FABACEAE

Mimosa afranioi L. Jordão, M.P. Morim, Marc. F. Simon, V.F. Dutra & Baumgratz

Como citar:

Patricia da Rosa; Eduardo Fernandez. 2018. Mimosa afranioi (FABACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

286.867,626 Km2

AOO:

28,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie foi registrada nos estados: BAHIA, municípios Licínio de Almeida (Nunes 1649), Sebastião Laranjeiras (Freire-Junior 36); MINAS GERAIS, municípios Mamonas (Dutra 541), Montezuma (Sevilha 6669); PERNAMBUCO, município Buíque (Andrade-Lima 6546); PIAUÍ, municípios Ipiranga do Piauí (Queiroz 10205), Oeiras (Oliveira 13).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Patricia da Rosa
Revisor: Eduardo Fernandez
Critério: A2c;B2ab(ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Erva ou subarbusto de até 2 m de altura, endêmica do Brasil (Jordão et al., 2018). A espécie está associada a solos arenosos em campos rupestres nos biomas Caatinga e Cerrado (Jordão et al., 2018). Foi registrada nos estados da Bahia, nos municípios Licínio de Almeida e Sebastião Laranjeiras; em Minas Gerais, nos municípios Mamonas e Montezuma; em Pernambuco, no município Buíque e no estado do Piauí, nos municípios Ipiranga do Piauí e Oeiras. Ocorre em duas Unidades de Conservação: Parque Estadual Caminho dos Gerais (MG) e no Parque Estadual da Serra dos Montes Altos (BA). Apresenta AOO=28 km² e encontra-se severamente fragmentada. As principais ameaças à espécie são a conversão e degradação do hábitat para o desmatamento, agricultura, pecuária, fogo e invasão de espécies exóticas. O desmatamento foi responsável pela conversão e por declínio de cerca de metade da cobertura original do bioma Caatinga e os remanescentes, encontram-se sob intensa pressão de extração de madeira, pecuária e caça (Marinho et al., 2016). A pecuária é uma das principais fontes de renda e subsistência para os habitantes da Caatinga (Antongiovanni et al., 2018). Na Caatinga e em outras regiões semiáridas, o pastejo tem sido associado à compactação do solo e impactos negativos na sucessão vegetal (Marinho et al., 2016). Além disso, a sinergia entre o efeito do gado pastando em remanescentes semiáridos e a invasão de espécies exóticas tem sido relatada (Hobbs, 2001). No Cerrado brasileiro, estima-se que restem apenas 50% da cobertura florestal natural. A taxa de desmatamento tem aumentado, principalmente devido à expansão do gado, indústrias de soja, reservatórios de hidrelétricas e expansão de áreas urbanas (Françoso et al., 2015; MMA, 2011; Ratter et al., 1997). Os municípios de Montezuma (MG), Ipiranga do Piauí (PI) e Buíque (PE) tem convertido áreas de vegetação nativa a pastagens em diferentes proporções, chegando a 40% em Buíque (PE) (Lapig, 2018). Já o município de Sebastião Laranjeiras (BA), com cerca de 198.445 ha, contabilizou em 2016 um total de 92 ha de áreas queimadas (Lapig, 2018). Diante desse cenário, suspeita-se a redução populacional de ao menos 50% nas últimas três gerações, além de declínio contínuo em AOO e qualidade do habitat. Por isso, M. afranoi foi considerada Em perigo (EN) de extinção. Recomendam-se ações de conservação in situ e ex situ, ações de pesquisa e ampliação no número de Unidades de Conservação nos biomas Caatinga e Cerrado.

Último avistamento: 2017
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie a ser submetida no manuscrito cujo título é "New species of Mimosa (Leguminosae-Caesalpinoideae) from Brazilian Caatinga and Cerrado" na revista Systematic Botany. Mimosa afranioi pode ser reconhecida por ser um subarbusto, com ramos aculeados, folhas com 2–4 pares de pinas, flores 3–meras e diplostêmones, craspédio com epicarpo sem tricomas setiforme-gloquidiados, ainda que possa apresentar acúleos retos.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: herb, subshrub
Fenologia: perenifolia
Longevidade: perennial
Luminosidade: heliophytic
Biomas: Caatinga, Cerrado
Vegetação: Caatinga (stricto sensu)
Fitofisionomia: Estepe Parque, Estepe Gramíneo-Lenhosa, Savana Gramíneo-Lenhosa
Habitats: 4.5 Subtropical/Tropical Dry Lowland Grassland, 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude Grassland
Clone: no
Rebrotar: yes
Detalhes: Registra-se a ocorrência de M. afranioi em caatinga e cerrado, em campos ruprestres, sob substrato arenoso, como uma planta herbácea procumbente de até 2 m compr. Não há registro sobre a ocorrência de xilopódio.

Reprodução:

Detalhes: Floração e frutificação registradas em Janeiro à Março, Junho e Dezembro.
Síndrome de polinização: entomophily
Dispersor: Alguns frutos são dotados de acúleos, que sugere uma dispersão epizoocórica, mas em outros os acúleos não se desenvolvem, que sugere a autocoria barocórica.
Síndrome de dispersão: epizocoria,barochory
Estratégia: iteropara
Sistema sexual: monoecious
Sistema: self-incompatible

Ameaças (6):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching mature individuals present regional high
O município de Montezuma (MG), com cerca de 113.041 ha, contém 15.793 ha de sua área convertidas em pastagem (Lapig, 2018). O município de Ipiranga do Piauí (PI), com cerca de 52.941 ha, contém 1.718 ha de sua área convertidas em pastagem (Lapig, 2018). O município de Buíque (PE), com cerca de 132.987 ha, contém 54.572 ha de sua área convertidas em pastagem (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. URL http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html. Acesso em 16/07/2018
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture mature individuals,locality past,present,future regional high
O município de Montezuma (MG), com cerca de 113.041 ha, contém 480 ha e 501 ha de sua área convertidas em áreas plantadas com cana-de-açúcar e milho, respectivamente (Lapig, 2018). Além disso, o município têm 9.629 ha convertido em floresta plantada (Lapig, 2018). O município de Ipiranga do Piauí (PI), com cerca de 52.941 ha, contém 380 ha de sua área convertidas em áreas plantadas com milho em 2015 (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. URL http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html. Acesso em 16/07/2018
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1 Fire & fire suppression mature individuals present regional medium
O município de Sebastião Laranjeiras (BA), com cerca de 198.445 ha, contabilizou em 2016 um total de 92 ha de áreas queimadas (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. URL http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html. Acesso em 16/07/2018
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture habitat past,present,future national very high
Estudos apontam que no Cerrado brasileiro restam apenas 50% da cobertura florestal natural. A taxa de desmatamento tem aumentado, principalmente devido à expansão do gado, indústrias de soja, reservatórios de hidrelétricas e expansão de áreas urbanas (Françoso et al., 2015; Ratter et al., 1997).
Referências:
  1. Françoso, R.D., Brandão, R., Nogueira, C.C., Salmona, Y.B., Machado, R.B. e Colli, G.R., 2015. Habitat loss and the effectiveness of protected areas in the Cerrado Biodiversity Hotspot. Natureza & Conservação 13: 35-40.
  2. Ratter, J.A., Ribeiro, J.F. and Bridgewater, S., 1997. The Brazilian Cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Annals of Botany 80: 223-230.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2.2 Agro-industry plantations habitat past,present,future national very high
Estudos apontam que no Cerrado brasileiro restam apenas 50% da cobertura florestal natural. A taxa de desmatamento tem aumentado, principalmente devido à expansão do gado, indústrias de soja, reservatórios de hidrelétricas e expansão de áreas urbanas (Françoso et al., 2015; Ratter et al., 1997).
Referências:
  1. Françoso, R.D., Brandão, R., Nogueira, C.C., Salmona, Y.B., Machado, R.B. e Colli, G.R., 2015. Habitat loss and the effectiveness of protected areas in the Cerrado Biodiversity Hotspot. Natureza & Conservação 13: 35-40.
  2. Ratter, J.A., Ribeiro, J.F. and Bridgewater, S., 1997. The Brazilian Cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Annals of Botany 80: 223-230.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 7.2 Dams & water management/use locality,habitat future regional very high
Estudos apontam que no Cerrado brasileiro restam apenas 50% da cobertura florestal natural. A taxa de desmatamento tem aumentado, principalmente devido à expansão do gado, indústrias de soja, reservatórios de hidrelétricas e expansão de áreas urbanas (Françoso et al., 2015; Ratter et al., 1997).
Referências:
  1. Françoso, R.D., Brandão, R., Nogueira, C.C., Salmona, Y.B., Machado, R.B. e Colli, G.R., 2015. Habitat loss and the effectiveness of protected areas in the Cerrado Biodiversity Hotspot. Natureza & Conservação 13: 35-40.
  2. Ratter, J.A., Ribeiro, J.F. and Bridgewater, S., 1997. The Brazilian Cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Annals of Botany 80: 223-230.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
Foi registrada no Parque Estadual Caminho dos Gerais (MG) (Dutra 541) e no Parque Estadual da Serra dos Montes Altos (BA) (Freire-Junior 36).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown