Calophyllaceae

Kielmeyera membranacea Casar.

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Kielmeyera membranacea (Calophyllaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

85.746,287 Km2

AOO:

216,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), foi registrada nos estados Espirito Santo (Pereira 460), Rio de Janeiro (Sucre 4366).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 12 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida por pau-mandioca e pequiá-amarelo, foi coletada em Restinga associada a Mata Atlântica nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Apresenta distribuição ampla, EOO=73675 km², diversos registros depositados em coleções biológicas, inclusive com coletas realizadas recentemente, e ocorrência confirmada em Unidades de Conservação de proteção integral. A espécie ocorre de forma ocasional na maior parte das localidades em que foi registrada, apesar de não contar com registros na cidade do Rio de Janeiro e em Cabo Frio a bastante tempo, potencialmente representando extinções locais ocasionadas pelo crescimento urbana. Apesar disso, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua existência na natureza. Assim, K. membranacea foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) e conservação (buscas específicas em áreas onde não é documentada a mais de 30 anos) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza.

Último avistamento: 2016
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Novarum Stirpium Brasiliensium Decades 4: 39. 1842. Nomes populares: Pau-mandioca, Pequiá-amarelo (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). De acordo com especialista botânico a espécie: 1 - apresenta uso (madeira, frutos, paisagismo, etc). R.: Sim. É das espécies incluídas na filogenia do gênero (considerei pesquisa aqui).; 2 - ocorre em Unidades de Conservação. R.: Sim. Reserva Natural Vale, Reserva Ecológica de Camburi, ReBio Córrego do Veado, PE Fonte Grande, PE Paulo César Vinha, Parque Ecológico Municipal do Mico Leão Dourado, Parque Natural Municipal do Aricanga, Reserva Indígena de Comboios, , PE Itaúnas, Reserva Ecológica de Camburi, PE Pedra Branca, APA do Pau-Brasil, APA Pedra do Elefante, Reserva Biológica Poço das Antas, Estação Ecológica Estadual de Paraíso, Área de Proteção Ambiental da Chacrinha, Reserva Ecol. Estadual de Jacarepiá (essas informações são baseadas em coleções, não coletei em todas essas áreas); 3 - apresenta registros recentes, entre 2010-2018. R.: Sim; 4 - é uma espécie com distribuição ampla. R.: Não. ; 5 - possui amplitude de habitat. R.: Sim. ; 6 - possui especificidade de habitat. R.: Não tenho certeza. ; 7 - apresenta dados quantitativos sobre o tamanho populacional. R.: Não; 8 - em relação a frequência dos indivíduos na população. R.: Ocasional; 9 - apresenta ameaças incidentes sobre suas populações. R.: Acredito que o crescimento das cidades seja uma ameaça real, em várias das localidades mencionadas para a cidade do Rio de Janeiro e para Cabo Frio não é possível encontrar mais a espécie.; (Fernanda Cabral, com. pess. 03/11/2018).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população. Frequência: Ocasional (Cabral, F. com. press., 2018).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Luminosidade: heliophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Restinga
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore de 12 m de altura (Oliveira 570) que ocorre na Mata Atlântica, na Restinga (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).
Referências:
  1. Kielmeyera in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB6871>. Acesso em: 12 Dez. 2018

