Peraceae

Pera manausensis Bigio & Secco

Como citar:

Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2019. Pera manausensis (Peraceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

2.380,414 Km2

AOO:

24,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Bigio & Secco, 2019), com ocorrência nos estados: AMAZONAS, municípios Manaus (Costa 433) e Rio Preto da Eva (Mars 1855).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Critério: B1ab(iii)+2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore de até 35 m, endêmica do Brasil (Bigio e Secco, 2019) foi documentada em Floresta de Terra Firme associada à Amazônia, no estado do Amazonas, municípios de Manaus e Rio Preto da Eva. Apresenta distribuição restrita à região central da Amazônia, EOO=1923 km², AOO=24 km² e quatro situações de ameaça, considerando-se o grau de ameaça incidente em cada ponto específico de ocorrência. Nos últimos dez anos, Manaus, foi dentre os municípios mais populosos do Brasil, o que apresentou a maior taxa média geométrica de crescimento anual (Nogueira et al., 2007). Com uma alta densidade demográfica (41 hab./ha), na zona Norte de Manaus o crescimento populacional tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a mesma vem sofrendo. A construção de conjuntos habitacionais pelo poder público e privado é um dos principais responsáveis pelo desmatamento verificado nos últimos 18 anos. Essa expansão urbana é um vetor de pressão sobre a Reserva Florestal Adolpho Ducke, devido o surgimento cada vez mais intenso de ocupações irregulares em seu entorno (Nogueira et al., 2007). A espécie foi registrada ainda em regiões próximas a AM-010 que liga Manaus a Itacoatiara, e a BR-174, que constituem frentes de expansão do desmatamento, da agricultura e da pecuária. na região (Lapig, 2018), mesmo dentro de áreas protegidas (Kuano et al., 2017). Diante desse cenário, portanto, infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade de habitat. Assim, P. manauensis foi considerada Em Perigo (EN) de extinção neste momento. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, censo e tendências populacionais, busca por novas áreas de ocorrência, principalmente em áreas protegidas) e conservação (Plano de Ação) urgentes, a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição, podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN), previsto para partes de sua região de ocorrência.

Último avistamento: 2009
Quantidade de locations: 4
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Rodriguésia 61(1): 78–81, 77, f. 1. 2010.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta de Terra-Firme
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Arvore de 25-35 m de altura (Bigio & Secco, 2012). ocorrendo nos domínios da Amazônia, na Floresta de Terra Firme (Bigio & Secco, 2019).
Referências:
  1. Bigio, N.C.; Secco, R.S. Peraceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB121940>. Acesso em: 04 Set. 2019
  2. Bigio, N.C., Secco, R.S., 2012. As espécies de Pera (Euphorbiaceae s.s) na Amazônia brasileira. Rodriguésia, 63(1), 163-207.

Reprodução:

Detalhes: A espécie floresce de junho até novembro e frutifica em dezembro (Bigio & Secco, 2012).
Fenologia: flowering (Jun~Nov), fruiting (Dec~Dec)
Sistema sexual: dioecious
Referências:
  1. Bigio, N.C., Secco, R.S., 2012. As espécies de Pera (Euphorbiaceae s.s) na Amazônia brasileira. Rodriguésia, 63(1), 163-207.

