atividade mineradora no município de Diamantina, Minas Gerais, ponto de ocorrência mais ao norte conhecido para a espécie, já foi a principal fonte de economia da região, causando grande prejuízo ao meio ambiente (Giulietti et al., 1987). A degradação da vegetação e o lixo são problemas ambientais existentes no município de Diamantina (Azevedo e Araújo, 2011). A atividade extrativista de plantas ornamentais no município de Diamantina, Minas Gerais, é bastante considerável causando a perda da biodiversidade na região (Landgraf & Paiva, 2009). A Serra do Itabirito, ponto mais ao sul de ocorrência conhecida da espécie, apresenta áreas com perda irreversível de hábitat decorrente de mineração (Carmo, 2010). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 3.2 Mining & quarrying | habitat | past,present,future | regional | very high |
Em Minas Gerais, cuja a região do Quadrilátero Ferrífero e Espinhaço Meridional concentram a maior parte das atividades minerárias do Brasil (Carmo e Jacobi, 2012, Fernandes et al., 2011, 2014, Jacobi and Carmo, 2008); nas últimas quatro décadas, já perdeu milhares de hectares de cangas, pelo menos 40% da área total, devido principalmente ao efeito direto da ocorrência de 46 minas de extração de minério de ferro (Carmo e Jacobi, 2012). Tal atividade tem provocados danos ambientais imensuráveis, dentre eles, o maior desastre ambiental após o rompimento de uma das barragens de rejeitos minerais (Escobar, 2015, Neves et al., 2016). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.3 Sub-national level | on going |
"Provavelmente extinta" (EX) segundo a Listavermelha da flora de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.3 Sub-national level | on going |
"Vulnerável" (VU) segundo a Listavermelha da flora do Pará (COEMA-PA, 2007). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie foi avaliada como "Em Perigo" (EN) e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | needed |
Os registros de ocorrência associados ao táxon que indicam sua presença dentro dos limites de Unidades de Conservação (SNUC) não foram validados pela especialista, portanto, não encontra-se atualmente efetivamente protegida. |
Ação | Situação |
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2.1 Site/area management | on going |
A espécie ocorre em territórios que serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Centro-Minas - TER10 (MG). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |