Oxalidaceae

Oxalis hyalotricha Lourteig

Como citar:

Mariana Sartor; undefined. 2023. Oxalis hyalotricha (Oxalidaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

8.600,374 Km2

AOO:

16,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie ocorre no sul do Paraguai, leste da Argentina e sudoeste do Brasil (Flora e Funga do Brasil, 2023). No Brasil, apresenta distribuição nos estados do Mato Grosso do Sul — nos municípios Batayporã, Jateí, Naviraí e Taquarussu —, no estado do Paraná — nos municípios Foz do Iguaçu, Guaíra, Icaraíma, Porto Rico e São Pedro do Paraná —, e no estado de São Paulo — no município Presidente Epitácio.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2023
Avaliador: Mariana Sartor
Revisor:
Critério: B2b(iii)
Categoria: NT
Justificativa:

Oxalis hyalotricha caracteriza-se por ervas ou subarbustos, com ocorrência no Paraguai, Argentina e no Brasil, no habitat de matas ciliares e interiores da Floresta Ombrófila Semidecidual. Apresenta EOO de 35.510 km² e AOO de 92km². Desde a última avaliação (2013), o número de registros aumentou (mais por conta de identificações de coletas já feitas do que por novas coletas), principalmente ao longo do Rio Paraná, onde a espécie é mais bem representada. Apesar de ocorrer em Unidades de Conservação, como no Parque Nacional do Iguaçu e sua área de ocupação ser contemplada por Áreas de Preservação Permanente adjacentes ao Rio Paraná, está sob uma situação de ameaça pela pressão das atividades agrícolas que ocupam a região próxima do oeste paranaense. Além disso, a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu e seu reservatório impactou o ecossistema local e uma grande área de ocorrência da espécie, causando declínio na qualidade do seu habitat. A espécie é considerada Quase Ameaçada (NT), e a especificidade de seu habitat requer esforços de preservação da vegetação local e estratégias de conservação in situ e ex situ.

Possivelmente extinta? Não
Razão para reavaliação? New information
Justificativa para reavaliação:

Foram acrescentados novos registros.

Houve mudança de categoria: Sim
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 EN

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Bradea 7(1): 14 (1994), nom. nov. (1994). Erva ou subarbusto ca. 80cm de altura, caule ramificado e pubescente, difere da subespécie borealis por apresentar pecíolos e cálice pubescentes (vs. pecíolos e cálice glabros). Pecíolos filiformes e menores que a lâmina foliar. Corola amarela.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: herb, subshrub
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ciliar e/ou de Galeria
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Erva ou subarbusto com ca. 80 cm de altura (Flora e Funga do Brasil, 2023; Lourteig, 1994). Ocorre no seguintes domínio e vegetação: Mata Atlântica em Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial).
Referências:
  1. Flora e Funga do Brasil, 2023. Oxalidaceae. Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB52895 (acesso em 30 de janeiro de 2023).
  2. Lourteig, A. (1994). Oxalis L. subgéneros Thamnoxys (Endl.) Reiche emend. Lourt. Bradea, 7(1), 1-99.

Reprodução:

Detalhes: Floresce e frutifica o ano todo, com base nas descrições das coletas.
Fenologia: flowering (Jan~Dec), fruiting (Jan~Dec)
Estratégia: iteropara
Sistema sexual: hermafrodita

