Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2019. Euplassa semicostata (PROTEACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: BAHIA, Municípios de Abaíra (Sano 14575), Iramaia (Araújo-Nóbrega 288); MINAS GERAIS, Municípios de Catas Altas (Vasconcelos s.n.), Congonhas (Mendes s.n.), Juiz de Fora (Pifano 329), Morro do Pilar (Campos 13644), Santana do Riacho (Ceccantini 2151), Santa Bárbara (Marcondes-Ferreira 280).
Árvore ou arbusto com até 4 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi documentada em Floresta Estacional (Matas Secas) e Campos Rupestres associadas a áreas de transição entre Mata Atlântica e Cerrado nos estados da Bahia e Minas Gerais. Apresenta distribuição ampla, porém disjunta e restrita ao domínio das florestas estacionais ao longo da Cadeia do Espinhaço, AOO=52 km², presença em fitofisionomias severamente fragmentadas, quatro situações de ameaça e baixa frequência de coleta. Adicionalmente, parece ser bastante rara, conforme evidenciado por estudo fitossociológico realizado na Cadeia do Espinhaço, sua área central de distribuição (Versieux et al., 2011). A região central do Espinhaço tem como principal ameaça a atividade mineradora (Vasconcelos et al., 2008; Santos, 201; Machado, 2008). Ainda, a espécie ocorre na Chapada da Diamantina (BA), fora dos limites do Parque Nacional homônimo, local com incidência de fogo severo e intensas e crescentes ameaças provenientes da conversão de vegetação nativa em áreas agropecuárias, com estimativas indicando a presença de pastagens em áreas variando entre 16%-51% do território total dos municípios em que E. semicostata foi documentada (Lapig, 2018). A silvicultura de eucalipto, impulsionada recentemente através de incentivos do Governo, é marcante na paisagem, ocupando cada vez mais espaço (Machado, 2008). A espécie foi documentada nas extremidades de seu polígono de EOO há mais de 15 anos, inclusive em área minerada. Assim, mesmo ocorrendo dentro dos limites de áreas protegidas bem consolidadas, infere-se declínio contínuo em EOO, AOO, na qualidade e extensão do habitat e no número de situações de ameaça. Assim, E. semicostata foi considerada "Em perigo" (EN) de extinção novamente. Recomenda-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Em Perigo" (EN) na Portaria 443 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re-acessado após 5 anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | EN |
Espécie descrita em: Kew Bull. 53(4): 969. 1998 [23 Dec 1998]
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 7.1 Fire & fire suppression | mature individuals | past,present,future | regional | medium |
A espécie ocorre na Chapada da Diamantina, local com incidência de fogo. O histórico do Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA) mostra que em 2005 durante dois meses de seca foram queimados cerca 10% de área do Parque (Neves; Conceição, 2010). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 3.2 Mining & quarrying | habitat | past,present | regional | high |
A região central do Espinhaço tem como principal ameaça a atividade mineradora (Vasconcelos et al., 2008). Atividade mineradora em expansão, nas minas de Fazendão e Lavra Azul, no município de Catas Altas, em Minas Gerais (Santos, 2010). E na Serra do Caraça, houve mineração de ouro e hoje há atividade mineradora de ferro alterando significativamente a paisagem do lugar (Machado, 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3 Livestock farming & ranching | locality,habitat | past,present,future | regional | high |
O município de Iramaia (BA) com 194725 ha tem 51% de seu território (99281 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Congonhas com 30407 ha tem 16% de seu território (4901 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Juiz de Fora apresenta em seu território (143566 ha), 43% (62412 ha) ocupados por pastagem (Lapig, 2018). O município de Morro do Pilar tem em seu território (47755 ha) 21% (9801 ha) utilizados como pastagem (Lapig, 2018). O município de Santa Bárbara com 68406 ha, tem 22% de seu território ocupado com floresta plantada (7704 ha) e pastagem (7173 ha) (Lapig, 2019). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 1.3 Tourism & recreation areas | habitat | past,present,future | regional | medium |
Na serra do Caraça, a silvicultura de eucalipto é marcante na paisagem, ocupando cada vez mais espaço (Machado, 2008). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5 Law & policy | on going |
"Deficiente de dados" (DD), segundo a Lista vermelha da flora do Brasil(MMA, 2008), anexo 2. A espécie foi avaliada como "Em perigo" EN no Livro Vermelho CNCFlora 2013 e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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1 Land/water protection | on going |
A espécie foi coletada na RPPN Santuário do Caraça (Stehmann 3498) |
Ação | Situação |
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1 Land/water protection | needed |
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território 10 (MG). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |