Maria Marta V. de Moraes; Tainan Messina. 2012. Hippeastrum angustifolium (AMARYLLIDACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
A espécie não é endêmica do Brasil, apresentando ocorrência na Argentina (Pacific Bulb Society, acessado em 14/03/2012). No Brasil foi registrada nos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul (Dutilh; Oliveira, 2012).
No Brasil, a espécie ocorre nos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul em áreas alagadas. Apresenta AOO de 16 km² e está sujeita a menos de cinco situações de ameaça. Segundoinformação disponível, seu habitat tem sido alterado por atividadesantrópicas como construção de barragens, agricultura, pecuária e expansão urbana com aterros e drenagens. A espécie não está protegida por unidades de conservação (SNUC), e é empregada como planta ornamental, sendo comercializadapor colecionadores de plantas bulbosas em todo o mundo.
A espécie se assemelha a outras representantes do gênero que também ocorrem em áreas brejosas, como H. santacatarina e H. breviflorum. A espécie apresenta nos picos de floração mais de 10 escapos florais, com as flores variando de vermelho a verde (Dutilh, 2005), com predomínio de vermelho, apesar de variações entre essas duas cores terem sido verificadas (Dutilh, com. pess.).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1 Habitat Loss/Degradation (human induced) | medium | ||||
H. angustifolium ocorre majoritariamente em áreas alagadas e Campos Limpos associados aos domínios fitogeográficos Mata Atlântica e Pampa (Dutilh; Oliveira, 2012). Os banhados da região sul sofrem degradação direta ou indireta relacionada a atividades antrópicas. Por muito tempo, estes banhados foram considerados ambientes insalubres e improdutivos, e por isso deveriam ser aterrados e drenados, o que de fato foi feito (Carvalho; Ozório, 2007). |
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1.1.3 Agro-industry farming | high | ||||
Em diversas regiões alagadas do Estado do Rio Grande do Sul que foram drenadas, foram estabelecidas extensas lavouras de arroz. As técnicas empregadas para se estabelecer estes cultivos utilizaram-se de agrotóxicos altamente contaminantes, que além de destruírem os solos, contaminaram as fontes de água da região (Carvalho; Ozório, 2007). |
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.4.2 Human settlement | local | medium | |||
A expansão urbana desordenada e a falta de planejamento para estabelecimento de empreendimentos imobiliários levou a uma acelerada descaracterização destes ambientes alagados, uma vez que a retirada da vegetação nativa e sua drenagem não possibilitam a perpetuação da flora nativa (Carvalho; Ozório, 2007). |
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1.4 Livestock | local | high | |||
A criação de gado neste ambientes alagados previamente drenados provoca o pisoteio e a compactação dos solos, alterando a comunidade vegetal típica dos banhados (Carvalho; Ozório, 2007). |
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.4.6 Dam | local | high | |||
As subpopulações de H. angustifolium existentes no Estado de São Paulo tiveram seu ambiente de ocorrência descaracterizado permanentemente pela construção de uma barragem (Biodiversitas, 2005). |
Ação | Situação |
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1.2.1.2 National level | on going |
A espécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008), sendo, portanto, considerada "Deficiente de dados" (DD). |
Ação | Situação |
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4.4 Protected areas | needed |
Os registros de coleta não indicam sua ocorrência em nenhuma categoria de unidade de conservação (CNCFlora, 2011). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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Ornamental | ||
Assim como outras amarilidáceas, H. angustifolium é empregada como planta ornamental e tem sido comercializada por colecionadores de plantas bulbosas mundo afora (Pacific Bulb Society, acessado em 14/03/2012). |