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat past,present,future national very high
A região litoral sul do Espírito Santo apresenta elementos potenciais para o desenvolvimento de diversas atividades econômicas, sobretudo dos setores turístico e residencial. Entretanto, a não compatibilização dessas atividades com os recursos naturais disponíveis vem gerando modificações no meio físico/natural com elevado grau de desequilíbrio físico-territorial e ambiental, o que tem comprometido seriamente a estruturação do desenvolvimento regional (IPES, 2000). No território do Norte Fluminense é a crescente taxa de urbanização, com crescentes fluxos migratórios atraídos pela crescente oportunidade oferecida pelo setor petrolífero (Lemos et al., 2014). Adicionalmente, o setor do turismo vem sendo incentivado nas áreas Norte-Noroeste Fluminense, conhecidas como Costa Doce e Noroeste das Águas, respectivamente (Costa, 2015; SETUR, 2018).
Referências:
  1. IPES - Instituto de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Jones dos Santos Neves. 2000. Região litoral sul: indicativos para o desenvolvimento – Anchieta, Guarapari, Itapemirim, Marataízes, Piúma, Presidente Kennedy. Vitória, 68p.
  2. Costa, J.C. 2015. Os processos de apropriaçãi espacial da Praia dos Anjos e Praia Grande pelos visitantes e moradores de Arraial do Cabo, RJ. Monografia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 103p.
  3. Lemos, L.M.; Araujo, B.P.; Freitas, C.A. 2014. Dinâmicas territoriais no estado do Rio de Janeiro a partir dos anos de 1970: o Noroeste Fluminense e as Baixadas Litorâneas. Disponível em <http://www.cbg2014.agb.org.br/resources/anais/1/1404136739_ARQUIVO_CBG2014Bruna,CintiaeLinovaldo.pdf>. Acesso em 08 de dezembro de 2018.
  4. SETUR 2018. Secretaria de Estado e Turismo. Disponível em <http://www.rj.gov.br/web/setur/exibeconteudo?article-id=2527548> . Acesso em 08 de dezembro de 2018.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1 Annual & perennial non-timber crops habitat past,present,future national very high
Área largamente utilizada por atividades agropecuária, destacando o café no Estado do Espírito Santo e a cana-de-açúcar e pecuária no Rio de Janeiro (Lumbreras et al.,2004; Zoccal et al. 2006). No passado, a monocultura do café constituía a grande riqueza fluminense, influenciando o cultivo dos cafezais capixabas na região sul do estado. No entanto, erosão dos solos e a abolição da escravatura provocaram sua decadência, sendo substituído pelo plantio de cana-de-açúcar, principalmente na região norte-fluminense. Adicionalmente, o cultivo da cana-de açúcar, foi responsável pelo desaparecimento quase que completo das formações florestais (Fundação CIDE, 2001). A cana-de-açúcar, item mais expressivo da produção agrícola no fim do século XX, mantém-se como principal produto agrícola, com seu cultivo concentrado na região de Campos. Ainda hoje, o cultivo da cana e a produção do açúcar/álcool se posicionam com destaque na economia. No sul do Espírito Santo, o café continua sendo a principal atividade agrícola (SEAMA 2018).
Referências:
  1. Zoocal, R.; Assis, A.G.; Evangelista, S.R.M. 2006. Distribuição geográfica da pecuária leiteira no Brasil. Revista Política Agrícola. Publicação da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, n 4, 47-58.
  2. Lumbreras, JF.; Carvalho Filho, A.; Motta, P.E.F.; Palmeri, F. Calderano, S.B.; Baruqui, A.M.; Pereira, N.R. Naime, U.J.; Lemos, A.L. 2004. Macropedoambientes da Região Noroeste Fluminense - uma contribuição ao planejamento ambiental. Rio de Janeiro : Embrapa Solos,n 64, 21 p.
  3. Fundação CIDE - Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro. 2001. IQM Verde - Índice de Qualidade de Municípios.
  4. SEAMA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. 2018. Atlas da Mata Atlântica do Espírito Santo: 2007-2008/2012-2015. Sossai, m.F. (coord.). Cariacica, ES.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present,future national very high
Criado em 1985, o monitoramento feito pelo Atlas permite nesta edição quantificar o desmatamento acumulado em alguns Estados nos últimos 30 anos. O Paraná lidera este ranking, com 456.514 hectares desmatados, seguido por Minas Gerais (383.637 ha) e Santa Catarina (283.168 ha). O total consolidado de desmatamento identificado pelo Atlas desde a sua criação, que não incluiu alguns Estados em determinados períodos, chega a 1.887.596 hectares. Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat,mature individuals past,present regional very high
Acredito que o crescimento das cidades seja uma ameaça real, em várias das localidades mencionadas para a cidade do Rio de Janeiro e para Cabo Frio não é possível encontrar mais a espécie (Cabral, F. com. press., 2018).

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Reserva Natural Vale, Reserva Ecológica de Camburi, ReBio Córrego do Veado, PE Fonte Grande, PE Paulo César Vinha, Parque Ecológico Municipal do Mico Leão Dourado, Parque Natural Municipal do Aricanga, Reserva Indígena de Comboios, , PE Itaúnas, Reserva Ecológica de Camburi, PE Pedra Branca, APA do Pau-Brasil, APA Pedra do Elefante, Reserva Biológica Poço das Antas, Estação Ecológica Estadual de Paraíso, Área de Proteção Ambiental da Chacrinha, Reserva Ecol. Estadual de Jacarepiá (Cabral, F. com. press., 2018).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.