Anacardiaceae

Schinus molle L.

LC

EOO:

508.697,854 Km2

AOO:

452,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie não é endêmica do Brasil (Silva-Luz et al., 2020). No Brasil, apresenta distribuição: no estado do Paraná — nos municípios Braganey, Campo Mourão, Capitão Leônidas Marques, Cascavel, Castro, Colombo, Curitiba, Dois Vizinhos, Farol, Faxinal, Irati, Londrina, Marechal Cândido Rondon, Maringá, Missal, Ortigueira, Palmeira, Pinhais, Ponta Grossa e Santa Helena —, no estado do Rio Grande do Sul — nos municípios Alto Alegre, Amaral Ferrador, Arroio dos Ratos, Bagé, Bom Jesus, Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Camaquã, Candiota, Canguçú, Caxias do Sul, Dom Pedrito, Encruzilhada do Sul, Engenho Velho, Erechim, Espumoso, Garibaldi, Getúlio Vargas, Giruá, Gravataí, Herval, Ijuí, Itaara, Jaguarão, Lavras do Sul, Montenegro, Osório, Palmares do Sul, Pedras Altas, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Porto Alegre, Quaraí, Rio Pardo, Ronda Alta, Rosário do Sul, Santa Maria, Santa Vitória do Palmar, Santiago, Santo Angelo, Santo Ângelo, Santo Antonio da Patrulha, São Borja, São Francisco de Assis, São Francisco de Paula, São Gabriel, Sao Leopoldo, São Leopoldo, São Lourenço do Sul, São Luiz Gonzaga, São Marcos, São Miguel das Missões, São Sepé, Sapucaia do Sul, Venâncio Aires, Veranópolis e Viamão —, e no estado de Santa Catarina — nos municípios Bom Retiro, Capinzal, Chapecó, Concórdia, Curitibanos, Içara, Lages, Major Vieira, Peritiba, Ponte Serrada, Rio Negrinho, São Bento do Sul e Xanxerê.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2022
Avaliador: Monira Bicalho
Revisor: Lucas Arguello Aragão
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore com até 15 m de altura (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021), não endêmica do Brasil (Silva-Luz et al., 2020), que possui registros em diversos municípios de Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ocorre na Mata Atlântica e Pampa, em diferentes fitofisionomias de Área Antrópica, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista. Apresenta um extenso EOO= 449025km², mais de 10 situações de ameaças e registros em Unidades de Conservação. Os valores de EOO e o número de situações de ameaça, extrapolam os limiares para a inclusão da espécie em uma categoria de ameaça. Somado à isto, não existem dados de declínios populacionais para aplicação de outros critérios. Assim, a espécie foi considerada como de Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de ampliar o conhecimento disponível e garantir sua sobrevivência na natureza.

Último avistamento: 2018
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Sp. Pl. [Linnaeus] 1, 388, 1753. É reconhecida pelas folhas compostas com 4 – 12 jugos, folíolos subcoriáceos, glabros entre 3 – 8 cm de compr.; inflorescências do tipo paniculadas terminais e frutos aromáticos de coloração vermelho-róseo (Menezes Filho, 2020). Popularmente conhecida como aroeira-folha-de-salso e aroeira-mansa na Região Sul (Silva-Luz et al., 2020).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Apresenta uso limitado, construção civil, marcenaria, mourões de cerca, lenha e carvão. Indicada contra reumatismo e dores musculares. A casca contém tanino é usada em curtumes (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021). A espécie é comercializada em sites, de sementes a indivíduos maduros, com valores que variam de R$ 18,08 a R$ 529,00, de acordo com consulta realizada em 2021 (Tirol Plantas, 2020, Mundo das Sementes, 2021, Sítio da Mata, 2021).

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Luminosidade: heliophytic
Biomas: Mata Atlântica, Pampa (Campos Sulinos)
Vegetação: Área antrópica, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 14.5 Urban Areas
Detalhes: Árvore com até 15 m de altura (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021). Ocorre na Mata Atlântica e Pampa, em Área Antrópica, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (Silva-Luz et al., 2020).
Referências:
  1. Silva-Luz, C.L., Pirani, J.R., Pell, S.K., Mitchell, J.D., 2020. Anacardiaceae. Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB4398 (acesso em 03 de março de 2021)
  2. Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021. Schinus molle L. Aroeira-salsa. URL https://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/7986-2/ (acesso em 29 de outubro de 2021).

Reprodução:

Detalhes: A aroeira-mansa é espécie dioica, generalista e entomófila. A sincronia de florescimento entre plantas femininas e masculinas é fator imprescindível para o sucesso da polinização de espécies dioicas. Os testes para detecção do sistema reprodutivo de S. molle demonstram que a estratégia de polinização é cruzada, confirmando a necessidade de insetos para o transporte do pólen. As flores da aroeira-mansa apresentam corola aberta, permitindo fácil acesso aos diferentes visitantes florais. A análise morfológica das flores confirma que esta espécie é funcionalmente dioica, como já apontado por outros autores. A ocorrência de indivíduos hermafroditas em populações desta espécie pode ser considerado como um fenômeno inexistente (Modena e Rossato, 2011).
Síndrome de polinização: entomophily
Dispersor: Dispersão das sementes zoocórica, principalmente por mamíferos, ornitocórica por aves e hidrocórica, pela água (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021).
Síndrome de dispersão: zoochory,mamaliochory,ornitochory,hidrochory
Sistema sexual: dioecious
Referências:
  1. Modena, C.M., Rossato, M., 2011. Caracterização morfológica de Schinus molle L. pertencente ao banco ativo de germoplasma da Universidade de Caxias do Sul, in: XIX Encontro de Jovens Pesquisadores - I Mostra Acadêmica de Inovação e Tecnologia. Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul.
  2. Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021. Schinus molle L. Aroeira-salsa. URL https://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/7986-2/ (acesso em 29 de outubro de 2021).

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional Lagoas do Sul para a conservação da flora melhorar o estado de conservação das espécies ameaçadas e dos ecossistemas das lagoas da planície costeira do sul do Brasil (ICMBio, 2018).
Referências:
  1. ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2018. Portaria nº 751, de 27 de agosto de 2018. Diário Oficial da União, 29/08/2018, Edição 167, Seção 1, p. 54. URL https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-pan/pan-lagoas-do-sul/1-ciclo/pan-lagoas-do-sul-portaria-aprovacao.pdf (acesso em 28 de abril de 2021).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Canoas - 26 (RS), Território PAT Campanha Sul-Serra do Sudeste - 27 (RS), Território PAT Paraná-São Paulo - 19 (PR), Território Chapecó - 22 (RS, SC), Território PAT Planalto Sul - 24 (RS, SC), Território Santa Maria - 25 (RS).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande e Área de Proteção Ambiental do Iraí.

Ações de conservação (7):

Uso Proveniência Recurso
1. Food - human natural fruit
Os frutos secos e torrados são usados como substituto da pimenta. As sementes às vezes são vendidas como pimenta rosa. Tem uma polpa fina e coriácea que contém óleos aromáticos e tem um sabor adocicado. Aconselha-se algum cuidado, a semente contém uma substância alergênica que pode irritar a membrana mucosa, em abundância podem ser tóxicas. Um óleo essencial destilado da fruta é usado como tempero em produtos de panificação e doces. Os frutos são pulverizados e usados em bebidas refrescantes chamadas 'horchatas' na América do Sul. Um vinho é feito com os galhos e outro com as bagas. Uma goma que exala da casca é usada para mastigar (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2021. Schinus molle L. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Schinus+molle (acesso em 29 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural whole plant
A planta é rica em óleos essenciais, e ainda é usada na fitoterapia moderna, especialmente por apresentar atividade significativa contra infecções virais e bacterianas. Vários mono e sesqui-terpenos foram identificados no óleo essencial. As frutas contêm ácidos triterpenóides. A casca é adstringente, diurética, emmenagoga, tônica e vulnerária. É útil no tratamento de diarreias, inflamações e tumores. Uma goma resinosa, conhecida como 'mástique americana', é obtida a partir da casca aquecida. É tomado internamente como purgante e tem sido usado na medicina popular para tratar distúrbios digestivos e adenite. A casca em pó é usada como purgante para animais domésticos. As folhas são anti-reumáticas, estimulantes e sudoríficas. O suco da folha é usado para tratar oftalmia e reumatismo (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2021. Schinus molle L. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Schinus+molle (acesso em 29 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
5. Manufacturing chemicals natural whole plant
Obtém-se tanino e uma resina aromática da casca. É usado como mástique. O látex é produzido a partir de muitas partes da árvore. Todas as partes da árvore possuem alto teor de óleo essencial. O óleo é usado medicinalmente e também como fungicida contra alguns fungos comuns de armazenamento e fungos patogênicos para animais. O óleo essencial da fruta tem um sabor que lembra o de uma mistura de erva-doce e pimenta. Um óleo das folhas reduz a tensão superficial da água. As folhas são usadas como repelente de insetos (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2021. Schinus molle L. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Schinus+molle (acesso em 29 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
Apresenta uso limitado, construção civil, marcenaria, mourões de cerca, lenha e carvão. Indicada contra reumatismo e dores musculares. A casca contém tanino é usada em curtumes (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021). A madeira é moderadamente dura e pesada, muito durável e resistente a cupins. Fácil de trabalhar, é adequado para uso ao ar livre, como postes de esgrima, e também é usado para tornos (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021. Schinus molle L. Aroeira-salsa. URL https://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/7986-2/ (acesso em 29 de outubro de 2021).
  2. Tropical Plants Database, 2021. Schinus molle L. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Schinus+molle (acesso em 29 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
7. Fuel natural fruit
A madeira é usada como combustível e carvão (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2021. Schinus molle L. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Schinus+molle (acesso em 29 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
13. Pets/display animals, horticulture natural whole plant
A árvore é usualmente empregada em paisagismo ou arborização de ruas (Modena e Rossato, 2011) e também foi recomendada para uso em sistemas agroflorestais. Uma espécie pioneira natural de rápido crescimento em sua distribuição nativa, é normalmente encontrada em áreas perturbadas com vegetação secundária, margens de estradas e em terras agrícolas. A árvore é plantada para conservação do solo, melhoramento do solo, quebra-ventos, sombra e como ornamental. Embora seja perene e mantenha cerca de 75% de sua folhagem ao longo do ano, as folhas, galhos e frutos caídos contribuem significativamente para a fertilidade do solo. A capacidade de crescer em locais pedregosos e encostas íngremes o torna adequado para o controle da erosão (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Modena, C.M., Rossato, M., 2011. Caracterização morfológica de Schinus molle L. pertencente ao banco ativo de germoplasma da Universidade de Caxias do Sul, in: XIX Encontro de Jovens Pesquisadores - I Mostra Acadêmica de Inovação e Tecnologia. Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul.
  2. Tropical Plants Database, 2021. Schinus molle L. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Schinus+molle (acesso em 29 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
14. Research natural leaf
Schinus molle apresenta importante papel nos estudos químicos, fitoquímicos, farmacológicos e de uso biológico (Menezes Filho, 2020). Em estudo para avaliar as atividades antioxidante e antimicrobiana dos óleos essenciais de folhas e frutos de Schinus molle, correlacionar com sua composição química e avaliar sua toxicidade aguda, mostrou que os óleos essenciais de folhas e frutos de Schinus molle demonstraram propriedades antioxidantes e antimicrobianas, sugerindo seu potencial uso em indústrias alimentícias ou farmacêuticas (Martins et al., 2014). Por seu espectro potente e estreito de toxicidade de fungos e sua eficácia superior sobre os multi fungos (padrão), o óleo das folhas de S. molle é uma adição eficaz ao arsenal de agentes antifúngicos. Essa eficácia é ainda maior contra fungos patogênicos animais e deve ser mais estudada em animais (Dikshit et al., 1986).
Referências:
  1. Martins, M. do R., Arantes, S., Candeias, F., Tinoco, M.T., Cruz-Morais, J., 2014. Antioxidant, antimicrobial and toxicological properties of Schinus molle L. essential oils. J. Ethnopharmacol. 151, 485–492. https://doi.org/10.1016/j.jep.2013.10.063
  2. Menezes Filho, A.C.P. de, 2020. Schinus molle e Schinus terebinthifolius: Revisão sistemática da classificação, e aspectos químicos, fitoquímicos, biológicos e farmacobotânicos. Brazilian J. Nat. Sci. 3, 490–513. https://doi.org/10.31415/bjns.v3i3.109
  3. Dikshit, A., Naqvi, A.A., Husain, A., 1986. Schinus molle: a new source of natural fungitoxicant. Appl. Environ. Microbiol. 51, 1085–1088. https://doi.org/10.1128/aem.51.5.1085-1088.1986