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future local low
De acordo com o MapBiomas, o município Foz do Iguaçu (PR) possui 12,69% (7841,48ha) do seu território convertido em áreas de infraestrutura urbana, segundo dados de 2020 (MapBiomas, 2022).
Referências:
  1. MapBiomas, 2022. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2020. Município: Foz do Iguaçu (PR). URL https://drive.google.com/file/d/1RT7J2jS6LKyISM49ctfRO31ynJZXX_TY/view?usp=sharing (acesso em 07 de março de 2023).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional medium
De acordo com o Atlas das Pastagens Brasileiras, os municípios Presidente Epitácio (SP), Icaraíma (PR), Porto Rico (PR), São Pedro do Paraná (PR), Batayporã (MS), Jateí (MS), Naviraí (MS) e Taquarussu (MS) possuem, respectivamente, 55,53% (69978,15ha), 47,68% (32194,8ha), 52,78% (11489,66ha), 61,33% (15372,15ha), 45,4% (82924,79ha), 36% (69600,68ha), 25,07% (79957,22ha) e 26,69% (28086,71ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2020 (Lapig, 2022). De acordo com o MapBiomas, os municípios Batayporã (MS), Icaraíma (PR), Jateí (MS), Naviraí (MS), Porto Rico (PR), Presidente Epitácio (SP), São Pedro do Paraná (PR) e Taquarussu (MS) possuem, respectivamente, 36,98% (67550,88ha), 44,07% (29760,44ha), 34,7% (67078,24ha), 22,86% (72907,2ha), 51,91% (11299,55ha), 53,2% (67049,79ha), 60,95% (15277,44ha) e 16,04% (16873,34ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagens, segundo dados de 2020 (MapBiomas, 2022a). Em 2020, a espécie apresentava 9,43% (943,10 ha) da sua AOO convertidos em áreas de pastagem, atividade que diminui a uma taxa de -0,77% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 1994 até 2020, a conversão tem diminuído a uma taxa de -1,56% aa. Em 2020, a espécie apresentava 30,06% (947.329,20 ha) da sua EOO convertidos em áreas de pastagem, atividade que diminui a uma taxa de -1,79% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 2001 até 2020, a conversão tem diminuído a uma taxa de -5,09% aa. Em 2020, a espécie apresentava 8,20% (820,06 ha) da sua AOO convertidos em áreas de mosaico de agricultura e pastagem, atividade que cresce a uma taxa de 0,22% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 2001 até 2020, a conversão tem crescido a uma taxa de 0,87% aa. Em 2020, a espécie apresentava 14,58% (459.533,25 ha) da sua EOO convertidos em áreas de mosaico de agricultura e pastagem, atividade que cresce a uma taxa de 0,78% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 1994 até 2020, a conversão tem crescido a uma taxa de 1,20% aa (MapBiomas, 2022b).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2022. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2020. Municípios: Presidente Epitácio (SP), Icaraíma (PR), Porto Rico (PR), São Pedro do Paraná (PR), Batayporã (MS), Jateí (MS), Naviraí (MS) e Taquarussu (MS). URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 07 de março de 2023).
  2. MapBiomas, 2022a. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2020. Municípios: Batayporã (MS), Icaraíma (PR), Jateí (MS), Naviraí (MS), Porto Rico (PR), Presidente Epitácio (SP), São Pedro do Paraná (PR) e Taquarussu (MS). URL https://drive.google.com/file/d/1RT7J2jS6LKyISM49ctfRO31ynJZXX_TY/view?usp=sharing (acesso em 07 de março de 2023).
  3. MapBiomas, 2022b. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 1985 e 2020. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 07 de março de 2023).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 7.2.10 Large dams habitat, past,present,future regional medium
A construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, aproveitando o grande aporte do Rio Paraná como reservatório, impactou uma grande área de ocorrência da espécie, cujo habitat é justamente as matas ciliares da região. Além das regiões inundadas, as obras na região de Foz do Iguaçu também impactaram o ecossistema local e consequentemente a qualidade do habitat da espécie.
Referências:
  1. USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2023. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Usina_Hidrel%C3%A9trica_de_Itaipu&oldid=65381719>. Acesso em: 14/03/2023.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como Em Perigo (EN) e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014).
Referências:
  1. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2014. Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014. Diário Oficial da União, 18/12/2014, Seção 1, p. 110-121. URL http://www.dados.gov.br/dataset/portaria_443 (acesso em 07 de março de 2023).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, Parque Estadual das Várzeas do Rio IVinhema, Parque Nacional de Ilha Grande e Parque Nacional do Iguaçu.
Ação Situação
5.1.3 Sub-national level on going
A espécie foi avaliada como Em Perigo (EN) na lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (SMA, 2016).
Referências:
  1. SMA - Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 2016. Resolução nº 57, de 05 de junho de 2016. Lista de espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo. Diário Oficial do Estado de São Paulo, 07/06/2016, Seção I, pp. 69-71. URL https://cetesb.sp.gov.br/licenciamentoambiental/wp-content/uploads/sites/32/2019/05/Resolução-SMA-nz-57-2016.pdf (acesso em 07 de março de 2023).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.