Myrtaceae

Myrciaria glomerata O.Berg

Como citar:

Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2020. Myrciaria glomerata (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC
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EOO:

3.372.421,073 Km2

AOO:

232,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência no(s) estado(s) do BAHIA, no(s) município(s) Alcobaça (Pinheiro 1775), Arataca (Amorim 4976), Cachoeira (Grupo Pedra do Cavalo 858), Ilhéus (Hage 247), Lençóis (Stannard 4639), Maracás (Dórea 73), Porto Seguro (Belém 2697), Rio de Contas (Harley 55338), Salvador (Coelho 288), Senhor do Bonfim (Castro 1206), Wenceslau Guimarães (Ferreira 70); ESPÍRITO SANTO, no(s) município(s) Atílio Vivácqua (Simonelli 1144), Santa Teresa (Ferreira 182); MINAS GERAIS, no(s) município(s) Caeté (Faria 6359), Catas Altas (Morais 174), Faria Lemos (Lucas 640), Itabira (Faria 951), Itambé do Mato Dentro (Santos 300), Juiz de Fora (Gancia 50), Santa Bárbara (Stehmann 996), São Gonçalo do Rio Abaixo (Stehmann 3460), Viçosa (Silva 686); PARÁ, no(s) município(s) Tucuruí (Lisboa 1353), Vitória do Xingu (Vieira PSACF_EX05443); PARANÁ, no(s) município(s) Capitão Leônidas Marques (Silva 278), Itambé (Siqueira 3288), Primeiro de Maio (Felix s.n.); PERNAMBUCO, no(s) município(s) Cabo de Santo Agostinho (Leão 1); RIO DE JANEIRO, no(s) município(s) Campos dos Goytacazes (Riedel 348), Itaperuna (Giaretta 1503), Nova Friburgo (Gustavo s.n.), Rio de Janeiro (Araujo 1202), Valença (Amorim 11); SANTA CATARINA, no(s) município(s) Florianópolis (Klein 6078), Porto Belo (Matzenbacher s.n.); SÃO PAULO, no(s) município(s) Atibaia (Franco s.n.), Avaré (Valério 47), Campinas (Dedecca s.n.), Cosmópolis (Garcia 279), Guarujá (Roveri 38), Ibitinga (Sanches s.n.), Jundiaí (Arzolla 334), Monte Mor (Souza 2279), Piracicaba (Fernandes 8), São Paulo (Souza 723), Sorocaba (Silva s.n.) e Tatuí (Carneiro s.n.). Segundo a Flora do Brasil 2020 a espécie não ocorre no(s) estado(s) da Bahia, Espírito Santo, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e são Paulo.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 12 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi documentada em Floresta Estacional Semidecidual associada a Amazônia e a Mata Atlântica presente em 47 municípios distribuídos nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=2832180 km², constante presença em coleções, inclusive com coletas realizadas recentemente (2019) e ocorrência confirmada em múltiplas fitofisionomias e biomas, inclusive dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas onde ainda resistem na paisagem grandes extensões de fitofisionomias florestais em bom estado de conservação. A espécie ocorre aparentemente de forma ocasional na maior parte das localidades em que foi registrada, conforme análise das coleções revela. Não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua sobrevivência na natureza, apesar de possuir potencial medicinal (Serafin et al., 2007) e alimentício (Tropical Plants Database, 2019) documentado. A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie será beneficiada por ações de conservação que estão sendo implantadas no PAN Rio, mesmo não sendo endêmica e não contemplada diretamente por ações de conservação. Também ocorre em territórios que serão contemplados por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Campinas – 18 (SP), Território Centro Minas – 10 (MG), Território Itororó – 35 (BA), Território Marabá – 1 (PA), Território Milages – 39 (BA), Território Mucuge – 40 (BA), Território SP – 20 (SP) e Território Vitxingu – 2 (PA). Assim, foi considerada de Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e tamanho populacional) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua conservação no futuro ante a ampliação dos vetores de stress severos que incidem sobre partes de sua distribuição conhecida.

Último avistamento: 2019
Quantidade de locations: 47
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Flora Brasiliensis 14(1): 365. 1857 (Tropicos.org, 2019). Popularmente conhecida por cabeludinha ou jabuticaba amarela no Sudeste (Serafin et al., 2007).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Myrciaria glomerata O.Berg apresenta potencial medicinal contra a bactéria Staphylococcus aureus e os fungos Aspergillus fumigatus, Trichophyton mentagrophytes e Trichophyton rubrum (Serafin et al., 2007).

