Eduardo Fernandez; Mário Gomes. 2020. Euxylophora paraensis (Rutaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Pirani et al. 2020), com ocorrência nos seguintes estados: AMAZONAS, no município de Itacoatiara; MARANHÃO, no município de Buriticupu; PARÁ, municípios de Benevides, Castanhal, Ipixuna do Pará, Marituba, Moju, Paragominas, Santa Bárbara do Pará, Santarém; TOCANTINS, no município de Gurupi.
Árvore de até 45 m, endêmica do Brasil (Pirani et al. 2020). Popularmente conhecida como amarelão e pau amarelo, foi documentada exclusivamente em Floresta de Terra-Firme associada a Amazônia presente em 11 municípios distribuídos pelos estados do Amazonas, Maranhão, Pará, e Tocantins. Possui distribuição ampla, EOO=658820 km², porém apresenta especifidade de habitat, AOO=96 km², menos de cinco situações de ameaça, e presença em fitofisionomia severamente fragmentada. A espécie apresenta potencial madeireiro, podendo ser utilizada na construção civil e outras aplicações, sendo retirada de forma seletiva da natureza (Eletronorte/IBAMA 1997; IBAMA, 2011; Loureiro e Silva, 1968). Além disso, os municípios de ocorrência da espécie possuem entre 4% e 44% de seus territórios convertidos em áreas de pastagem (Lapig, 2020). Ocorre naturalmente em baixas densidades em florestas preservadas, e em consequência da exploração da madeira e pelo desmatamento para assentamentos e atividades agrícolas, suspeita-se declínio populacional nas últimas três gerações (cerca de 20 anos cada geração) igual ou maior que 50%. Infere-se declínio contínuo em EOO, AOO, na exxtensão e qualidade do habitat, no número de situações de ameaça e no número de indivíduos maduros. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, garantia de efetividade de UCs, Plano de Manejo Sustentável) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como Criticamente em Perigo (CR) na Portaria MMA 443/2014 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após cinco anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | CR |
Descrita em: Boletim do Museo Goeldi de Historia Natural e Ethnographia. Belém. 6: 85. 1910. Popularmente conhecida como amarelão-(Maranhão) e pau amarelo (PA).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.3 Indirect ecosystem effects | 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | present | local | high |
Os municípios de ocorrência da espécie possuem entre 4% (Itacoatiara - AM), 6% (Benevides – PA), 18% (Moju - PA), 19% (Santarém Novo - PA), 23% (Paragominas – PA), 28% (Castanhal – PA), 31% (Buriticupu – MA), 33% (Ipixuna do Pará – PA) e 44% (Gurupi – TO) de seu território convertido em áreas de pastagem (Lapig, 2020). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.3.5 Motivation Unknown/Unrecorded | mature individuals | present | local | high |
Ao longo do rio Uatumã, no município de São Sebastião do Uatumã, existem áreas sinalizadas como de propriedade de madeireiras, estando esta área provavelmente abrangida pelo Polo Madeireiro de Itacoatiara. (Eletronorte/IBAMA 1997). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat,locality | present | local | high |
O município de Buriticupu (MA) com 254547ha, possui 8% (20000ha) do seu território convertido em áreas de cultivo de milho (Lapig, 2020). O município de Gurupi (TO) com 183608ha, possui 5% (9834ha) do seu território convertido em áreas de cultivo de soja (Lapig, 2020). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded | habitat,occupancy | present | local | high |
O município de Santa Bárbara do Pará (PA) com 27815ha, possui 19% (5372ha) do seu território convertido em áreas de monocultura de eucalipto (Lapig, 2020). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 4.1 Roads & railroads | habitat,locality,occupancy | present | regional | high |
A floresta amazônica brasileira permaneceu completamente intacta até o início da era moderna do desmatamento, com a inauguração em 1970 da rodovia Transamazônica (Borges e Ferreira, 2011). A abertura e pavimentação de rodovias como, por exemplo, a BR-163 (Cuiabá-Santarém), BR-319 (Manaus-Porto Velho) e BR-230 (Transamazônica) em função de programas de infra-estrutura realizados pelo governo federal trouxe impactos ambientais extremos pela facilitação de acesso a áreas não perturbadas de floresta na Amazônia (Borges e Ferreira, 2011). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (US). |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
Espécie avaliada como Criticamente em Perigo (CR) e incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014) | |
Referências:
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Ação | Situação |
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2.1 Site/area management | needed |
A espécie precisa que sejam garantidos e efetivados os Planos de Manejo das Unidades de Conservação onde ocorre. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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9. Construction/structural materials | natural | stalk |
A espécie apresenta potencial madeireiro, podendo ser utilizada na construção civil, me embarcações, pontes, móveis entre outros (IBAMA, 2011; Loureiro e Silva 1968). | ||
Referências:
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