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture habitat past,present local high
Rio Preto da Eva é um município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Manaus, no estado do Amazonas. Está situado a 78 km da capital amazonense. É atravessado pela AM-010 que liga Manaus a Itacoatiara, e a BR-174, frentes de expansão do desmatamento, da agricultura e da pecuária. O estabelecimento do município em 1981 deve-se ao fato de ter sido implantada a colônia agrícola por imigrantes japoneses e alguns colonos brasileiros que se instalaram em fins de 1967, assim como a abertura da AM-010 (Lapig, 2018)
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 11 de junho 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 4.1 Roads & railroads habitat past,present local high
Rio Preto da Eva é um município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Manaus, no estado do Amazonas. Está situado a 78 km da capital amazonense. É atravessado pela AM-010 que liga Manaus a Itacoatiara, e a BR-174, frentes de expansão do desmatamento, da agricultura e da pecuária. O estabelecimento do município em 1981 deve-se ao fato de ter sido implantada a colônia agrícola por imigrantes japoneses e alguns colonos brasileiros que se instalaram em fins de 1967, assim como a abertura da AM-010 (Lapig, 2018)
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 11 de junho 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat past,present,future regional high
O crescimento urbano de Manaus foi o maior da região Norte, sendo considerada hoje o 12º maior centro urbano do país, e uma metrópole regional, com 1.644.690 habitantes (estimativa IBGE, 2005). Nos últimos dez anos, Manaus, foi dentre os municípios mais populosos do Brasil, o que apresentou a maior taxa média geométrica de crescimento anual (Nogueira et al., 2007). Com uma alta densidade demográfica (41 hab./ha), na zona Norte de Manaus o crescimento populacional tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a mesma vem sofrendo. A construção de conjuntos habitacionais pelo poder público e privado é um dos principais responsáveis pelo desmatamento verificado nos últimos 18 anos. Essa expansão urbana é um vetor de pressão sobre a Reserva Florestal Adolpho Ducke, devido o surgimento cada vez mais intenso de ocupações irregulares em seu em torno (Nogueira et al., 2007).
Referências:
  1. Nogueira, A.C.F., Sanson, F., Pessoa, K., 2007. A expansão urbana e demográfica da cidade de Manaus e seus impactos ambientais. Anais do Xlll Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, INPE p.5427-5434.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat past,present,future national very high
Silva-Junior et al. (2018) mostraram que a suscetibilidade da paisagem aos incêndios florestais aumenta no início do processo de desmatamento. Em geral, seus resultados reforçam a necessidade de garantir baixos níveis de fragmentação na Amazônia brasileira, a fim de evitar a degradação de suas florestas pelo fogo e as emissões de carbono relacionadas. A redução do passivo florestal decorrente da última modificação do Código Florestal aumenta a probabilidade de ocorrência de degradação florestal pelo fogo, uma vez que permite a existência de áreas com menos de 80% de cobertura florestal, contribuindo para a manutenção de altos níveis de fragmentação. Os mesmo autores prevêem que a degradação florestal por fogo continuará a aumentar na região, especialmente à luz do relaxamento da lei ambiental mencionada e seus efeitos sinérgicos com mudanças climáticas em curso. Tudo isso pode afetar os esforços para reduzir as emissões do desmatamento e da degradação florestal (REDD). Esses autores indicam que ações para prevenir e gerenciar incêndios florestais são necessárias, principalmente para as propriedades onde existem passivos florestais que são compensados ​​em outras regiões.
Referências:
  1. Silva-Junior, C.H.L., Aragão, L.E.O.C., Fonseca, M.G., Almeida, C.T., Vedovato, L.B., Anderson, L.O., 2018. Deforestation-induced fragmentation increases forest fire occurrence in Central Brazilian Amazonia. Forests 9, 305.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2 Species stresses 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present,future regional high
Registro constante de atividades ilegais de grande impacto desenvolvidas na maior parte das áreas protegidas da Amazônia foi desenvolvido por Kuano et al. (2017). Os autores encontraram 27 tipos de uso ilegal de recursos naturais que foram agrupados em 10 categorias de atividades ilegais. A maioria das infrações estava relacionada à supressão e degradação da vegetação (37,40%), seguida pela pesca ilegal (27,30%) e atividades de caça (18,20%). Esses resultados demonstram que, embora as APs sejam fundamentais para a conservação da natureza na Amazônia brasileira, as pressões e ameaças representadas pelas atividades humanas incluem uma ampla gama de usos ilegais de recursos naturais. A densidade populacional de até 50 km de uma AP é uma variável chave, influenciando atividades ilegais. Essas ameaças colocam em risco a conservação a longo prazo e ainda são necessários muitos esforços para manter os APs suficientemente grandes e intactos para manter as funções dos ecossistemas e proteger a biodiversidade.
Referências:
  1. Kuano, E.E., Silva, J.M.C., Michalski, F., 2017. Illegal use of natural resources in federal protected areas of the Brazilian Amazon. PeerJ, DOI 10.7717/peerj.3902

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi coletada em: PARQUE ESTADUAL RIO NEGRO SETOR SUL (PI) e na Reserva Florestal Ducke (Vicentini 1058).
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território Manaus - 4 (AM).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.