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Amazônia, Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Estacional Semidecidual
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvores de 8 m de altura (Silva 278), ocorrendo no domínio da Amazônia e Mata Atlântica, em Floresta Estacional Semidecidual (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2019. Myrciaria in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10795>. Acesso em: 16 Dez. 2019

Ameaças (13):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present national very high
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta (Simões e Lino, 2003).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2003. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.2 Commercial & industrial areas habitat past,present national very high
A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2003. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac.
  2. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1 Annual & perennial non-timber crops habitat past,present,future national very high
Segundo Fearnside (2001), a soja é muito mais prejudicial do que outras culturas, porque justifica projetos de infraestrutura de transporte maciço que desencadeia outros eventos que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além do que já é diretamente usado para o seu cultivo. Em função do cultivo de soja a agroindústria nacional se interiorizou, a fronteira agrícola, a avicultura e suinocultura expandiram, novas fronteiras foram abertas e cidades fundadas no interior, surgindo como um novo fator responsável pela destruição da floresta (Domingues e Bermann, 2012). A produção de soja é uma das principais forças econômicas que impulsionam a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira (Domingues e Bermann, 2012, Vera-Diaz et al., 2008). Um conjunto de fatores que influenciou o mercado nacional e internacional, por meio de um processo de globalização, combinado com a crescente demanda por soja, baixos preços das terras e melhor infraestrutura de transporte do sudeste da Amazônia levou grandes empresas de soja a investir em instalações de armazenamento e processamento na região e, consequentemente, acelerou a taxa na qual a agricultura está substituindo as florestas nativas (Domingues e Bermann, 2012, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008).
Referências:
  1. Fearnside, P.M., 2001. Soybean cultivation as a threat to the environment in Brazil. Environ. Conserv. 28, 23–38.
  2. Vera-Diaz, M. del C., Kaufmann, R.K., Nepstad, D.C., Schlesinger, P., 2008. An interdisciplinary model of soybean yield in the Amazon Basin: the climatic, edaphic, and economic determinants. Ecol. Econ. 65, 420–431.
  3. Nepstad, D.C., Stickler, C.M., Almeida, O.T., 2006. Globalization of the Amazon soy and beef industries: opportunities for conservation. Conserv. Biol. 20, 1595–1603.
  4. Domingues, M.S., Bermann, C., 2012. O arco de desflorestamento na Amazônia: da pecuária à soja. Ambient. Soc. 15, 1–22.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2 Wood & pulp plantations habitat past,present national high
As florestas plantadas de eucalipto estão distribuídas estrategicamente, em sua maioria, nos estados de Minas Gerais, com maior área plantada, São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul (Baesso et al., 2010).
Referências:
  1. Baesso, R.C.E., Ribeiro, A., Silva, M.P., 2010. Impacto das mudanças climáticas na produtividade do eucalipto na região norte do Espírito Santo e sul da Bahia. Ciência Florest. 20, 335–344.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat past,present,future national very high
Em 2006, no Bioma Mata Atlântica se encontravam perto de 90 mil estabelecimentos (29% do total de estabelecimentos produtores de bovinos de corte do Brasil), cerca de 17 milhões de hectares de pastagens (16% do total de pastagens destinadas à pecuária de corte do país) (IBGE, 2009).
Referências:
  1. IBGE, 2009. Censo Agropecuário 2006. IBGE - Inst. Bras. Geogr. e Estatística 777. https://doi.org/0103-6157
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat past,present,future national very high
A floresta amazônica perdeu 17% de sua cobertura florestal original, 4,7% somente entre 2000 e 2013, principalmente devido à atividades oriundas da agroindústria, pecuária extensiva, infraestrutura rodoviárias e hidrelétricas, mineração e exploração madeireira (Charity et al., 2016). O aumento do desmatamento entre 2002-2004 foi, principalmente, resultado do crescimento do rebanho bovino, que cresceu 11% ao ano de 1997 até o nível de 33 milhões em 2004, incluindo apenas aqueles municípios da Amazônia com florestas de dossel fechado compreendendo pelo menos 50% de sua vegetação nativa (Nepstad et al., 2006). Segundo Nepstad et al. (2006) a indústria pecuária da Amazônia, responsável por mais de dois terços do desmatamento anual, esteve temporariamente fora do mercado internacional devido a presença de febre aftosa na região. Contudo, o status de livre de febre aftosa conferido a uma grande região florestal (1,5 milhão de km²) no sul da Amazônia seja, talvez, a mudança mais importante que fortaleceu o papel dos mercados na promoção da expansão da indústria pecuária na Amazônia (Nepstad et al., 2006).
Referências:
  1. Nepstad, D.C., Stickler, C.M., Almeida, O.T., 2006. Globalization of the Amazon soy and beef industries: opportunities for conservation. Conserv. Biol. 20, 1595–1603.
  2. Charity, S., Dudley, N., Oliveira, D. and Stolton, S. (editors), 2016. Living Amazon Report 2016: A regional approach to conservation in the Amazon. WWF Living Amazon Initiative, Brasília and Quito.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 3.2 Mining & quarrying habitat past,present regional very high
The state of Pará is currently one of the most ‘geodiverse’ in Brazil and in the world. The worldclass quality and size of its deposits — iron, bauxite, manganese, copper and nickel — support this statement. Metal mining is one of the strongest and most promising sectors of the economy of Pará, and is capable of fostering regional economic growth (Enríquez e Drummond, 2007)
Referências:
  1. Enríquez, M.A.R.S., Drummond, J.A., 2007. Social-environmental certification: Sustainable development and competitiveness in the mineral industry of the Brazilian Amazon. Natural Resources Forum 31: 71–86.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming habitat,mature individuals past national very high
Incentivos fiscais generosos oferecidos pelo governo brasileiro para fazendas de gado na Amazônia nos anos 70 e início dos 80 foram motivos importantes para ampliação do desmatamento, apesar da baixa produtividade das pastagens (Binswanger, 1991).
Referências:
  1. Binswanger, H. P., 1991. Brazilian policies that encourage deforestation in the Amazon. World Development 19.7: 821–829. [doi:10.1016/0305-750X(91)90135-5]
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present national very high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national very high
Em 2009 foram extraídos em torno de 14,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora nativa, o equivalente a 3,5 milhões de árvores na Amazônia Legal. Cerca de 47% dessa matéria-prima foi extraída no estado do Pará, 28% no Mato Grosso, 16% em Rondônia e 3% em ambos os estados do Acre e Amazônia (SFB e IMAZON, 2010).
Referências:
  1. SFB, IMAZON (Orgs.), 2010. A atividade madeireira na Amazônia brasileira: produção, receita e mercados. Serviço Florestal Brasileiro - SFB, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - Imazon, Belém, 20 p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 4.1 Roads & railroads habitat past,past,future national very high
Fernside (2015) argumenta que as estradas atuam como impulsionadoras do desmatamento, atraindo trabalhadores migrantes e investimentos para áreas de floresta anteriormente inacessíveis dentro da Amazônia. Segundo o autor, o desmatamento é então estimulado não apenas por estradas que aumentam a lucratividade da agricultura e da pecuária, mas também pelo efeito das estradas (acessibilidade) na especulação de terra e no estabelecimento de posse de terras. As principais estradas são acompanhadas por redes de estradas laterais construídas por madeireiros, mineiros e posseiros. O desmatamento se espalha para fora das rodovias e suas estradas de acesso associadas. As rodovias também fornecem caminhos para a migração de fazendeiros sem terra e outros, gerando assim o desmatamento em áreas adjacentes. As estradas principais estimulam a construção de estradas secundárias que fornecem acesso a regiões distantes da rota principal da rodovia. Um exemplo importante é a reconstrução planejada da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho). Estradas laterais abririam o grande bloco de floresta intacta na parte oeste do estado do Amazonas, que incluía vastas áreas de terras públicas - a categoria mais vulnerável à invasão por grileiros e posseiros (Fernside e Graça, 2006).
Referências:
