Apocynaceae

Matelea microphylla Morillo

Como citar:

Lucas Jordão; Eduardo Fernandez. 2022. Matelea microphylla (Apocynaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

5.362,247 Km2

AOO:

20,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020, 2020), com distribuição: no estado do Pará — nos municípios Curionópolis, Parauapebas e São Félix do Xingu. Endêmica da Serra dos Carajás, onde foi registrada na Serra Norte: N1, N2, N3, Serra Arqueada e Serra do Cristalino (Fernandes et al., 2018).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2022
Avaliador: Lucas Jordão
Revisor: Eduardo Fernandez
Critério: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Planta volúvel, látex branco, com altura não registrada; com ocorrência no bioma Amazônia, em campos rupestres; endêmica do Brasil, com distribuição nos municípios Curionópolis (PA), Parauapebas (PA) e São Félix do Xingu (PA); representada por 14 coletas entre os anos de 1981 e 2017; e sem dados populacionais disponíveis. Considerando: seu valor de AOO igual a 12 km² e de EOO igual a 46 km²; a alta proporção de áreas convertidas para uso alternativo do solo na AOO (43.97%), em 2020, na qual foi possível contabilizar quatro situações de ameaça das quais duas são afetadas pela conversão de áreas para atividades de pecuária e mineração; a tendência de perda de áreas naturais na AOO (a uma taxa de -3,71% ao ano) desde 1985 até 2020, decorrente do crescimento da conversão de áreas para uso alternativo do solo (a uma taxa de 3,71% ao ano), que resulta em um declínio contínuo observado da qualidade do habitat; a tendência de perda de áreas naturais na AOO em região do perímetro da EOO (a uma taxa de -3,36% ao ano) desde 1985 até 2020, decorrente do crescimento da conversão de áreas para uso alternativo do solo (a uma taxa de 3,36% ao ano), que resulta em um declínio contínuo observado da EOO decorrente da redução da qualidade do habitat na região de seu perímetro; e a tendência de perda de áreas naturais na EOO (a uma taxa de -0,9% ao ano) desde 1985 até 2020, decorrente do crescimento da conversão de áreas para uso alternativo do solo (a uma taxa de 0,9% ao ano); a espécie é categorizada como Em Perigo (EN). Recomendam-se trabalhos de campo direcionados para recoletá-la em sua distribuição conhecida e em outras localidades próximas, visando ampliar o conhecimento de sua distribuição, e para coletar dados populacionais.

Último avistamento: 2017
Quantidade de locations: 4
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Ernstia 50: 26, 28. 1988. Matelea microphylla difere-se das demais espécies da área de estudo, Serra dos Carajás, por apresentar folhas pequenas com lâmina estreito-oblonga, corola rotácea com lobos medindo ca. 3,4 × 2,6 mm, corona interestaminal e folicário aristado longitudinalmente (Fernandes et al., 2018).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial, rupicolous
Forma de vida: liana
Biomas: Amazônia
Vegetação: Campo Rupestre
Habitats: 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude Shrubland, 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude Grassland
Detalhes: Planta volúvel, látex branco, com altura não registrada (Fernandes et al., 2018). Ocorre na Amazônia, em Campo Rupestre (Flora do Brasil, 2020).
Referências:
  1. Fernandes, G.E.A., Mota, N.F.D.O., Simões, A.O., 2018. Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Apocynaceae. Rodriguésia 69, 3–23. https://doi.org/10.1590/2175-7860201869102
  2. Flora do Brasil 2020, 2020. Apocynaceae. Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB80376 (acesso em 04 de março de 2022)

Reprodução:

Detalhes: Coletada com flores nos meses de dezembro e junho e com frutos no mês de maio (Fernandes et al., 2018).
Fenologia: flowering (Dec~Dec), flowering (Jun~Jun), fruiting (May~May)
Síndrome de polinização: falenophily
Referências:
  1. Fernandes, G.E.A., Mota, N.F.D.O., Simões, A.O., 2018. Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Apocynaceae. Rodriguésia 69, 3–23. https://doi.org/10.1590/2175-7860201869102

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional very high
De acordo com o Atlas das Pastagens Brasileiras, os municípios Curionópolis (PA), Parauapebas (PA) e São Félix do Xingu (PA) possuem, respectivamente, 71,18% (168633,53ha), 12,78% (88005,05ha) e 18,21% (1533197,4ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2020 (Lapig, 2022). De acordo com o MapBiomas, os municípios Curionópolis (PA), Parauapebas (PA) e São Félix do Xingu (PA) possuem, respectivamente, 78,74% (186537,34ha), 14,48% (99702,14ha) e 21,05% (1772617,4ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagens, segundo dados de 2020 (MapBiomas, 2022).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2022. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2020. Municípios: Curionópolis (PA), Parauapebas (PA) e São Félix do Xingu (PA). URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 17 de maio de 2022).
  2. MapBiomas, 2022. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2020. Municípios: Curionópolis (PA), Parauapebas (PA) e São Félix do Xingu (PA). URL https://drive.google.com/file/d/1RT7J2jS6LKyISM49ctfRO31ynJZXX_TY/view?usp=sharing (acesso em 17 de maio de 2022).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 3.2 Mining & quarrying habitat,occupancy past,present,future regional medium
De acordo com o MapBiomas, o município Parauapebas (PA) possui 1,11% (7644,06ha) do seu território convertido em áreas de mineração, segundo dados de 2020 (MapBiomas, 2022a). Em 2020, a espécie apresentava 12,06% (241,28 ha) da sua AOO convertidos em áreas de mineração, atividade que cresce a uma taxa de 0,35% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 2004 até 2020, a conversão tem crescido a uma taxa de 0,03% aa (MapBiomas, 2022b).
Referências:
  1. MapBiomas, 2022a. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2020. Município: Parauapebas (PA). URL https://drive.google.com/file/d/1RT7J2jS6LKyISM49ctfRO31ynJZXX_TY/view?usp=sharing (acesso em 30 de março de 2022).
  2. MapBiomas, 2022b. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 1985 e 2020. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 30 de março de 2022).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.3 Trend Unknown/Unrecorded habitat,occupancy,occurrence past,present,future regional high
Um total de 45,94% (9,19km²) da AOO útil da espécie queimaram em 2020 [Pastagem (16,63%), Outra Área não Vegetada (16,37%), Formação Campestre (9,79%), Formação Florestal (2,56%), Formação Savânica (0,56%), Agricultura (0,03%)]. Um total de 19,47% (649,64km²) da EOO útil da espécie queimaram em 2020 [Agricultura (7,51%), Pastagem (7,51%), Formação Florestal (2,08%), Outra Área não Vegetada (1,42%), Formação Campestre (0,95%)] (MapBiomas-Fogo, 2021).
Referências:
  1. MapBiomas-Fogo, 2022. Projeto MapBiomas - Coleção 1 do Mapeamento de cicatrizes de fogo no Brasil, dados de 2020. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 30 de março de 2022).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming habitat past,present,future local medium
Em 2020, a espécie apresentava 30,75% (615,05 ha) da sua AOO convertidos em áreas de pastagem, atividade que cresce a uma taxa de 0,60% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 2005 até 2020, a conversão tem diminuído a uma taxa de -0,39% aa. Em 2020, a espécie apresentava 9,91% (43.132,12 ha) da sua EOO convertidos em áreas de pastagem, atividade que cresce a uma taxa de 0,60% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 2005 até 2020, a conversão tem diminuído a uma taxa de -0,39% aa (MapBiomas, 2022).
Referências:
  1. MapBiomas, 2022. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 1985 e 2020. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 17 de maio de 2022).

Ações de conservação (4):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre em São Félix do Xingu (PA), município da Amazônia Legal considerado prioritário para fiscalização, referido no Decreto Federal 6.321/2007 (BRASIL, 2007) e atualizado em 2018 pela Portaria MMA nº 428/18 (MMA, 2018).
Referências:
  1. BRASIL, 2007. Decreto Federal nº 6.321, de 21 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, 21/12/2007, Edição Extra, Seção 1, p. 12. URL http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6321.htm (acesso em 15 de março de 2022).
  2. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2018. Portaria MMA nº 428, de 19 de novembro de 2018. Diário Oficial da União, 20/11/2018, Edição 222, Seção 1, p. 74. URL http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/50863140/do1-2018-11-20-portaria-n-428-de-19-de-novembro-de-2018-50863024 (acesso em 15 de março de 2022).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAT Meio Norte - 1 (PA).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na seguinte Unidade de Conservação: Floresta Nacional de Carajás.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre em São Félix do Xingu (PA), município da Amazônia Legal considerado prioritário para fiscalização, referido no Decreto Federal 6.321/2007 (BRASIL, 2007) e atualizado em 2018 pela Portaria MMA nº 428/18 (MMA, 2018).
Referências:
  1. BRASIL, 2007. Decreto Federal nº 6.321, de 21 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, 21/12/2007, Edição Extra, Seção 1, p. 12. URL http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6321.htm (acesso em 20 de abril de 2022).
  2. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2018. Portaria MMA nº 428, de 19 de novembro de 2018. Diário Oficial da União, 20/11/2018, Edição 222, Seção 1, p. 74. URL http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/50863140/do1-2018-11-20-portaria-n-428-de-19-de-novembro-de-2018-50863024 (acesso em 20 de abril de 2022).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.