Myrtaceae

Psidium hians Mart. ex DC.

LC

EOO:

2.513.488,073 Km2

AOO:

92,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), com distribuição: no estado de Goiás — nos municípios Agua Fria de Goiás, Água Fria de Goiás, Alto Horizonte, Anápolis, Formosa e Morrinhos —, no estado do Maranhão — nos municípios Balsas, São José de Ribamar, São Mateus do Maranhão e Vargem Grande —, no estado do Mato Grosso — nos municípios Cocalinho, Lagoa da Confusão e Pontes e Lacerda —, no estado de Minas Gerais — no município Januária —, no estado do Pará — nos municípios Alenquer, Santana do Araguaia , Vigía e Vigia —, no estado do Piauí — no município Monsenhor Gil —, e no estado do Tocantins — nos municípios Goiatins, Lagoa da Confusão, Lavandeira, Palmas e Presidente Kennedy.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore com até 5 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). popularmente conhecida como Araçá em Tocantins; Araçá-do-baixão no Maranhão e Araçá-da-caatinga (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020; Amélia Carlos Tuler, comunicação pessoal, 2020), foi documentada em Cerrado (lato sensu) e Floresta de Terra-Firme associados à Amazônia e ao Cerrado presente em 22 municípios distribuídos pelos estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paiuí e Tocantins. Apresenta distribuição muito ampla, EOO=323023 km², e apesar de poder ser considerada Em Perigo (EN) por B2(iii), com a AOO=88 km², sabe-se que partes da região de ocorrência conhecida ainda é considerada insuficientemente inventariada, e ainda predominam na paisagem extensões significativas de fitofisionomias de ocorrência prístinas. Foi considerada frequente (Amélia Carlos Tuler, comunicação pessoal, 2020), e não apresenta especifidade de habitat, além de número de situações de ameaça acima do limiar para espécies ameaçadas. Assim, embora o valor de AOO, tamanho populacional conhecido e distribuição geográfica sugiram vulnerabilidade, existem muitos habitats semelhantes onde a espécie pode vir a ser registrada, dada sua grande amplitude ecológica. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros. Foi registrada em Unidades de Conservação de uso sustentável e de proteção integral, e em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de fitofisionomias em bom estado de conservação. Assim, diante deste cenário, portanto, P. hians foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2018
Quantidade de locations: 22
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Prodr. [A. P. de Candolle] 3, 234, 1828. Popularmente conhecida como Araçá em Tocantins; Araçá-do-baixão no Maranhão e Araçá-da-caatinga (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020; Amélia Carlos Tuler, comunicação pessoal, 2020).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada frequente (Amélia Carlos Tuler, comunicação pessoal, 2020).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Amazônia, Cerrado
Vegetação: Cerrado (lato sensu), Floresta de Terra-Firme
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 2.1 Dry Savanna
Detalhes: Árvore ou arbusto. Ocorre na Amazônia, em Cerrado (lato sensu) e Floresta de Terra Firme (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020).
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2020. Psidium. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB63848 (acesso em 20 de agosto de 2020)

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat past,present,future national very high
Nas últimas quatro décadas, o Brasil tem aumentado a sua produção e a produtividade agrícola de larga escala, com destaque para as commodities, cujas exportações cresceram consideravelmente nas últimas décadas (Gasques et al., 2012, Martorano et al., 2016, Joly et al., 2019). As estimativas realizadas para os próximos dez anos são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 75,0 milhões de hectares em 2017/18 para 85,0 milhões em 2027/28 (MAPA, 2019). A Amazônia brasileira, com 330 milhões de hectares, possuía, em 2014, 4.337.700 ha (1,3%) de sua extensão convertidos em áreas agrícolas (TerraClass, 2020). Outra estimativa realizada em 2018, registrou 5.488.480 ha (1,6%) (MapBiomas, 2020) da Amazônia brasileira convertidos em áreas agrícolas. Em 2019, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas na região Norte foi estimada em ca. 9.807.396 kg (IBGE, 2020). Apenas em abril de 2020, foram produzidos ca. 10.492.007 kg desses produtos agrícolas, o que representou um incremento de 7% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). A produção de soja é uma das principais forças econômicas que impulsionam a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008, Domingues e Bermann, 2012, Charity et al., 2016). Segundo o IBGE (2020), na região Norte, em 2019, a produtividade da soja na região Norte foi de ca. 5.703.702 kg, enquanto em abril de 2020, já foram produzidos ca. 6.213.441 kg, representando um incremento de 8.9% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). Em abril de 2020, a cultura de soja foi responsável por 59,2% de toda produtividade agrícola na região Norte, seguida pelo milho, com 30,1% (IBGE, 2020). A soja é mais prejudicial do que outras culturas, porque estimula projetos de infraestrutura de transporte de grande escala que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além daquelas já diretamente utilizadas para cultivo (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008, Domingues e Bermann, 2012).
Referências:
  1. Charity, S., Dudley, N., Oliveira, D., Stolton, S., 2016. Living Amazon Report 2016: A regional approach to conservation in the Amazon. WWF Living Amazon Initiative, Brasília and Quito.
  2. Fearnside, P.M., 2001. Soybean cultivation as a threat to the environment in Brazil. Environ. Conserv. 28, 23–38. URL https://doi.org/10.1017/S0376892901000030
  3. Vera-Diaz, M. del C., Kaufmann, R.K., Nepstad, D.C., Schlesinger, P., 2008. An interdisciplinary model of soybean yield in the Amazon Basin: The climatic, edaphic, and economic determinants. Ecol. Econ. 65, 420–431. URL https://doi.org/10.1016/j.ecolecon.2007.07.015
  4. Gasques, J.G., Bastos, E.T., Valdes, C., Bacchi, M.R.P., 2012. Total factor productivity in Brazilian Agriculture, in: Fuglie, K.O., Wang, S.L., Ball, V.E. (Eds.), Productivity Growth in Agriculture: An International Perspective. CABI, Oxfordshire, pp 145-161.
  5. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, 2020. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. URL www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/agricultura-e-pecuaria/9201-levantamento-sistematico-da-producao-agricola.html
  6. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., Padgurschi, M.C.G., 2019. 1º Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. URL https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
  7. MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2019. Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/19 a 2028/29, projeções de longo prazo. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Política Agrícola, Brasília. URL http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/informe_estatistico/Projecao_do_Agronegocio_2018_2019_a_2028_29.pdf
  8. MapBiomas, 2020. Plataforma MapBiomas v.4.1 - Base de Dados Cobertura e Uso do Solo. URL https://plataforma.mapbiomas.org/map#coverage (acesso em 03 de junho de 2020).
  9. Martorano, L., Siviero, M., Tourne, D., Fitzjarrald, D., Vettorazzi, C., Junior, S., Alberto, J., Yeared, G., Meyering, É., Sheila, L., Lisboa, S., 2016. Agriculture and forest: A sustainable strategy in the brazilian amazon. Austral. J. Crop Sci. 8, 1136–1143. URL https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/147006/1/martorano-10-8-2016-1136-1143.pdf
  10. Nepstad, D.C., Stickler, C.M., Almeida, O.T., 2006. Globalization of the Amazon Soy and Beef Industries: Opportunities for Conservation. Conserv. Biol. 20, 1595–1603. URL https://doi.org/10.1111/j.1523-1739.2006.00510.x
  11. Domingues, M.S., Bermann, C., 2012. O arco de desflorestamento na Amazônia: da pecuária à soja. Ambient. Soc. 15, 1–22. URL https://doi.org/10.1590/S1414-753X2012000200002
  12. Simon, M.F., Garagorry, F.L., 2005. The expansion of agriculture in the brazilian amazon. Environmental Conservation 32, 203–212. URL https://doi.org/10.1017/s0376892905002201
  13. TerraClass, 2020. Projeto TerraClass, Dados 2014. URL https://www.terraclass.gov.br (acesso em 05 de junho de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future national high
O município de Morrinhos (GO) possui 6,68% (19000ha) do seu território convertido em áreas de cultivo de cana-de-açúcar, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020a). Os municípios de Água Fria de Goiás (GO), Balsas (MA) e Palmas (TO) possuem, respectivamente, 12,32% (25000ha), 6,17% (81067ha) e 5,5% (12250ha) de seus territórios convertidos em áreas de cultivo de milho, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020b). Os municípios de Água Fria de Goiás (GO), Balsas (MA), Morrinhos (GO), Palmas (TO) e Santana do Araguaia (PA) possuem, respectivamente, 19,22% (39000ha), 15,91% (209081ha), 10,54% (30000ha), 5,64% (12552ha) e 6,21% (72000ha) de seus territórios convertidos em áreas de cultivo de soja, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020c).
Referências:
  1. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020a. Produção Agrícola Municipal - Área plantada: cana-de-açúcar, dados de 2018. Município: Morrinhos (GO). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1612 (acesso em 20 de março de 2020).
  2. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020b. Produção Agrícola Municipal - Área plantada: milho, dados de 2018. Municípios: Água Fria de Goiás (GO), Balsas (MA) e Palmas (TO). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1612 (acesso em 20 de março de 2020).
  3. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020c. Produção Agrícola Municipal - Área plantada: soja, dados de 2018. Municípios: Água Fria de Goiás (GO), Balsas (MA), Morrinhos (GO), Palmas (TO) e Santana do Araguaia (PA). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1612 (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future national high
Os municípios Água Fria de Goiás (GO), Alto Horizonte (GO), Anápolis (GO), Cocalinho (MT), Formosa (GO), Goiatins (TO), Januária (MG), Lagoa da Confusão (TO), Lavandeira (TO), Morrinhos (GO), Palmas (TO), Pontes e Lacerda (MT), Presidente Kennedy (TO), Santana do Araguaia (PA), São José de Ribamar (MA), São Mateus do Maranhão (MA), Vargem Grande (MA) e Vigia (PA) possuem, respectivamente, 19,29% (39142,9ha), 59,95% (30200,5ha), 40,46% (37753,9ha), 23,79% (392872,5ha), 32,05% (186247,8ha), 5,02% (32141,8ha), 17,16% (114346,9ha), 7,77% (82138,8ha), 26,22% (13623ha), 51,09% (145402,5ha), 11,51% (25541,3ha), 36,69% (314338ha), 37,57% (28942,6ha), 48,19% (558551,2ha), 9,59% (3701,1ha), 48,38% (37891,9ha), 7,89% (15456,3ha) e 10,99% (5922,4ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2018. Municípios: Água Fria de Goiás (GO), Alto Horizonte (GO), Anápolis (GO), Cocalinho (MT), Formosa (GO), Goiatins (TO), Januária (MG), Lagoa da Confusão (TO), Lavandeira (TO), Morrinhos (GO), Palmas (TO), Pontes e Lacerda (MT), Presidente Kennedy (TO), Santana do Araguaia (PA), São José de Ribamar (MA), São Mateus do Maranhão (MA), Vargem Grande (MA) e Vigia (PA) . URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 20 de março de 2020).

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection needed
A espécie não é conhecida em nenhuma unidade de conservação, mas claramente existe a necessidade de melhorar a proteção do habitat nos locais onde se sabe que ela ocorre. São necessárias pesquisas adicionais para determinar se esta espécie está ou não experimentando um declínio efetivo ou está passando por flutuações naturais da população.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não é conhecido valor econômico da espécie.