Espécie endêmica do Brasil (Cordeiro e Esser, 2020), com distribuição: no estado do Acre — no município Plácido de Castro —, no estado do Amazonas — nos municípios Barcelos, Barreirinha e Parintins —, no estado da Bahia — nos municípios Ibiriba, Ilhéus, Jacobina e Maraú —, no estado de Goiás — nos municípios Araguatins, Niquelândia e São Miguel do Araguaia —, no estado do Mato Grosso — nos municípios Alta Floresta , Aripuanã, Barão de Melgaço, Cáceres, Novo Mundo, Poconé, Santa Cruz do Xingu, São Félix do Araguaia, São José dos Quatro Marcos e Vila Bela da Santíssima Trindade —, no estado do Pará — nos municípios Aveiro, Baião, Belém, Curuá, Itaituba, Santarém, São Félix do Xingu, São João do Araguaia, Senador José Porfírio e Tucuruí —, no estado de Rondônia — nos municípios Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste, Porto Velho e Urupá —, no estado de Roraima — nos municípios Boa Vista e Caracaraí —, e no estado do Tocantins — nos municípios Filadélfia e Ipueiras.
Árvore de até 10 m, endêmica do Brasil (Cordeiro e Esser, 2020). Popularmente conhecida como Sarã, tartaruguinha, tartaruguinha-da-praia, seringai, maria-molhe (Cordeiro, 2017; Sabrina Queiroz de Farias, comunicação pessoal, 2020), foi documentada em diversos municípios e estados da região distribuídos pela Amazônia, e de forma disjunta na Mata Atlântica presente no sul da Bahia, municípios de Ibiriba, Ilhéus, Jacobina e Maraú. Apresenta distribuição conhecida muito ampla, EOO=3430498km², e apesar de poder ser considerada Em Perigo (EN) por B2(iii), com a AOO=212 km², sabe-se que grande parte de sua região de ocorrência conhecida ainda é considerada insuficientemente inventariada, e ainda predominam na paisagem extensões significativas de fitofisionomias de ocorrência prístinas. Assim, embora o valor de AOO, tamanho populacional conhecido e distribuição geográfica sugiram vulnerabilidade, existem muitos habitats semelhantes onde a espécie pode vir a ser registrada, além de ser considerada comum em muitas áreas onde foi documentada, como em leitos de rios, em igapós e igarapés (Cordeiro, 2017). Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além dos usos descritos não terem corelação com eventuais declínios que comprometam sua perpetuação na natureza. Foi registrada em Unidades de Conservação e em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de fitofisionomias em bom estado de conservação. Assim, diante deste cenário, portanto, S. pallidum foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.
Descrita em: Bull. Herb. Boissier ser. 2, 6, 450, 1906. É reconhecida pelas glândulas acropeciolares cônicas, inclinadas em direção ao ápice foliar, lâmina foliar com face adaxial vernicosa, verde-escuro, face abaxial amarelo-esverdeado a amarelo amarronzado, nervação broquidódroma e textura coriácea. Popularmente conhecida Sarã, tartaruguinha, tartaruguinha-da-praia, seringai, maria-molhe (Cordeiro, 2017; Sabrina Queiroz de Farias, comunicação pessoal, 2020). As informações da espécie foram validadas pelo especialista através do questionário (Sabrina Queiroz de Farias, comunicação pessoal, 2020).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat | past,present,future | regional | high |
Segundo Silva (2002), uma preocupação é a forte erosão genética que populações naturais da espécie vêm sofrendo, principalmente por influências antrópicas causadas por empreendimentos imobiliários nos municípios com potencialidade turística, a exemplo de Ilhéus. | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 1.3 Tourism & recreation areas | habitat | past,present,future | regional | high |
A atividade turística está sendo intensivamente estimulada pelo governo do estado da Bahia. A Coordenação de Desenvolvimento do Turismo - CODETUR, ligada a Secretaria da Cultura e Turismo do governo do estado da Bahia, elaborou o Programa de Desenvolvimento Turístico da Bahia. O objetivo é dotar o estado das condições necessárias para o aproveitamento de suas potencialidades naturais, históricas e culturais, ordenando o espaço territorial e definindo as ações necessárias ao desenvolvimento do turismo. Desta forma, foram definidas Zonas Turísticas e uma delas é a Costa do Cacau, litoral sul, abrangendo os municípios de Itacaré, Uruçuca, Ilhéus, Una e Canavieiras (ICMBio, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | national | very high |
Os municípios de Niquelândia (GO), Novo Mundo (MT), Santa Cruz do Xingu (MT) e São Félix do Araguaia (MT) possuem, respectivamente, 5,63% (55465ha), 7,5% (43407ha), 6,66% (37648ha) e 19,61% (327807ha) de seus territórios convertidos em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2.2 Agro-industry plantations | habitat | past,present,future | national | very high |
