Eduardo Fernandez; Patricia da Rosa. 2018. Posoqueria bahiensis (Rubiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência nos estados: BAHIA, município de Cairú (Mattos Silva 2549), Itacaré (Thomas 12186), Saubara (Miranda 6802), Taperoá (Mattos Silva 2562), Uruçuca (Thomas 8409), Valença (Fiaschi 2302), ESPÍRITO SANTO, município de Nova Venécia (Kollmann 11372).
Árvores de até 16 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Foi coletada em Floresta Ombrófila e Restinga associada a Mata Atlântica nos estados da Bahia e Espírito Santo. Apresenta distribuição restrita, EOO=12396 km² e ocorrência exclusiva em fitofisionomias florestais atualmente severamente fragmentadas. Estima-se que restem atualmente cerca de 15% da vegetação original da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018; Ribeiro et al., 2009). Sabe-se que grande parte das florestas úmidas da Bahia e Espírito Santo encontram-se fragmentadas como resultado de atividades antrópicas realizadas no passado e atualmente, restando 12% e 14% de remanescentes florestais, respectivamente (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Desmatamento, corte madeireiro e implementação de atividades agrossilvipecuárias em larga escala (Paciencia e Prado, 2005), principalmente plantações de Eucalyptus sp. (Baesso et al., 2010; Landau, 2003), cacau (Rolim e Chiarello, 2004) e vastas áreas convertidas em pasto e outras culturas, como seringa, piaçava e dendê (Alger e Caldas, 1996) constituem os principais vetores de stress a persistência de P. bahiensis na natureza. Apesar de ocorrência em Unidade de Conservação de proteção integral, estas sofrem com desmatamento, corte seletivo e situação fundiária irregular (Instituto Sócio-Ambiental, 2018). Diante do exposto, portanto, considera-se a espécie Vulnerável (VU) a extinção. Infere- se declínio contínuo em EOO e extensão e qualidade de habitat. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, busca por novas localidades, censo, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir a perpetuação desta espécie no futuro.
Descrita em: Macias, L.F. & Kinoshita, L.S., Novon 13: 206, 2003.
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 4 Transportation & service corridors | habitat | present | regional | high |
Desordenado com áreas abertas para loteamento e presença de muitas estradas de terra e trilhas, com erosão do solo e formação de voçorocas (Google Earth Pro Version 7.3.2., 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | habitat | past,present | national | very high |
Perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2 Agriculture & aquaculture | habitat,occupancy | past,present,future | regional | high |
O município de Taperoá com 410179 ha tem 1700 ha de seu território convertido em agricultura de guaraná, dendê, cacau, cravo da índia, piaçava, pimenta do reino, milho, cana-de-açúcar, entre outros. (Lapig, 2018; Sacramento, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 1.3 Tourism & recreation areas | regional | high | ||
A atividade turística está sendo intensivamente estimulada pelo governo do estado. A Coordenação de Desenvolvimento do Turismo - CODETUR, ligada a Secretaria da Cultura e Turismo do governo do estado da Bahia, elaborou o Programa de Desenvolvimento Turístico da Bahia. O objetivo é dotar o estado das condições necessárias para o aproveitamento de suas potencialidades naturais, históricas e culturais, ordenando o espaço territorial e definindo as ações necessárias ao desenvolvimento do turismo. Desta forma, foram definidas Zonas Turísticas e uma delas é a Costa do Cacau, litoral sul, abrangendo os municípios de Itacaré, Uruçuca, Ilhéus, Una e Canavieiras (ICMBio, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 3.2 Mining & quarrying | occupancy | past,present,future | regional | high |
Em Saubara (BA) a extração de areia forma depressões paludosas artificiais, resultantes de dragagem; raspagem do solo. Extração de barro com erosão no entorno de alguns riachos. A região de Nova Venécia (ES) é explorada em grande parte pela mineração, através de algumas pedreiras (Google Earth Pro Version 7.3.2., 2018). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada [PE Serra do Condurú - BA (Jardim 2962) e APA da Pedra do Elefante - ES (Kollmann 11372)]. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |