Simaroubaceae

Homalolepis insignis (A.St.-Hil

Como citar:

Patricia da Rosa; Eduardo Fernandez. 2019. Homalolepis insignis (Simaroubaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

24.710,168 Km2

AOO:

44,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Devecchi et al., 2019), com ocorrência nos estados: ESPÍRITO SANTO, município Domingos Martins (Pereira 6366), Guarapari (Trinta 1086); RIO DE JANEIRO, municípios Petrópolis (Guillemin 840) e Rio de Janeiro (Casaretto 1854); SÃO PAULO, município Ubatuba (Devecchi 389).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Patricia da Rosa
Revisor: Eduardo Fernandez
Critério: B2ab(ii,iii,iv,v)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore de até 6 m de altura, endêmica do Brasil (Devecchi et al., 2019) ocorrendo no domínio da Mata Atlântica e restrita a vegetação de Restinga nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. No estado do Rio de Janeiro a última coleta foi realizada em 1951 e esforços já foram empreendidos pelo especialista (Devecchi com. pess.) para reencontrar a espécie, porém sem sucesso. Homalolepis insignis apresenta AOO=40 km² e três situações de ameaças, considerando as localidades de ocorrência. A principal ameaça à espécie está relacionada à conversão de áreas de Restinga e Florestas Ombrófila de Baixada em áreas urbanas e comerciais, pastagens e agricultura (Hay et al., 1981; Lapig, 2018). Nas últimas décadas, o ambiente de Restinga vem sendo degradado por espécies exóticas, coleta seletiva de espécies de interesse ornamental e o turismo desordenado (Hay et al., 1981; Carvalho, 2018). A pressão exercida por essas atividades resulta em um processo contínuo de degradação, colocando em risco espécies da flora e da fauna (Rocha et al., 2007). As Unidades de Conservação até então existentes, não são suficientes e capazes de deter a forte pressão antrópica sobre os ambientes (Carvalho, 2018). Infere-se o declínio contínuo de AOO, qualidade de habitat, número de subpopulações e de indivíduos maduros. Dessa forma, H. insignis foi considerada Em Perigo (EN) de extinção, necessitando ações de conservação ligadas à preservação dos ambientes de Restinga, tais como incentivo à melhoria da gestão das Unidades de Conservação e programas de conservação ex situ, além de ações de pesquisa como tendências, números populacionais, além da busca direcionada por subpopulações principalmente no estado do Rio de Janeiro.

Último avistamento: 2015
Quantidade de locations: 3
Possivelmente extinta? Não
Razão para reavaliação? Taxonomy
Justificativa para reavaliação:

A espécie passou recentemente por revisão taxonômica (Devecchi, 2018) e migrou do gênero Simaba para Homalolepsis onde está melhor posicionada conforme hipótese filogenética. A espécies foi avaliada em 2012 como Em perigo de extinção. Neste período houve a inclusão de informações de ocorrência e a expansão para o estado do Espírito Santo.

Houve mudança de categoria: Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Phytotaxa 366(1): 72–74, f. 35G–J, 38, 44A. 2018.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Restinga
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvores de até 6 m de altura (Devecchi 389), ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica, na restinga (Devecchi, 2019).
Referências:
  1. Devecchi, M.F.; Pirani, J.R.; Thomas, W.W. Simaroubaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB604266>. Acesso em: 26 Ago. 2019

Reprodução:

Detalhes: Foi coletada com flores em: janeiro (Devecchi 389), julho (Kuhlmann 6258), agosto (Ducke s.n.), setembro (Occhioni 345), outubro (Tatto 686), dezembro (Alves 71); foi coletada com frutos em: janeiro (Devecchi 388), outubro (Pirani 4517)
Fenologia: flowering (Jul~Oct), flowering (Dec~Jan), fruiting (Oct~Oct), fruiting (Jan~Jan)

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat past,present,future regional high
A Restinga é um ambiente naturalmente frágil (Hay et al., 1981), condição que vem sendo agravada pela forte especulação imobiliária, pela extração de areia e turismo predatório, além do avanço da fronteira agrícola, introdução de espécies exóticas e coleta seletiva de espécies vegetais de interesse paisagístico. A pressão exercida por essas atividades resulta em um processo contínuo de degradação, colocando em risco espécies da flora e da fauna (Rocha et al., 2007). Atualmente, a cobertura vegetal original remanescente da Região dos Lagos é menor que 10%(SOS Mata Atlântica, 2018). As Unidades de Conservação até então existentes, não foram suficientes e capazes de deter a forte pressão antrópica sobre os ambientes, especialmente pelas ações ligadas à especulação imobiliária e à indústria do turismo (Carvalho, 2018)
Referências:
  1. Hay, J.D., Henriques, R.P.B., lima, D.M., 1981. Quantitative comparisons of dune and foredune vegetation in restinga ecosystemsin the State of Rio de Janeiro, Brazil. Revista Brasileira de Biologia 41(3): 655-662.
  2. Rocha, C.E.D., Bergallo, H.G., Van Sluys, M., Alves, M.A.S., Jamel, C.E., 2007. The remnants of restinga habitats in the Brazilian Atlantic Forest of Rio de Janeiro state, Brazil: Habitat loss and risk of disappearance. Brazilian Journal os Biology 67(2): 263-273
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.3 Livestock farming & ranching habitat past,present regional high
O município de Guarapari com 59060 ha, possui 26% de sua área (15627 ha) convertida em pastagem. O município de Domingos Martins com 122.835ha tem 12,2% de seu território (15036ha) transformados em pastagens (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. URL http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 16 de julho 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present national high
O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. O desmatamento nos estados de ocorrência da espécie entre 2016 e 2017 foi: Espírito Santo (19 ha), Rio de Janeiro (18 ha) e São Paulo (96 ha).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2017- 2018. Relatório Técnico, São Paulo. 35p.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada em: APA MARINHA DO LITORAL NORTE (US), PARQUE ESTADUAL DA ILHA ANCHIETA (PI), PARQUE NACIONAL DA TIJUCA (PI), APA DA PEDRA BRANCA (US), MONUMENTO NATURAL MUNICIPAL DO PICO DO ITAGUARÉ (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE PETRÓPOLIS (US), ÁREA DE PROTEçãO AMBIENTAL CARAPIá (US)
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território Espírito Santo- 33 (ES) e Território Rio de Janeiro - 32 (RJ).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.