A produção brasileira de madeira amazônica, a qual é procedente da exploração seletiva de árvores, acumulou no período de 1998 a 2013 (16 anos) um volume da ordem de 320 milhões de metros cúbicos em tora. Dados oficiais sobre a área desmatada nessa região do Brasil revelam que no período de 1988 a 2013 (26 anos) foram removidos 402.663 quilômetros quadrados de florestas, área equivalente a duas vezes o estado do Paraná. Muito embora tenham desacelerado drasticamente, especialmente de 2005 a 2013, esses números fornecem uma dimensão das alterações já causadas pelo homem na Floresta Amazônica. A exploração seletiva tem empobrecido a floresta de espécies madeireiras de valor econômico e também sua capacidade natural de reposição, isso ocorre não somente pela redução do número de árvores, ocasionada pela exploração, mas também pela abundante regeneração de espécies de rápido crescimento, a maioria sem valor comercial, favorecidas pela abertura das clareiras da exploração na floresta (Araujo, 2020). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | regional | high |
No município de Niquelândia, em Goiás há silvicultura extensiva de eucalipto (Minette et al., 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 2.3.2 Small-holder grazing, ranching or farming | habitat | past,present,future | regional | high |
Apesar da pequena receita gerada em relação ao terceiro setor, a produção agropecuária tem papel importante para a subsistência das populações rurais e abastecimento dos mercados urbanos da região. A pecuária é desenvolvida em 70 a 75% dos estabelecimentos agropecuários de Caracaraí e Rorainópolis (ICMBio, 2014) | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1 Ecosystem/community stresses | 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | national | very high |
Os municípios Alta Floresta (MT), Aripuanã (MT), Baião (PA), Barão de Melgaço (MT), Cáceres (MT), Curuá (PA), Filadélfia (TO), Ilhéus (BA), Ipueiras (TO), Jacobina (BA), Ji-Paraná (RO), Maraú (BA), Niquelândia (GO), Novo Mundo (MT), Ouro Preto do Oeste (RO), Parintins (AM), Plácido de Castro (AC), Poconé (MT), Porto Velho (RO), Santa Cruz do Xingu (MT), São Félix do Araguaia (MT), São Félix do Xingu (PA), São João do Araguaia (PA), São José dos Quatro Marcos (MT), São Miguel do Araguaia (GO), Senador José Porfírio (PA), Tucuruí (PA), Urupá (RO) e Vila Bela da Santíssima Trindade (MT) possuem, respectivamente, 45,9% (410915,5ha), 13% (326514,8ha), 17,02% (63984,7ha), 10,2% (113975,2ha), 32,2% (792053,8ha), 8,44% (12081,8ha), 40,52% (80552,9ha), 12,2% (19334,6ha), 27,52% (22434,7ha), 47,28% (103689,3ha), 30,69% (211621,4ha), 10,02% (8500ha), 22,39% (220399,6ha), 35,51% (205662,2ha), 78,93% (155472ha), 6,25% (37240,4ha), 68,97% (134072,5ha), 17,77% (304997,4ha), 22,11% (753851,9ha), 16,65% (94118,7ha), 12,84% (214606,2ha), 18,44% (1552966,8ha), 53,37% (68303,2ha), 69,43% (89412,2ha), 58,63% (360532,3ha), 5,21% (75137,1ha), 26,05% (54343,3ha), 84,78% (70521,5ha) e 34,68% (465467ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 3.2 Mining & quarrying | habitat | past,present,future | national | very high |
São expressivas as ocorrências relacionadas aos pegmatitos na região nordeste brasileira, destacando-se os estados da Bahia, Paraíba e Ceará. No Estado do Amazonas alem da citada reserva do Pitinga deveriam ser somadas as dezenas de ocorrências no Alto e Médio Rio Negro, as quais são constantemente exploradas por indígenas e não indígenas, em reservas e parques nos Municípios de Barcelos e São Gabriel da Cachoeira, tudo ao arrepio da lei (ANM, 2005). No município de Niquelândia, somente em 2016, a produção de 9 mil toneladas de níquel gerou quase R$ 1,1 milhão em impostos. Com a produção estabilizada atualmente, a Codemin teve importante contribuição para o processo de consolidação das operações de níquel da Anglo American no estado de Goiás (Portal da Mineração, 2017). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre em Aripuanã (MT), São Félix do Araguaia (MT), Itaituba (PA), São Félix do Xingu (PA), Senador José Porfírio (PA) e Porto Velho (RO), municípios da Amazônia Legal considerados prioritários para fiscalização, referidos no Decreto Federal 6.321/2007 (BRASIL, 2007) e atualizado em 2018 pela Portaria MMA nº 428/18 (MMA, 2018). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | needed |
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAMATO - 1 (GO), Território Cerrado Tocantins - 12 (TO), Território Vitória do Xingu - 2 (PA). |
Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Dunas e Veredas do Baixo Médio São Francisco, Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, Área de Protecao Ambiental Xeriuini, Floresta Nacional de Tapajós, Parque Estadual Cristalino e Reserva Extrativista Jaci-Paraná. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |