Myrtaceae

Myrciaria pallida O.Berg

Como citar:

Eduardo Amorim; Mário Gomes. 2021. Myrciaria pallida (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

1.214,524 Km2

AOO:

16,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Stadnik et al., 2020), com distribuição: no estado do Rio de Janeiro — nos municípios Macaé, Magé, Nova Friburgo e Petrópolis.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2021
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Mário Gomes
Critério: B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,iii,iv)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore endêmica do Brasil (Stadnik et al., 2020), com distribuição no estado do Rio de Janeiro, nos municípios Macaé, Magé, Nova Friburgo e Petrópolis. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila. Apresenta EOO= 1059km², AOO= 16km² e quatro situações de ameaças, considerando cada municípios de ocorrência da espécie. As ameaças à Mata Atlântica são históricas e estima-se cerca de 10% dos remanescentes florestais originais ainda estão sob pressão. As florestas de Petrópolis e da Serra da Estrela, situadas no município de Magé, são ameaçadas sobretudo pela expansão urbana (Costa et al., 2009, Tanizaki-Fonseca et al., 2009). A vegetação natural remanescente nesses municípios corresponde a respectivamente 32% e 36% da área original (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2011). De acordo com o MapBiomas, o município Magé (RJ) possui 11,04% (4315ha) do seu território convertido em áreas de infraestrutura urbana, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021). De acordo com o MapBiomas, os municípios Macaé (RJ), Magé (RJ), Nova Friburgo (RJ) e Petrópolis (RJ) possuem, respectivamente, 44,77% (54488ha), 14,77% (5772ha), 11,01% (10299ha) e 18,22% (14418ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagens, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021). Diante as pressões vigentes, infere-se declínio contínuo de extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade de habitat e número de situações de ameaças. Assim, Myrciaria pallida foi considerada como Em Perigo (EN) de extinção. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação e cumprimento de efetividade de UCs) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.

Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Fl. Bras. (Martius) 14(1), 368, 1857.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore de altura não registrada. Ocorre no seguinte domínio: Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila.
Referências:
  1. Stadnik, A., Proença, C.E.B., Caldas, D.K.D., 2020. Myrciaria. Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10797 (acesso em 03 de março de 2021)

Ameaças (6):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future local medium
As florestas de Petrópolis e da Serra da Estrela, situadas no município de Magé, são ameaçadas sobretudo pela expansão urbana (Costa et al., 2009, Tanizaki-Fonseca et al., 2009). De acordo com o MapBiomas, o município Magé (RJ) possui 11,04% (4315ha) do seu território convertido em áreas de infraestrutura urbana, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021).
Referências:
  1. Costa, M.B., Simon, A., Araújo, A.F.B., Mendes, C.P.A., Salgueiro, F., Costa, J.M., Soares, M.L.G., Moulton, T.P., 2009. Região urbano-industrial, in: Bergallo, H.G., Fidalgo, E.C.C., Rocha, C.F.C., Uzêda, M.C., Costa, M.B., Alves, M.A.S., Van Sluys, M., Santos, M.A., Costa, T.C.C., Cozzolino, A.C.R. (Eds.), Estratégias e Ações Para a Conservação Da Biodiversidade No Estado Do Rio de Janeiro. Instituto Biomas, Rio de Janeiro, pp. 327–337.
  2. MapBiomas, 2021. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2019. Município: Magé (RJ). URL https://mapbiomas-br-site.s3.amazonaws.com/Estat%C3%ADsticas/Dados_Cobertura_MapBiomas_5.0_UF-MUN_SITE_v2.xlsx (acesso em 08 de março de 2021).
  3. Tanizaki-Fonseca, K., Lorenzon, M.C.A., Gonçalves, P.R., Barros Filho, J.D., Cruz, E.S.A., Rahy, I.S., 2009. Região serrana de economia diversificada, in: Bergallo, H.G., Fidalgo, E.C.C., Rocha, C.F.C., Uzêda, M.C., Costa, M.B., Alves, M.A.S., Van Sluys, M., Santos, M.A., Costa, T.C.C., Cozzolino, A.C.R. (Eds.), Estratégias e Ações Para a Conservação Da Biodiversidade No Estado Do Rio de Janeiro. Instituto Biomas, Rio de Janeiro, pp. 279–286.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.3 Tourism & recreation areas habitat past,present,future local medium
Nova Friburgo é um local de atração turística e, como consequência, houve uma substituição das atividades agropecuárias por atividades vinculadas ao turismo. Propriedades destinadas à agricultura foram substituídas por pousadas, hotéis, restaurantes e casas de veraneio (Mendes, 2010).
Referências:
  1. Mendes, S.P., 2010. Implantação da APA Macaé de Cima (RJ): um confronto entre a função social da propriedade e o direito ao meio ambiente ecologicamente preservado, in: V Encontro Nacional Da Anppas, Florianópolis, SC.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 10.3 Avalanches/landslides habitat past,present local very high
Em Magé os deslizamentos de encostas são impactos ambientais que representam ameaça à espécie (Kassiadou e Sánchez, 2014).
Referências:
  1. Kassiadou, A., Sánchez, C., 2014. Escolas sustentáveis e conflitos socioambientais: reflexões sobre projetos de educação ambiental no contexto escolar em três municípios do estado do Rio de Janeiro. Visões Transdiscipl. sobre Ambient. e Soc. 8.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future local low
Historicamente, no município de Nova Friburgo e na localidade de Alto Macaé que está incluída na APA de Macaé de Cima, praticava-se agricultura de subsistência e de base familiar em pequenas e médias propriedades, com plantio de feijão, mandioca e hortaliças e, em menor quantidade, criação de animais (Mendes, 2010).
Referências:
  1. Mendes, S.P., 2010. Implantação da APA Macaé de Cima (RJ): um confronto entre a função social da propriedade e o direito ao meio ambiente ecologicamente preservado, in: V Encontro Nacional Da Anppas, Florianópolis, SC.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future local high
De acordo com o MapBiomas, os municípios Macaé (RJ), Magé (RJ), Nova Friburgo (RJ) e Petrópolis (RJ) possuem, respectivamente, 44,77% (54488ha), 14,77% (5772ha), 11,01% (10299ha) e 18,22% (14418ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagens, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021).
Referências:
  1. MapBiomas, 2021. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2019. Municípios: Macaé (RJ), Magé (RJ), Nova Friburgo (RJ) e Petrópolis (RJ). URL https://mapbiomas-br-site.s3.amazonaws.com/Estat%C3%ADsticas/Dados_Cobertura_MapBiomas_5.0_UF-MUN_SITE_v2.xlsx (acesso em 08 de março de 2021).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3.5 Motivation Unknown/Unrecorded habitat past,present,future local high
Os municípios de ocorrência da espécie apresentam significante redução da vegetação original. Os remanescentes florestais representam 24% do território do município de Macaé, 29% Petrópolis, 34,5% de Magé e 45% de Nova Friburgo (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2011, SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, 2011. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica Período 2008-2010. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE. URL http://www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/atlasrelatoriofinal.pdf (acesso em 17 de fevereiro de 2020).
  2. SOS Mata Atlântica, INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2019. Nova Friburgo. Aqui tem Mata? URL http://www.aquitemmata.org.br/#/busca/rj/Rio de Janeiro/Nova Friburgo (acesso em 12 de setembro 2019).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente-SEA: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental de Petrópolis e Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Referências: