CAMPANULACEAE

Lobelia brasiliensis A.O.S.Vieira & G.J.Sheph.

Como citar:

Lucas Moraes; Luiz Santos. 2014. Lobelia brasiliensis (CAMPANULACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

760,088 Km2

AOO:

44,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Endêmica, ocorre no Distrito Federal (Vieira & Shepherd, 1998)

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2014
Avaliador: Lucas Moraes
Revisor: Luiz Santos
Critério: B1ab(i,ii,iii,iv)+2ab(i,ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Ervas ou subarbustos endêmicos do Distrito Federal (Vieira & Shepherd, 1998). A espécie é restrita ao Cerrado (EOO=778 km² e AOO=100 km²), onde é encontrada sobre solo hidromórfico, em brejos, campos e locais úmidos, mata seca, mata de galeria ou buritizais, em altitude acima de 700 m (Vieira & Shepherd, 1998; Godoy, 2009). Sujeita a cinco situações de ameaça, sofre principalmente com a expansão urbana acelerada no Distrito Federal, principalmente nas imediações de Brasília (Terracap, 2009). Além disso, foi encontrada em uma área de assentamento rural no Distrito Federal onde foram identificadas várias agressões em áreas de vereda e na vegetação campestre adjacente, como a interrupção da drenagem natural para a construção de poços (Terracap, 2009). Somado a isso, nessa mesma área foi observada a substituição da vegetação natural por capim braquiária para a implementação de pastagens (Terracap, 2009). Esse conjunto de ameaças acarreta potencialmente o declínio contínuo de EOO, AOO e da qualidade de seu hábitat.

Quantidade de locations: 0
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Novon 8(4): 457. 1998. A única espécie do subgênero Tupa no Distrito Federal (Godoy, 2009). Esta espécie parece próxima de Lobelia thapsoidea Schott, a qual ocorre predominantemente no estado do Rio de Janeiro, mas difere por suas sementes estreitamente aladas e pela falta do indumento amarelado. Suas sementes largamente aladas também apresentam similaridades com Lobelia organensis Gardner, mas essa espécie possui folhas glabras. O indumento amarelo concentrado nas estruturas florais e as dimensões menores das folhas e flores também são distintivos entre as espécies brasileiras da seção. Outra característica marcante observada por microscopia eletrônica de varredura é a de que a casca de sua semente apresenta paredes celulares mais espessas do que qualquer outra espécie brasileira de Lobelia. O epíteto específico se refere ao Brasil, uma vez que esta espécie é endêmica e ocorre próxima à capital, Brasília (Vieira & Shepherd, 1998).

Ecologia:

Forma de vida: herb
Longevidade: unkown
Biomas: Cerrado
Fitofisionomia: Savana
Habitats: 2.1 Dry Savanna
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Erva ou subarbusto de 1,5 a 4 m de altura, coberta por indumento amarelado. Folhas sésseis, estreito-oblongas ou elíptico-lanceoladas, levemente serreado-denteadas na margem, com 14 a 26 pares de nervuras secundárias, cartáceas. Flores alvas ou creme-esverdeadas, em racemo terminal com até 1,5 m de comprimento. Ocorre preferencialmente em cerrado ou áreas perturbadas pela ação antrópica, em brejos, campos ou locais úmidos na beira de matas secas, de galeria ou buritizais, acima de 700 m de altitude (Vieira & Shepherd, 1998; Godoy, 2009). Classificada como heliófila em registro de coleta (R. Marquete s.n., RB 362060).
Referências:
  1. Vieira, A. O. S.; Shepherd, G. J. A New Species of Lobelia (Campanulaceae) from Brazil. Novon, v. 08, n. 04, pp. 457-460, 1998.
  2. GODOY, S.A.P. Campalunaceae. In: GIULIETTI, A.M.; RAPINI, A.; ANDRADE, M.J.G.; QUEIROZ, L.P.; SILVA, J.M.C. Plantas Raras do Brasil. Belo Horizonte: Conservaçao Internacional; Univesidade Estadual de Feira de Santana, 2009. p. 128-129.

Reprodução:

Detalhes: A floração ocorre principalmente na primavera, nos meses de setembro a novembro (Vieira & Shepherd, 1998). Em todo caso, existem registros de coleta indicando a presença de flores para todos os meses do ano exceto fevereiro e dezembro (P.C. Rodrigues 24; C.B.R. Munhoz 3476; 4351; T. Plowman 10000; D. Sucre 483; E.P. Heringer 13223; Equipe IBGE 609; H.S. Irwin 6119; E.P. Heringer 204; 254). Foi coletada com frutos nos meses de janeiro, abril, junho, julho e setembro (R. Marquete s.n., RB 362060; M.L.M. Azevedo 81; M.A. da Silva 4255; H.S. Irwin 18065; 8157).
Fenologia: flowering (Mar~Nov), flowering (Jan~Jan), fruiting (Jan~Jan), fruiting (Apr~Apr), fruiting (Jun~Jun), fruiting (Jul~Jul), fruiting (Sep~Sep)
Referências:
  1. Vieira, A. O. S.; Shepherd, G. J. A New Species of Lobelia (Campanulaceae) from Brazil. Novon, v. 08, n. 04, pp. 457-460, 1998.

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Housing & urban areas habitat present local high
A espécie foi encontrada na área de um projeto de assentamento rural do DF, segundo o levantamento do relatório foram identificadas várias agressões em áreas de vereda e vegetação campestre adjacente, tais como, a interrupção da drenagem natural para construção de poços e bicas de água, construção de estradas e o corte de buritis (Mauritia flexuosa) (Terracap, 2009).
Referências:
  1. TERRACAP. Relatório de Impacto Ambiental Complementar do Assentamento Rural Monjolo. Brasília: Governo do Distrito Federal, 2009, p. 345.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.3 Livestock farming & ranching habitat present local high
A espécie foi encontrada em uma área de um projeto de assentamento rural do DF. Foi observado o uso da área como pastagem natural ou sua substituição por capim braquiária para o uso do gado, resultando em consequente pisoteio, compactação e contaminação pelos excretas do animal e também excretas humanos, além da drenagem para uso agrícola (Terracap, 2009).
Referências:
  1. TERRACAP. Relatório de Impacto Ambiental Complementar do Assentamento Rural Monjolo. Brasília: Governo do Distrito Federal, 2009, p. 345.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
8.1.2 Named species present local high
A espécie foi encontrada na área de um projeto de assentamento rural do DF, segundo o levantamento do relatório foi detectada a invasão do capim-braquiária oriundo das pastagens que circundam a Vereda ou mesmo a proliferação de samambaiaçu (Pteridium aquilinum) (Terracap, 2009).
Referências:
  1. TERRACAP. Relatório de Impacto Ambiental Complementar do Assentamento Rural Monjolo. Brasília: Governo do Distrito Federal, 2009, p. 345.