Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2019. Erythroxylum mattos-silvae (ERYTHROXYLACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie arbustiva ou arbórea, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Documentada em Floresta Ombrófila Densa e Restinga arbórea associadas ao domínio da Mata Atlântica no estado da Bahia, municípios de Ilhéus e Una. Apresenta distribuição muito restrita, EOO=1249 km², AOO=128 km², duas situações de ameaça (Ilhéus e Una, cada município sujeito a ameaças distintas em intensidade) e ocorrência em fitofisionomias florestais severamente fragmentadas. Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia e Prado, 2005). O estado resguarda somente 11% de remanescentes florestais originais associados a Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Em um período de 15 anos, houve uma perda de 20.632 hectares de florestas da região, a uma taxa de redução estimada em 0,8% ao ano (SAVE Brasil et al., 2009). Nos municípios de Ilhéus e Uruçuca, cerca de 80% da cobertura original da Mata Atlântica foi desmatada; Una possui 8,1%de seu território, ocupada por pasto, 15% de floresta em estágio inicial de regeneração, 6% de plantação de cacau (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). A Reserva Biológica de Una, única Unidade de Conservação de proteção integral que resguarda subpopulações da espécie, está inserida num mosaico ambiental onde fragmentos florestais de diversos tamanhos estão imersos numa matriz complexa composta por pastagens de gado, fragmentos de floresta, seringais, piaçava e plantações de cacau (Alves, 2005). Existe ainda forte pressão urbana a partir da expansão da ocupação humana em Ilhéus (Lapig, 2019) e ampliação consistente da especulação imobiliária e do turismo desordenado em ambos os municípios de ocorrência (ICMBio, 2018). Diante desse cenário, infere-se declínio contínuo em EOO, AOO e em extensão e qualidade do habitat. Assim, foi considerada "Em perigo" (EN) de extinção novamente. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, uma vez que a persistência dos vetores de stress descritos podem ampliar seu risco de extinção no futuro.
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Em Perigo" (EN) na Portaria 443 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re-acessado após 5 anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | EN |