Celastraceae

Peritassa flaviflora A.C.Sm.

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2020. Peritassa flaviflora (Celastraceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

188.509,096 Km2

AOO:

100,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Biral e Lombardi, 2020), com distribuição: no estado do Espírito Santo — no município Marilândia —, no estado de Minas Gerais — nos municípios Caratinga, Faria Lemos, Itambé do Mato Dentro, Lima Duarte, Mariana, Marliéria, Rio Preto, Tombos e Vargem Alegre —, no estado do Rio de Janeiro — nos municípios Duque de Caxias e Silva Jardim —, e no estado de São Paulo — nos municípios Iguape, Queluz, Registro, São José dos Campos, Sete Barras, Tapiraí e Ubatuba.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore com até 15 m, endêmica do Brasil (Biral e Lombardi, 2020), foi registrada em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) associada à Mata Atlântica distribuída em ao menos 19 municípios distribuídos entre os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição muito ampla, EOO=163498 km², e apesar de poder e apesar de poder ser considerada Em Perigo (EN) por B2(iii), com a AOO=104 km² e padrão de distribuição raro (Leonardo Biral, comunicação pessoal, 2020), sabe-se que sua EOO e número de situações de ameaça supera vastamente os limiares para esta categoria. Mesmo sendo considerada rara e ocorrência aparentemente em baixa frequência, a espécie possui registros em áreas onde ainda existem na paisagem extensões significativas de fitofisionomias de ocorrência potencial em estado prístino, além de presença confirmada em diversas Unidades de Conservação de proteção integral, como o Parque Estadual da Serra do Mar (SP). Assim, embora o valor de AOO e raridade sugiram vulnerabilidade, existem muitos habitats semelhantes onde a espécie pode vir a ser registrada. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que impactem sua persistência na natureza. Assim, diante deste cenário, portanto, a espécie foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro. A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).

Último avistamento: 2011
Quantidade de locations: 19
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Brittonia 3, 507, 1940.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido

Tempo de geração:

Detalhes: circa • 108
Justificativa:

O tempo de geração estimado para esta espécie é de 8 a 9 anos (Leonardo Biral, comunicação pessoal, 2020).

Detalhes: A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada rara (Leonardo Biral, comunicação pessoal, 2020).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush, liana
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore com até 15 m de altura. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Biral e Lombardi, 2020).
Referências:
  1. Biral, L., Lombardi, J.A., 2020. Celastraceae. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB6776 (acesso em 23 de setembro de 2020)

Ameaças (12):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future regional high
A ocupação urbana foi classificada no Plano de Manejo como um vetor de pressão antrópica extrema. O crescente processo de adensamento urbano ao longo do vale do Paraíba e do litoral, é um dos principais fatores impactantes para a biodiversidade encontrada no Parque. Adicionalmente, a implementação da infra-estrutura de comunicação entre o planalto e o litoral, traduzida nos sistemas viários, redes de transmissão de energia, oleodutos, gasodutos e torres repetidoras, assim como a ocupação clandestina das encostas, cria um cenário de fragmentação e perda de habitat. As florestas de planície encontram-se atualmente ameaçadas pela ocupação humana e expansão imobiliária (SEMA, 2008). Trata-se de uma região de expressiva diversidade biológica, abrangendo os municípios de Caraguatatuba, Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela, tendo como recursos paisagísticos, além da costa litorânea, composta por praias de rara beleza, a Serra do Mar e a Mata Atlântica. Essas características configuram-se num forte apelo à implantação de empreendimentos imobiliários voltados ao turismo, representado, principalmente, pelas residências secundárias. Especulação imobiliária, loteamentos irregulares, turismo predatório, assentamentos clandestinos, crescimento demográfico com significativo movimento migratório, são elementos que tipificam o processo de urbanização que vem ocorrendo de forma desordenada na região (Borelli, 2006).
Referências:
  1. SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 2008. Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar. Inst. Florest. do Estado São Paulo. Proj. Preserv. da Mata Atlântica e Inst. EKOS Bras. URL https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/planos-de-manejo/planos-de-manejo-planos-concluidos/plano-de-manejo-pe-serra-do-mar/ (acesso em 04 de setembro de 2019).
  2. Borelli, E., 2006. Cidade e natureza: análise da gestão ambiental da zona costeira do litoral norte paulista. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Tese de Doutorado. São Paulo.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3 Indirect ecosystem effects 1.3 Tourism & recreation areas habitat past,present,future national high
Os atrativos histórico-culturais e agora ambientais têm impulsionado o turismo nas cidades de Mariana e Ouro Preto (Ostanello et al., 2013). Trata-se de uma região de expressiva diversidade biológica, abrangendo os municípios de Caraguatatuba, Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela, tendo como recursos paisagísticos, além da costa litorânea, composta por praias de rara beleza, a Serra do Mar e a Mata Atlântica. Essas características configuram-se num forte apelo à implantação de empreendimentos imobiliários voltados ao turismo, representado, principalmente, pelas residências secundárias. Especulação imobiliária, loteamentos irregulares, turismo predatório, assentamentos clandestinos, crescimento demográfico com significativo movimento migratório, são elementos que tipificam o processo de urbanização que vem ocorrendo de forma desordenada na região (Borelli, 2006).
Referências:
  1. Ostanello, M.C.P., Danderfer, A., Castro, P.D.T.A., 2013. Caracterização de Lugares de Interesse Geológico e Trilhas Geoturísticas no Parque Estadual do Itacolomi – Ouro Preto e Mariana, Minas Gerais. Rev. Geociências 32, 286–297.
  2. Borelli, E., 2006. Cidade e natureza: análise da gestão ambiental da zona costeira do litoral norte paulista. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Tese de Doutorado. São Paulo.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2.2 Agro-industry plantations habitat past,present,future national high
A ocupação rural adensada foi classificada no Plano de Manejo como um vetor de pressão antrópica muito alta, ao passo que as pastagens e reflorestamento com Pinus spp. e Eucalyptus spp. foram considerados vetores de pressão alta. Destaca-se a aparente invasão de Pinus spp. em campos montanos do Núcleo Curucutu, que pode interferir na dinâmica das espécies nativas, levando à descaracterização da vegetação dos locais onde se estabelecem. Algumas áreas do Núcleo Itutinga-Pilões encontram-se bastante alteradas em função de plantações de Eucalyptus spp. (Borelli, 2006). Os municípios Caratinga (MG), Lima Duarte (MG) e Marilândia (ES) possuem, respectivamente, 5,18% (6520ha), 6,19% (5250ha) e 6,3% (2064ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020).
Referências:
  1. Borelli, E., 2006. Cidade e natureza: análise da gestão ambiental da zona costeira do litoral norte paulista. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Tese de Doutorado. São Paulo.
  2. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2020. Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, dados de 2018. Municípios: Caratinga (MG), Lima Duarte (MG) e Marilândia (ES). URL https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/5930 (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming habitat past,present,future national very high
