Eduardo Fernandez; Patricia da Rosa. 2021. Ficus caatingae (Moraceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
A espécie foi registrada nos estados: BAHIA, municípios de Boa Nova (Machado 1198), Bom Jesus da Lapa (Harley 21436), Brejões (Hatschbach 48188), Brejolândia (Lima 13271), Brumado (Carvalho 1680), Caém (Loureiro et al. 258), Caetité (Paixão 1652), Caturama (Conceição 2321), Cocos (Castro 1145), Itiúba (Pinto 11283), Jequié (Thomas et al. 13542), Manoel Vitorino (Mori 11250), Mucugê (Harley et al. 3711), Pindobaçu (Guedes 7049), São Domingos (Servilha 3360), Vitória da Conquista (Oliveira (139); PERNAMBUCO, município de Buíque (Felix et al. 7447)
É uma árvore terrestre de até 12 m, endêmica do Brasil, conhecida popularmente como gameleira-preta (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Ocorre exclusivamente em Caatinga (stricto sensu) e Floresta Estacional Decidual dos estados da Bahia, Goiás e Pernambuco (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Na Bahia há registros para a espécie na mesorregião centro-sul, centro-norte e no Vale do Rio São Francisco (municípios de Boa Nova, Bom Jesus da Lapa, Bom Jesus da Serra, Brejões, Brumado, Caém, Caetité, Caturama, Itiúba, Jequié, Manoel Vitorino, Mucugê, Pindobaçu e Vitória da Conquista), em Goiás ocorrem no município de São Domingos e em Pernambuco no município de Buíque (Reflora - Herbário Virtual, 2018). Áreas de Caatinga sensu stricto e Florestas Estacionais vem sendo drasticamente degradadas e convertidas para atividades agropecuárias extensivas, além de estarem sujeitas a incidência de incêndios florestais cada vez mais severos, frequentemente utilizados na substituição da vegetação nativa para uso agropecuário (MMA, 2011). Outras ameaças são a expansão da agricultura no Leste de Goiás/Oeste Baiano (Sá, s.d.), agricultura e fogo no Planalto de Vitória da Conquista/Jequié (Neto et al., 2017), agropecuária e fogo na região da Chapada Diamantina e no Piemonte do Espinhaço Baiano (Tanan e Chaves, 2012), além de atividades agropecuárias e desmatamento no município de Buíque e adjacências (Lapig, 2018). Mesmo apresentando valores de EOO e AOO que enquadram a espécie em uma categoria de ameaça, esta apresenta mais de 10 situações de ameaça. Assim, Ficus caatingae foi avaliada como Quase Ameaçada de Extinção (NT), devendo ser incentivadas ações de pesquisa e conservação. Sugere-se ações de pesquisa (tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.
Ficus caatingae R.M.Castro é uma espécie nativa e endêmica do Brasil. A espécie foi descrita em 2006 na revista Neodiversity: A Journal of Neotropical Biodiversity 1: 16. O material tipo é Hind, D.J.N., PCD3711, coletado em Passagem Funda, no município de Mucugê (Bahia) e encontra-se depositado nos herbários HUEFS (Holótipo), ALCB e CEPEC (Isótipos). (Castro & Rapini, 2006).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 7.1 Fire & fire suppression | habitat | past,present,future | regional | high |
A ameaça de incêndios florestais é um importante fator de redução da biodiversidade, nas áreas remanescentes da caatinga; uma vez que o fogo causado pelo homem é um dos agentes de destruição de ecossistemas. O fogo é frenquentemente utilizado na substituição da vegetação nativa para uso agropecuário (MMA, Núcleo do Bioma Caatinga 2011). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming | habitat | past,present,future | regional | very high |
O bioma Caatinga tem 53% de sua área com cobertura florestal e as terras utilizadas para fins agrícolas representam de 5% a 10%. As demais terras foram transformadas em pastagens naturais ou vegetação rasteira (MMA, Núcleo do Bioma Caatinga 2011). | |||||
Referências:
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