  1. Fearnside, P.M., 2015. Highway construction as a force in destruction of the Amazon forest. pp. 414-424 In: R. van der Ree, D.J. Smith & C. Grilo (eds.) Handbook of Road Ecology. John Wiley & Sons Publishers, Oxford, UK. 552 pp.
  2. Fearnside, P.M., Graça, P.M.L.D.A., 2006. BR-319: Brazil’s Manaus-Porto Velho Highway and the potential impact of linking the arc of deforestation to Central Amazonia. Environ. Manage. 38, 705–716.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat past,present,future national high
van Marle et al. (2017) mostraram que até 1987, relativamente poucos incêndios ocorreram na Amazônia e que as emissões de fogo aumentaram rapidamente durante os anos 90. Esses autores descobriram que esse padrão corrobora razoavelmente bem com os conjuntos de dados de perda florestal disponíveis, indicando que embora incêndios naturais possam ocorrer na Amazônia ocasionalmente, as atuais taxas de desmatamento e degradação, ampliadas desde os anos 90, foram a principal causa de aumento na frequência / intensidade dos incêndios nessa região.
Referências:
  1. van Marle, M.J.E., Field, R.D., van der Werf, G.R., Estrada de Wagt, I.A., Houghton, R.A., Rizzo, L. V., Artaxo, P., Tsigaridis, K., 2017. Fire and deforestation dynamics in Amazonia (1973–2014). Global Biogeochem. Cycles 31, 24–38.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 7.2.10 Large dams habitat past,present,future national high
De acordo com Fernside (2016), o Brasil tinha, até Maio de 2015, 15 barragens “grandes” (definidas no Brasil como barragens que possuam > 30 MW de capacidade instalada) instaladas na região da Amazônia Legal com reservatórios preenchidos. Outras 37 “grandes” barragens estão planejadas para serem construídas ou em construção, incluindo 13 barragens ainda não preenchidas que foram incluídas no Plano de Expansão de Energia do Brasil 2012-2021 (Brasil et al., 2012). A retração econômica do Brasil desde a publicação do referido plano resultou no alongamento dos horizontes de tempo para vários desses 62 projetos, mas o plano 2014-2023 ainda prevê a construção/ estabelecimento de 18 represas na bacia amazônica em seu plano para os próximos 10 anos (Brasil et al., 2014).
Referências:
  1. Fearnside, P.M., 2016. Environmental and social impacts of hydroelectric dams in Brazilian Amazonia: implications for the aluminum industry. World Dev. 77, 48–65.
  2. Brasil, Ministério das Minas e Energia - MME, Empresa de Pesquisa Energética - EPE, 2012. Plano Decenal de Expansão de Energia 2021. Ministério de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energética, Brasília, 387 p.
  3. Brasil, Ministério das Minas e Energia - MME, Empresa de Pesquisa Energética - EPE, 2014. Plano Decenal de Expansão de Energia 2023. Ministério de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energética, Brasília, 380 p.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na APA Parque Nacional da Serra do Cipó (US) (Santos 300), Parque Estadual do Jaraguá (PI) (Souza 723), Reserva Ecológica Mata do Zumbi (PI) (Leão 1), RPPN Caminho das Pedras (US) (Amorim 4976), RPPN Parque Natural do Caraça (US) (Morais 174) e RPPN Vale do Sol (Ferreira 182).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie será beneficiada por ações de conservação que estão sendo implantadas no PAN Rio, mesmo não sendo endêmica e não contemplada diretamente por ações de conservação.
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente -SEA : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Campinas – 18 (SP), Território Centro Minas – 10 (MG), Território Itororó – 35 (BA), Território Marabá – 1 (PA), Território Milages – 39 (BA), Território Mucuge – 40 (BA), Território SP – 20 (SP) e Território Vitxingu – 2 (PA).

Ações de conservação (2):

Uso Proveniência Recurso
1. Food - human natural fruit
Frutos amarelados com sabor agradável (Tropical Plants Database, 2019)
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2019. Ken Fern <tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Myrciaria+glomerata>. (acesso em 16 de dezembro 2019).
Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural leaf
Myrciaria glomerata O.Berg apresenta potencial medicinal contra a bactéria Staphylococcus aureus e os fungos Aspergillus fumigatus, Trichophyton mentagrophytes e Trichophyton rubrum (Serafin et al., 2007).
Referências:
  1. Serafin, C., Nart, V., Malheiros, Â., Cruz, A.B., Monache, F.D., Gette, M.D.L.A., Zacchino, S., Cechinel Filho, V., 2007. Avaliação do potencial antimicrobiano de Plinia glomerata (Myrtaceae). Brazilian J. Pharmacogn. 17, 578–582. https://doi.org/10.1590/S0102-695X2007000400017