Connaraceae

Rourea bahiensis Forero

EN

EOO:

142.595,356 Km2

AOO:

52,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência no estado da BAHIA, municípios de Belmonte (Belém 3225), Caravelas (Santos 3361), Itapebi (Jardim 3954), Porto Seguro (Jardim 3952), Vitória da Conquista (Marinho 218), Una (Juchum 116), Uruçuca (Carvalho 3512); ESPÍRITO SANTO, municípios de Linhares (Folli 5407), Santa Teresa (Kollmann 1317); MINAS GERAIS, município de Rio Pardo de Minas (Sevilha 5011)

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Critério: B2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore de até 6 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019) é popularmente conhecida por cipó-perna-de-gafanhoto, foi documentada em Floresta Ombrófila (Mata Higrófila Sul-Baiana) associada à Mata Atlântica nos estado da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Apresenta distribuição ampla, porém restrita à fitofisionomias florestais severamente fragmentadas e AOO=52 km². Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot e, cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia e Espírito Santo estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado e atualmente, tais como o corte madeireiro e implementação de práticas agropecuárias (Paciencia e Prado, 2005). Plantações de cacau sob o sistema de cabrucas (Rolim e Chiarello, 2004), monoculturas de cana-de-açúcar (Lapig, 2018), silvicultura de eucalipto (Ibá, 2015), seringa, piaçava, dendê (Pardini, 2004) e desmatamento para abertura de pastagens (Lapig, 2018) constituem o conjunto de vetores de stress que incidem sobre a espécie em sua região de ocorrência conhecida. Diante desse cenário e ante a distribuição restrita de R. bahiensis às formações florestais dos Tabuleiros, a espécie é considerada Em Perigo (EN) de extinção nesta ocasião. Infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade de habitat. Recomendam-se ações de pesquisa (distribuição, censo e tendências populacionais, busca por novas áreas de ocorrência) e conservação (Plano de Ação, garantia de efetividade de Unidade de Conservação) urgentes, a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN), previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.

Último avistamento: 2015
Quantidade de locations: 10
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Mem. New York Bot. Gard. 26(1): 103 (-104), fig. 29C,D (1976). Nome vulgar: Cipó perna de gafanhoto (ES) (Folli 5407).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush, tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1 Forest, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore ou arbusto escandente com ca. de 6 m (Juchum 116), que habita a Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Connaraceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB6953>. Acesso em: 02 Set. 2019

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting locality,habitat past,present,future regional high
No município baiano de Belmonte 87% da cobertura original de Mata Atlântica encontram-se desmatados (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011). O município de Itapebi com 100537 ha possui 9084 ha que representam 9% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Uruçuca com 39198 ha possui 7453 ha que representam 19% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Una com 117174 ha possui 44914 ha que representam 38% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). No município baiano de Porto Seguro 72% da cobertura original de Mata Atlântica encontra-se desmatado (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica/ Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica - período 2008-2010, São Paulo, 2011.
  2. SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, 2019. Aqui tem Mata? https://aquitemmata.org.br/#/, (acesso em 28 de agosto 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.1 Annual & perennial non-timber crops habitat past,present,future regional high
Nas florestas litorâneas atlânticas dos estados da Bahia e Espírito Santo, cerca de 4% da produção mundial de cacau (Theobroma cacao L.) e 75% da produção brasileira é obtida no que é chamado localmente de "sistemas de cabruca". Neste tipo especial de agrossilvicultura o sub-bosque é drasticamente suprimido para dar lugar a cacaueiros e a densidade de árvores que atingem o dossel é significativamente reduzida (Rolim e Chiarello, 2004). De acordo com Rolim e Chiarello (2004) os resultados do seu estudo mostram que a sobrevivência a longo prazo de árvores nativas sob sistemas de cabruca estão sob ameaça se as atuais práticas de manejo continuarem, principalmente devido a severas reduções na diversidade de árvores e desequilíbrios de regeneração. Tais resultados indicam que as florestas de cabrucas não são apenas menos diversificadas e densas do que as florestas secundárias ou primárias da região, mas também que apresentam uma estrutura onde espécies de árvores dos estágios sucessionais tardios estão se tornando cada vez mais raras, enquanto pioneiras e espécies secundárias estão se tornando dominantes (Rolim e Chiarello, 2004). Isso, por sua vez, resulta em uma estrutura florestal drasticamente simplificada, onde espécies secundárias são beneficiadas em detrimento de espécies primárias (Rolim e Chiarello, 2004).
Referências:
  1. Rolim, S.G., Chiarello, A.G., 2004. Slow death of Atlantic forest trees in cocoa agroforestry in southeastern Brazil. Biodivers. Conserv. 13, 2679–2694.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat past,present,future regional high
O município de Caravelas com 238171 ha tem 16% de seu território (38189 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Belmonte com 193097 ha tem 21 % de seu território (40993 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2019). O município de Itapebi com 101306 ha tem 52% de seu território (52553 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Porto Seguro com 228626 ha tem 24% de seu território (54866 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Una com 122171 ha tem 8,1% de seu território (10194 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Vitória da Conquista com 370400 ha tem 42% de seu território (154333 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018).
Referências:
  1. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 30 de novembro 2018).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL PONTA DA BALEIA / ABROLHOS (US) RESERVA BIOLÓGICA DE UNA (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL COSTA DE ITACARÉ/ SERRA GRANDE (US),
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em territórios que possivelmente serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Espírito Santo - TER33 (ES) e Território Itororó - TER35 (BA), TER46.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.