Eduardo Amorim; Monira Bicalho. 2021. Eugenia grandifolia (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil, com distribuição: no estado da Bahia — no município Itacaré —, e no estado de Santa Catarina — no município Rio do Sul. E ainda, a espécie ocorre no Rio de Janeiro, sem localidade precisa (Mazine et al., 2020).
Eugenia grandifolia é uma árvore que ocorre na Mata Atlântica. A espécie foi descrita para o estado do Rio de Janeiro, sem localidade precisa, mas é reportada também para o estado da Bahia, no município de Itacaré e, no estado de Santa Catarina, no município Rio do Sul. Apresenta EOO igual à 1731km², AOO igual à 12km² e três situações de ameaças, considerando cada município de ocorrência da espécie. O município de Itacaré, além de possuir um impacto causado pela expansão urbana, motivacionada pelo turismo, apresenta cerca de 19% de seu território convertido em áreas de pastagens. E ainda, o município do Rio do Sul, que contém cerca de 10% de todos sua área modificado pela infraestrutura urbana, possui cerca 40% de seu território em áreas de pastagens. Demonstrando assim, conversões significativas do habitat potencial da espécie em áreas inapropriadas. Devido as pressões não apresentarem recuo ao longo dos anos, infere-se declínio contínuo de qualidade de habitat. Assim E. grandifolia foi considerada como Em Perigo (EN) de extinção. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação e conservação in situ e ex situ) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.
Descrita em: Fl. Bras. (Martius) 14(1), 324, 1857.
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat | past,present,future | local | high |
Segundo Silva (2002), uma preocupação é a forte erosão genética que populações naturais da espécie vêm sofrendo, principalmente por influências antrópicas causadas por empreendimentos imobiliários nos municípios com potencialidade turística, a exemplo de Itacaré. | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.3 Tourism & recreation areas | habitat | past,present,future | regional | high |
A atividade turística está sendo intensivamente estimulada pelo governo do estado da Bahia. A Coordenação de Desenvolvimento do Turismo - CODETUR, ligada a Secretaria da Cultura e Turismo do governo do estado da Bahia, elaborou o Programa de Desenvolvimento Turístico da Bahia. O objetivo é dotar o estado das condições necessárias para o aproveitamento de suas potencialidades naturais, históricas e culturais, ordenando o espaço territorial e definindo as ações necessárias ao desenvolvimento do turismo. Desta forma, foram definidas Zonas Turísticas e uma delas é a Costa do Cacau, litoral sul, abrangendo os municípios de Itacaré, Uruçuca, Ilhéus, Una e Canavieiras (MMA, 1997). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | local | high |
De acordo com o Atlas das Pastagens Brasileiras, os municípios Itacaré (BA) e Rio do Sul (SC) possuem, respectivamente, 19,48% (4070ha) e 41,63% (2522ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2019 (Mapbiomas, 2021). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3.5 Motivation Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | local | high |
O município de Itacaré com 73787 ha possui 23579 ha que representam 31% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada na seguinte Unidade de Conservação: Área de Proteção Ambiental Costa de Itacaré/Serra Grande. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |