Myrtaceae

Eugenia longifolia DC.

Como citar:

Eduardo Amorim; Mário Gomes. 2021. Eugenia longifolia (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

356,471 Km2

AOO:

32,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Mazine et al., 2020), com distribuição: no estado da Bahia — nos municípios Camacan, Ilhéus, Itacaré e Uruçuca.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2021
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Mário Gomes
Critério: B1ab(iii)+2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore com até 20 m de altura, endêmica do Brasil (Mazine et al., 2020). Possui distribuição no estado da Bahia, nos municípios Camacan, Ilhéus, Itacaré e Uruçuca. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (Mazine et al., 2020). Apresenta EOO= 296km², AOO= 32km² e quatro situações de ameaça, considerando cada município como uma situação distinta. O Atlas da Mata Atlântica indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. No município de Itacaré com 73787 ha possui 23579 ha que representam 31% da Mata Atlântica original do município e Uruçuca com 39198 ha possui 7453 ha que representam 19% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). Diante a perda de habitat sofrido na Mata Atlântica durante século, infere-se declínio contínuo de qualidade de habitat. Assim, Eugenia longifolia foi considerada como Em Perigo (EN) de extinção. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Planos de Ação, Conservação in situ e ex situ e cumprimento de efetividade de Unidades de Conservação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.

Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Prodr. [A. P. de Candolle] 3, 269, 1828.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore com até 20 m de altura. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (Mazine et al., 2020).
Referências:
  1. Mazine, F.F., Valdemarin, K.S., Bünger, M., Faria, J.E.Q., Fernandes, T., Giaretta, A., Santana, K.C., Sobral, M., Souza, M.A.D., 2020. Eugenia. Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10442 (acesso em 03 de março de 2021)

Reprodução:

Detalhes: A espécie é hermafrodita. Foi coletada com flores: em novembro.
Sistema sexual: hermafrodita

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas locality,habitat past,present,future local high
Mais de 70% da população brasileira está condensada na área do bioma Mata Atlântica (Joly et al., 2019). Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2002).
Referências:
  1. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., Padgurschi, M.C.G., 2019. 1º Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. URL https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
  2. Simões, L.L., Lino, C.F., 2002. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. SENAC, São Paulo.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Ecosystem/community stresses 1.3 Tourism & recreation areas locality,habitat past,present,future local medium
A atividade turística está sendo intensivamente estimulada pelo governo do estado da Bahia. A Coordenação de Desenvolvimento do Turismo - CODETUR, ligada a Secretaria da Cultura e Turismo do governo do estado da Bahia, elaborou o Programa de Desenvolvimento Turístico da Bahia. O objetivo é dotar o estado das condições necessárias para o aproveitamento de suas potencialidades naturais, históricas e culturais, ordenando o espaço territorial e definindo as ações necessárias ao desenvolvimento do turismo. Desta forma, foram definidas Zonas Turísticas e uma delas é a Costa do Cacau, litoral sul, abrangendo os municípios de Itacaré, Uruçuca, Ilhéus, Una e Canavieiras (MMA, 1997).
Referências:
  1. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 1997. Plano de Manejo da Reserva Biológica de Una. Inst. Bras. dos Recur. Nat. Renov. URL http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/REBIO Una.pdf (acesso em 12 de julho de 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded locality,habitat past,present,future local high
A área no município de Ilhéus (BA) há apenas diminutos fragmentos descaracterizados, sendo que a maior parte foi substituída principalmente por plantações de cacau em sistema de cabruca ou com sombreamento monoespecífico, além de pastagens e pequenas roças de cultivos diversos (Sambuichi, 2003). A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Serra Bonita, localizada no município de Camacan (BA), apresenta predominância do sistema de cultivo baseado na cacauicultura em sua área montanhosa, em função das suas características edafoclimáticas. Em função das características do relevo da área, há pouca mecanização, porém, os produtores usam intensivamente agrotóxicos e fertilizantes (Simões, 2010).
Referências:
  1. Sambuichi, R.H.R., 2003. Ecología da vegetação arbórea de cabruca-mata atlântica raleada utilizada para cultivo de cacau-na região sul da Bahia. Universidade de Brasilia. Tese de Doutorado. Brasília.
  2. Simões, H.M., 2010. Análise-Diagnóstico do Sistema Agrário do Município de Camacan, Bahia: Perspectiva Socioeconômica e Ambiental. Universidade Estadual de Santa Cruz. Dissertação de Mestrado. Ilhéus - BA.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 5.3.5 Motivation Unknown/Unrecorded locality,habitat past,present regional high
O município de Itacaré com 73787 ha possui 23579 ha que representam 31% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Uruçuca com 39198 ha possui 7453 ha que representam 19% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019).
Referências:
  1. SOS Mata Atlântica, INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2019. Itacaré. Aqui tem Mata? URL https://www.aquitemmata.org.br/#/busca/ba/Bahia/Itacaré (acesso em 29 de maio de 2019).

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Itororó - 35 (BA).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Costa de Itacaré/Serra Grande e Parque Estadual da Serra do Conduru.
Ação Situação
2.1 Site/area management on going
A espécie foi avaliada como Em Perigo (EN) na lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado da Bahia (SEMA, 2017).
Referências:
  1. SEMA - Secretaria do Meio Ambiente do Governo do Estado da Bahia, 2017. Portaria SEMA nº 40, de 21 de agosto de 2017. Lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção do Estado da Bahia. Diário Oficial do Estado da Bahia, Ano CI, nº 22.244, 22/08/2017, pp. 22-27. URL http://www.meioambiente.ba.gov.br/arquivos/File/Editais/portaria40flora.docx (acesso em 04 de março de 2021).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.