Raquel Negrão; Marta Moraes. 2019. Lychnophora gardneri (ASTERACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência no estado de MINAS GERAIS, município de Congonhas do Norte (Loeuille 67), Couto de Magalhães de Minas (Martinelli 797), Datas (Loeuille 817), Diamantina (Simão-Bianchini 65), Gouveia (Hatschbach 53096), São Gonçalo do Rio Preto (Martinelli 18841), Santana do Riacho (Mota & Stehmann), Serro (Cavalcanti 3116). Ocorre em altitudes de 900–1450 m (Loeuille et al., 2011).
Arvoreta ou arbustos de 0,80 até 1,5 m de altura (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), endêmica do Brasil. Ocorre no estado de Minas Gerais, em sete municípios situados na Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015) e nos arredores (Parque Estadual do Rio Preto, município de São Gonçalo do Rio Preto), especificamente em Campos rupestres de ambientes xéricos (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019; Semir et al., 2011 ). Apresenta EOO= 3759km², AOO= 140 km² e de 3 a 5 situações de ameaças (Parque Estadual do Biribiri, Parque Estadual do Rio Preto e em localidades não protegidas na Serra do Espinhaço Meridional). Os Campos rupestres mineiros são considerados ecossistemas naturalmente fragmentados relacionadas a sua distribuição insular, porém atualmente apresenta estado severo de fragmentados por causas antrópicas relacionadas às atividades mineradoras do passado e presente nas áreas rochosas da Serra do Espinhaço Meridional, que inclui os municípios de Congonhas do Norte, Couto de Magalhães, Datas, Diamantina, Gouveia e Serro (Giulietti et al., 1987; 1997;Pougy et al., 2015). O desmatamento, mineração, pecuária, agricultura, aumento da frequência de incêndios, invasão de espécies exóticas, turismo e coleta de espécies (Giulietti et al., 1987; Kolbek e Alves, 2008; Rapini et al., 2008; Landgraf & Paiva, 2009; Pougy et al., 2015; Silveira et al., 2016; IEF-MG, 2017) são responsáveis pelo declínio de EOO, AOO, qualidade do habitat e número de subpopulações. A espécie foi considerada "Em perigo" (EN) de extinção em avaliação de risco de extinção anterior, em nível nacional (MMA, 2014). Considerando que não houve aumento dos valores de distribuição para além dos limiares da categoria, a espécie foi mantida na categoria de risco "Em Perigo" (EN). Não existem dados sobre a população. Portanto, recomenda-se pesquisa sobre tamanho e tendência populacional. Além disso, é necessária a proteção dos habitats preferenciais, especialmente nas Unidades de Conservação onde ocorre, bem como avaliação das potencialidades para sua conservação ex situ. O controle das ameaças incidentes (incluindo restrição legal de atividades minerárias em áreas prioritárias para conservação e em unidades de conservação com registro de espécies ameaçadas), é imprescindível para manutenção dos habitats preferenciais na Serra do Espinhaço Meridional e perpetuação da espécie.
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Em Perigo" (EN) na Portaria MMA 443/2014 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após 5 anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | EN |
Descrita em: Schultz, C., 1863. Jahresbericht der Pollichia 20–21: 358.
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat | past,present,future | national | medium |
Estudos apontam que no Cerrado brasileiro restam apenas 50% da cobertura florestal natural. A taxa de desmatamento tem aumentado, principalmente devido à expansão do gado, indústrias de soja, reservatórios de hidrelétricas, mineração e expansão de áreas urbanas (Françoso et al,. 2015; Ratter et al., 1997). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 7 Natural system modifications | habitat | past,present,future | national | high |
Mineração a céu aberto, queimadas, extração de madeira e espécies invasoras são grandes ameaças nos Campos Rupestres (Kolbek e Alves, 2008, Silveira et al., 2016). A queima de vegetação para criação de gado é uma prática comum neste bioma (Kolbek e Alves, 2008, Silveira et al., 2016). Embora a maioria das espécies de Campos Rupestres pareça ser resistente ao fogo (Kolbek e Alves, 2008, Silveira et al., 2016), essa prática intensifica a disseminação do capim invasivo Melinis minutiflora, que é capaz de crescer novamente em áreas queimadas mais rápido que a maioria das espécies nativas, formando uma cobertura densa e impedindo a regeneração das espécies nativas (Kolbek e Alves, 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 3.2 Mining & quarrying | habitat,locality,occupancy,occurrence | past,present,future | regional | high |
O Espinhaço é marcado, em praticamente toda a sua extensão, pela antiga atividade de extração de ouro e diamantes (Rapini et al., 2008). Em decorrência da mineração o Espinhaço apresenta uma ocupação humana antiga vinculada a esta atividade e atividades associadas (Rapini et al., 2008). A atividade mineradora no município de Diamantina, Minas Gerais, já foi a principal fonte de economia da região, causando grande prejuízo ao meio ambiente (Giulietti et al., 1987) | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 1.3 Tourism & recreation areas | habitat,locality | present,future | regional | medium |
Com o declínio das jazidas no final do século XIX na região do Espinhaço, as cidades perderam importância e várias delas vivem atualmente de sua história, encontrando no turismo sua principal atividade econômica (Rapini et al., 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2 Agriculture & aquaculture | habitat,locality,occupancy,occurrence | past,present,future | regional | low |
A região do Espinhaço sofre influência da agricultura de subsistência (Rapini et al., 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.2.2 Unintentional effects (species being assessed is not the target) | regional | low | ||
O extrativismo é uma atividade presente na região do Espinhaço (Rapini et al.,2008). A atividade extrativista de plantas ornamentais no município de Diamantina, Minas Gerais, é bastante considerável causando a perda da biodiversidade na região (Landgraf e Paiva, 2009). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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2 Species stresses | 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity | locality,habitat | past,present,future | regional | high |
Os Campos Rupestres estão sujeitos a queimadas freqüentes (Rapini et al., 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3 Livestock farming & ranching | locality,habitat,occupancy | past,present,future | regional | high |
A unidade de conservação do Parque Estadual do Rio Preto, em São Gonçalo do Rio Preto, reúne as terras das antigas fazendas Boleiras, Alecrim e Curral. Nessas fazendas eram exploradas atividades de pecuária de corte, extração de sempre-vivas, garimpo e coleta de frutos silvestres (IEF-MG, 2017). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
Espécie avaliada como "Em perigo" está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.3 Sub-national level | on going |
Citada como "Em perigo" (EN) na Lista Vermelha da flora ameaçada de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997 apud CNCFlora, 2012.2). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada no Parque Estadual do Biribiri (PI) (Araújo 61), Parque Estadual do Rio Preto (PI) (Martinelli 18841), Parque Nacional das Sempre Vivas (PI) |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional, que inclui os municípios de Buenópolis, Congonhas do Norte, Datas, Diamantina, Gouveia e Serro (Pougy et al., 2015). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5 Law & policy | needed |
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território 10 |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |