Fabaceae

Inga cordistipula Mart.

Como citar:

Marta Moraes; undefined. 2018. Inga cordistipula (Fabaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

36.863,587 Km2

AOO:

56,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), foi registrada nos estados de MINAS GERAIS, município de Marliéria (Nunes et al. 155); RIO DE JANEIRO, município de Cabo Frio (Rezende et al. 38), Duas Barras (Machado 75715), Mangaratiba (Bovini et al. 1616), Maricá (Andreata et al. 1003), Miguel Pereira (Caez et al. 338), Niterói (Machado e Queiroz 319), Paraíba do Sul (Duarte e Almeida 3690), Rio de Janeiro (Schwacke 1589), São Pedro da Aldeia (Lima e Caruzo 3101). Segundo a Flora do Brasil 2020 a espécie também ocorre nos estados do Espírito Santo e de São Paulo.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Marta Moraes
Revisor:
Critério: B2ab(i,ii,iii)
Categoria: VU
Justificativa:

Árvore com 12 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018) foi registrada na Floresta Ombrófila, Floresta Estacional Semidecidual e Restinga associadas à Mata Atlântica, nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Apresenta EOO=31937 km², AOO=56 km², e nove situações de ameaça. Mesmo tendo sido coletada em múltiplas fitofisionomias e em Unidades de Conservação de proteção integral, a frequência dos indivíduos é ocasional e existem ameaças incidentes. A região do médio rio Doce apresenta remanescentes de florestas que sofreram diferentes graus de perturbação, seja pela ação de desmatamentos, corte seletivo de madeira e/ou fogo (França e Stehmann, 2013). A perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Suspeita-se que esteja havendo declínio contínuo de EOO, AOO e qualidade do hábitat da espécie. Por estes parâmetros categorizamos Inga cordistipula como Vulnerável (VU), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível para uma melhor categorização no futuro.

Último avistamento: 2017
Quantidade de locations: 9
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Flora 20(2, Beibl.): 111. 1837. De acordo com especialista botânico a espécie: 1 - apresenta uso (madeira, frutos, paisagismo, etc). R.: Não. ; 2 - ocorre em Unidades de Conservação. R.: Sim. Parque Estadual da Serra da Tiririca, APA dos Fortes, Parque N. Municipal da Prainha, Área de Proteção Ambiental da Chacrinha, Reserva Ecológica de Rio das Pedras, Parque Nacional da Tijuca.; 3 - apresenta registros recentes, entre 2010-2018. R.: Sim; 4 - é uma espécie com distribuição ampla. R.: Não. ; 5 - possui amplitude de habitat. R.: Sim. ; 6 - possui especificidade de habitat. R.: Não. ; 7 - apresenta dados quantitativos sobre o tamanho populacional. R.: Não; 8 - em relação a frequência dos indivíduos na população. R.: Ocasional; 9 - apresenta ameaças incidentes sobre suas populações. R.: ; (Mario Gomes, com. pess. 23/11/2018).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Não
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Fenologia: perenifolia
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Estacional Semidecidual, Restinga
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1 Forest
Clone: no
Rebrotar: no
Detalhes: Árvore de 12 metros de altura (Lima et al. 7612), que ocorre na Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).
Referências:
  1. Inga in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB100928>. Acesso em: 13 Dez. 2018

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat past,present national very high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). A região do Litoral Norte Fluminense tem por principal vetor de pressão ao meio ambiente a expansão urbana e o turismo incentivadaos. A expansão urbana e a migração de pessoas de diversas regiões do estado do Rio de Janeiro para a região do Litoral Norte fluminese está diretamente relacionada com o desenvolvimento do setor de turismo, em Cabo Frio e Armação dos Búzios; e, principalmente ao desenvolvimento da indústria petrolífera e parapetrolífera, em Cabo Frio, Macaé-Rio da Ostras e Campos dos Goytacazes (Souza e Terra, 2017). Em viagem a campo, botânicos visualizam em áreas adjacentes ao Parque Estadual da Costa do Sol a ameaça de expansão de lotamentos sobre dunas a beira mar e o aumento da preparação de terrenos para a confecção de novos loteamentos próximo a estradas de acesso entre Cabo Frio e Arraial do Cabo no ano de 2016-2018 (P. Rosa, com. pess.). No PARNA Tijuca, a expansão de áreas de ocupação irregular, o adensamento urbano nas cotas altimétricas mais baixas, a intensificação do fluxo de veículos e pessoas e a proliferação de trilhas não planejadas e não monitoradas nas áreas de borda limítrofes ao Parque (Figueiró e Coelho Netto, 2009) representam ameaças à espécie, já que alteram seu ambiente de ocorrência e o impactam de forma descontrolada. A expansão da área urbana formal e informal da cidade do Rio de Janeiro sobre o maciço da Tijuca constitui o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem. A ocupação espontânea do tipo favela ganha destaque pela característica peculiar de instalar-se, geralmente, em lugares menos privilegiados em relação à probabilidade de problemas erosivos, como áreas de grande declividade no sopé de afloramentos rochosos (Fernandes et al., 1999).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Fernandes, M. do C., Lagüéns, J.V.M., Netto, A.L.C., 1999. O Processo de Ocupação por Favelas e sua Relação com os Eventos de Deslizamentos no Maciço da Tijuca/RJ. Anuário do Inst. Geociências - UFRJ 22, 45–59.
  3. Figueiró, A.S., Coelho Netto, A.L., 2009. Impacto ambiental ao longo de trilhas em áreas de floresta tropical de encosta : Maciço da Tijuca Rio de Janeiro - RJ. Mercator 8, 187–200. doi:10.4215/RM2009.0816.0015;Teixeira, L.H. dos S., 2006. Plano de Manejo da Reserva Biológica do Tinguá. Brasil.
  4. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
  5. Souza, J., Terra, D.C.R., 2017. Rio de Janeiro : rumo a uma nova região metropolitana ? Cad. Metrop.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 3.2 Mining & quarrying habitat,mature individuals present,future local very high
Os impactos imediatos do tsunami foram trágicos. Enterrou aldeias a jusante, matando pelo menos 13 pessoas, principalmente em Bento Rodrigues, o distrito mais próximo da represa. Em um dia, a onda chegou ao Doce, um dos maiores rios do Brasil fora da bacia amazônica, e atravessou 600 quilômetros antes de se espalhar no Oceano Atlântico em 21 de novembro (Escobar, 2015).
Referências:
  1. Escobar, H., 2015. Mud tsunami wreaks ecological havoc in Brazil. Science (80-. ). 350, 1138–1139.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting mature individuals past,present regional high
A região do médio rio Doce apresenta remanescentes de florestas que sofreram diferentes graus de perturbação, seja pela ação de desmatamentos, corte seletivo de madeira e/ou fogo (França e Stehmann, 2013).
Referências:
  1. França, G.S., Stehmann, J.R., 2013. Florística e estrutura do componente arbóreo de remanescentes de Mata Atlântica do médio rio Doce, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 64, 607–624.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie ocorre nas seguintes unidades de conservação: PARQUE ESTADUAL DO RIO DOCE (PI), RESERVA ECOLÓGICA DE RIO DAS PEDRAS (PI), PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA (PI), PARQUE NACIONAL DA TIJUCA (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA PRAINHA (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO RIO GUANDU (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DOS FORTES (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA CHACRINHA (US).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.