A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Mata Atlântica, a conversão do uso da terra para atividades agropecuária é um dos principais vetores de modificação, causadores de perda de biodiversidade (Joly et al., 2019). Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica do período de 2019, da área total de 130.973.638 ha da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica - AALMA (Lei nº 11.428/06), apenas ca. 19.936.323 ha (15,2%) correspondiam a áreas naturais (SOS Mata Atlântica, 2020). Em levantamentos relativos a 2018, as áreas de pastagens ocupavam entre ca. 39.854.360 ha (30,4% da AALMA) (Lapig, 2020) e ca. 50.975.705 ha (39% da AALMA), dentre os quais 36.193.076 ha foram classificados como pastagens e 14.782.629 ha como Mosaico de Agricultura ou Pastagem (MapBiomas, 2020). Na Mata atlântica, a partir de 2002 foi registrado um decréscimo das áreas ocupadas por pastagens como decorrência da intensificação da pecuária (Parente et al., 2019). Apesar disso, esses autores verificaram a expansão de áreas ocupadas por atividades agricultura de larga escala (cana-de-açúcar e soja), que ocupa espaços antes destinados à pecuária mais extensiva.
Referências:
  1. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., Padgurschi, M.C.G., 2019. 1º Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. URL https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
  2. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. URL https://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig. html (acesso em 03 de junho de 2020).
  3. MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2019. Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/19 a 2028/29 projeções de longo prazo. MAPA/ACE, Brasília. URL https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola/todas-publicacoes-de-politica-agricola/projecoes-do-agronegocio/projecoes-do-agronegocio-2018-2019-2028-2029/@@download/file/projecoes-2019_versao_final_3.pdf
  4. MapBiomas, 2020. Plataforma MapBiomas v.4.1 - Base de Dados Cobertura e Uso do Solo. URL https://plataforma.mapbiomas.org/map#coverage (acesso em 03 de junho de 2020).
  5. Parente, L., Mesquita, V., Miziara, F., Baumann, L., Ferreira, L., 2019. Assessing the pasturelands and livestock dynamics in Brazil, from 1985 to 2017: A novel approach based on high spatial resolution imagery and Google Earth Engine cloud computing. Remote Sensing of Environment 232, 111301. URL https://doi.org/10.1016/j.rse.2019.111301
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional high
Em direção ao interior da Região Hidrográfica, a pecuária é o principal uso do solo com as pastagens ocupando 51% do seu território. A atividade agrícola, embora diversificada e distribuída diagonalmente ao longo da região, sobressai pelas extensas áreas ocupadas pela monocultura de cana-de-açúcar, especialmente em Casimiro de Abreu e Silva Jardim. Cabe ressaltar ainda que a maior incidência de queimadas coincide com essas áreas de canaviais (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira Filho, T.B., Martinelli, G., 2018. Plano de ação nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro., 1st ed. Secretaria de Estado do Ambiente (SEA): Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 3.2 Mining & quarrying habitat past,present,future national very high
Nas últimas quatro décadas o Quadrilátero Ferrífero já perdeu milhares de hectares de cangas, pelo menos 40% da área total, devido principalmente ao efeito direto da ocorrência de 46 minas de extração de minério de ferro (Carmo e Jacobi, 2012). A perda e alteração de habitats são há muito reconhecidas como principais ameaças à biodiversidade mundial. Nos afloramentos de ferro brasileiro, esse processo ocorre basicamente em associação com as atividades de mineração. A região é uma das principais produtoras de minerais metálicos do mundo, especialmente minério de ferro superficial. A intensa atividade de mineração implica uma completa alteração da paisagem, com enormes impactos na biodiversidade local e regional. Devido à sua área muito restrita, difícil acesso e por estarem associadas a depósitos de minério de ferro de alta qualidade, as comunidades vegetais sobre a canga estão entre as mais ameaçadas e menos estudadas nos ecossistemas amplamente pesquisados no sudeste do Brasil (Jacobi e Carmo, 2008). A região do do sudeste do quadrilátero ferrífero abarca os municípios de Ouro Petro e Mariana. Nessa região, a alta diversidade e a ocorrência de espécies raras, microendêmicas e ameaçadas de extinção, evidencia a necessidade da conservação de cangas . No entanto, devido ao alto interesse minerário, essas áreas estão extremamente ameaçadas (Messias e Carmo, 2015). Em 5 de novembro de 2015, o Brasil assistiu a um dos piores desastres ambientais de sua história. Uma onda de lama enterrou Bento Rodrigues, uma vila no município de Mariana, localizada na Serra do Espinhaço, no estado de Minas Gerais (Escobar, 2015). Casas e o patrimônio histórico, cultural e natural da vila inundados por sessenta e dois milhões de m3 de lodo, deixando 19 mortos, 3 desaparecidos e mais de 600 desabrigados (Neves et al., 2016). A mineração em Ubatuba e Picinguaba (SP) foi classificada no Plano de Manejo como um vetor de pressão antrópica extrema (SEMA, 2008).
Referências:
  1. Carmo, F.F., Jacobi, C.M., 2012. Vascular plants on cangas, in: Jacobi, C.M., Carmo, F.F. (Eds.), Diversidade Florística Nas Cangas Do Quadrilátero Ferrífero. Código Editora, Belo Horizonte, pp. 43–47.
  2. Jacobi, C.M., Carmo, F.F., 2008. The Contribution of Ironstone Outcrops to Plant Diversity in the Iron Quadrangle, a Threatened Brazilian Landscape. Ambio 37, 324–326.
  3. Neves, A.C. de O., Nunes, F.P., de Carvalho, F.A., Fernandes, G.W., 2016. Neglect of ecosystems services by mining, and the worst environmental disaster in Brazil. Nat. Conserv. 14, 24–27. URL https://doi.org/10.1016/j.ncon.2016.03.002
  4. Messias, M.C.T.B., Carmo, F.F., 2015. Flora e vegetação em substratos ferruginosos do sudeste do Quadrilátero Ferrífero, in: Carmo, F.F., Kamino, L.H.Y. (Eds.), Geossistemas Ferruginosos Do Brasil. 3i Editora, Belo Horizonte, pp. 335–360.
  5. SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 2008. Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar. Inst. Florest. do Estado São Paulo. Proj. Preserv. da Mata Atlântica e Inst. EKOS Bras. URL https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/planos-de-manejo/planos-de-manejo-planos-concluidos/plano-de-manejo-pe-serra-do-mar/ (acesso em 04 de setembro de 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 4.2 Utility & service lines habitat past,present,future regional very high
As ferrovias, linhas de alta tensão e rodovias não pavimentadas em Ubatuba e Picinguaba (SP) foram classificadas no Plano de Manejo como vetores de pressão antrópica muito alta, ao passo que dutos e rodovias pavimentadas foram considerados vetores de pressão extrema. A implementação da infra-estrutura de comunicação entre o planalto e o litoral, traduzida nos sistemas viários, redes de transmissão de energia, oleodutos, gasodutos e torres repetidoras, assim como a ocupação clandestina das encostas, cria um cenário de fragmentação e perda de habitat. No Parque Estadual da Serra do Mar contribuem diretamente para a perda e fragmentação de habitat a infra-estrutura viária, a existência de dutos, a expansão urbana, dentre muitos outros aspectos (SEMA, 2008). As linhas de transmissão da usina termoelétrica para ligar ao sistema nacional passariam por dentro de áreas protegidas como o Parque Estadual da Serra do Mar e a Estação Ecológica Jureia-Itatins (Gastrading Comercializadora de Energias S.A. e Tetra Tech Engenharia e Consultoria Ltda., 2016).
Referências:
  1. SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 2008. Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar. Inst. Florest. do Estado São Paulo. Proj. Preserv. da Mata Atlântica e Inst. EKOS Bras. URL https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/planos-de-manejo/planos-de-manejo-planos-concluidos/plano-de-manejo-pe-serra-do-mar/ (acesso em 04 de setembro de 2019).
  2. Gastrading Comercializadora de Energias S.A., Tetra Tech Engenharia e Consultoria Ltda., 2016. Relatório de Impacto Ambiental - RIMA Projeto Verde Atlântico Energias. Relatório Impacto Ambiental. - RIMA. URL http://docplayer.com.br/54565682-Relatorio-de-impacto-ambiental-rima-projeto-verde-atlantico-energias.html (acesso em 17 de fevereiro de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3.2 Intentional use: large scale (species being assessed is the target) [harvest] habitat past,present,future regional high
A Estação Biológica de Caratinga compreende 880 ha de matas que, na maior parte, sofreram variadas formas de exploração, desde o corte seletivo até a derrubada total para o estabelecimento de pastagens (Lombardi e Gonçalves, 2000).
Referências:
  1. Lombardi, J.A., Gonçalves, M., 2000. Composição florística de dois remanescentes de Mata Atlântica do sudeste de Minas Gerais, Brasil. Rev. Bras. Botânica 23, 255–282. URL https://doi.org/10.1590/S0100-84042000000300003
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3.5 Motivation Unknown/Unrecorded habitat past,present,future national very high
O desmatamento em Ubatuba e Picinguaba (SP) foi classificado no Plano de Manejo como um vetor de pressão antrópica muito alta e a extração de madeira como uma pressão alta. As florestas de encosta apresentam grande diversidade e estão sujeitas aos tipos categorias de perturbações (caça, corte seletivo, poluição, ocupação irregular) (SEMA, 2008). O município de Duque de Caxias com 46762 ha possui 16224 ha que representam 34% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Faria Lemos com 16522 ha possui 2035 ha que representam 12% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Lima Duarte com 84856 ha possui 12958 ha que representam 15% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Marilândia com 30902 ha possui 3306 ha que representam 10% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Rio Preto (MG) com 34814 ha possui 8166 ha que representam 23,46% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Silva Jardim com 93755 ha possui 32424 ha que representam 35% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019).
Referências:
  1. SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 2008. Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar. Inst. Florest. do Estado São Paulo. Proj. Preserv. da Mata Atlântica e Inst. EKOS Bras. URL https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/planos-de-manejo/planos-de-manejo-planos-concluidos/plano-de-manejo-pe-serra-do-mar/ (acesso em 04 de setembro de 2019).
  2. SOS Mata Atlântica, INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2019. Duque de Caxias. Aqui tem Mata? URL https://www.aquitemmata.org.br/#/busca/rj/Rio de Janeiro/Duque de Caxias (acesso em 29 de maio de 2019).
  3. SOS Mata Atlântica, INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2019. Faria Lemos. Aqui tem Mata? URL https://www.aquitemmata.org.br/#/busca/mg/Minas Gerais/Faria Lemos (acesso em 29 de maio de 2019).
  4. SOS Mata Atlântica, INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2019. Lima Duarte. Aqui tem Mata? URL https://www.aquitemmata.org.br/#/busca/mg/Minas Gerais/Lima Duarte (acesso em 29 de maio de 2019).
  5. SOS Mata Atlântica, INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2019. Marilândia. Aqui tem Mata? URL https://www.aquitemmata.org.br/#/busca/es/Espírito Santo/Marilândia (acesso em 29 de maio de 2019).
  6. SOS Mata Atlântica, INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2019. Rio Preto. Aqui tem Mata? URL http://www.aquitemmata.org.br/#/busca/mg/Minas Gerais/Rio Preto (acesso em 12 de setembro 2019).
  7. SOS Mata Atlântica, INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2019. Silva Jardim. Aqui tem Mata? URL https://www.aquitemmata.org.br/#/busca/rj/Rio de Janeiro/Silva Jardim (acesso em 29 de maio de 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat past,present,future regional high
Foi registrado na Rebio Poço das Antas 417 números de focos de calor no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2015. (Nunes et al, 2018). Em fevereiro de 2014 ocorreu um grande incêndio e destruiu mais de quatro milhões de metros quadrados de mata da Reserva. Os incêndios são uma das maiores fontes de danos aos ecossistemas presentes em unidades de conservação, principalmente em regiões em desenvolvimento e paisagens dominadas por áreas agrícolas e pastagens (Bontempo et al. 2011). O fogo em em Ubatuba e Picinguaba (SP) foi classificado no Plano de Manejo como um vetor de pressão antrópica pressão alta (SEMA/IF-SP, 2018).
Referências:
  1. Bontempo, G.C., Lima, G.S., Ribeiro, G.A., Doula, S.M., Silva, E., Jacovine, L.A.G., 2011. Registro de Ocorrência de Incêndio (ROI): evolução, desafios e recomendações. Biodiversidade Bras. 1, 247–263.
  2. Nunes, R.Z., Menezes, S.J.M. da C. de, Almeida, F.S., 2018. Variação sazonal no número de focos de calor detectados por satélites em unidades de conservação federais no estado do Rio de Janeiro e a influência de características das áreas protegidas. Divers. e Gestão 2, 26–35.
  3. SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 2008. Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar. Inst. Florest. do Estado São Paulo. Proj. Preserv. da Mata Atlântica e Inst. EKOS Bras. URL https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/planos-de-manejo/planos-de-manejo-planos-concluidos/plano-de-manejo-pe-serra-do-mar/ (acesso em 04 de setembro de 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3 Indirect ecosystem effects 7.2.8 Abstraction of ground water (unknown use) habitat past,present,future regional very high
As estruturas para o abastecimento de água foram classificadas no Plano de Manejo como um vetor de pressão antrópica muito alta e o fogo como uma pressão alta (SEMA/IF-SP, 2018).
Referências:
  1. SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 2008. Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar. Inst. Florest. do Estado São Paulo. Proj. Preserv. da Mata Atlântica e Inst. EKOS Bras. URL https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/planos-de-manejo/planos-de-manejo-planos-concluidos/plano-de-manejo-pe-serra-do-mar/ (acesso em 04 de setembro de 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3 Indirect ecosystem effects 8.1.1 Unspecified species locality past,present,future regional high
Às margens do Rio Puruba, em Ubatuba, a presença de gado Bos taurus e búfalos Bubalus bubalis trazem grandes problemas. Como a descaracterização da vegetação nativa por pisoteio, tanto dos brejos, sub-bosque de ambientes florestais e vegetação ciliar, além do lançamento de excrementos nos cursos d’água. Outro impacto significativo, ligado à presença do gado e búfalos é a descaracterização do ambiente causada pela introdução de forrageiras exóticas (SEMA, 2008).
Referências:
  1. SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 2008. Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar. Inst. Florest. do Estado São Paulo. Proj. Preserv. da Mata Atlântica e Inst. EKOS Bras. URL https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/planos-de-manejo/planos-de-manejo-planos-concluidos/plano-de-manejo-pe-serra-do-mar/ (acesso em 04 de setembro de 2019).

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente-SEA: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território São João del Rei - 29 (MG), Território Espinhaco Mineiro - 10 (MG), Território Espírito Santo - 33 (ES).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Bacia do Paraíba do Sul, Área de Proteção Ambiental de Cananéia-Iguapé-Peruíbe, Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira, Área de Proteção Ambiental Serra da Mantiqueira, Área de Proteção Ambiental Serra do Mar, Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Estadual do Rio Doce, Parque Estadual Intervales, Parque Estadual Serra Negra da Mantiqueira e Reserva Biológica de Poço das Antas. Parque Nacional Serra do Cipó (Leonardo Biral, comunicação pessoal, 2020).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.