Ebenaceae

Diospyros coccolobifolia Mart. ex Miq.

Como citar:

Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2020. Diospyros coccolobifolia (Ebenaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

1.787.341,832 Km2

AOO:

68,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: ALAGOAS, município de Ibateguara (Oliveira 1382); BAHIA, município de Barra da Estiva (Araújo 60), Barreiras (Anderson 36468), Formosa do Rio Preto (Mendonça 3275), São Desidério (Mendonça 3230); GOIÁS, municípios de Paraúna (Proença 4290), Tocantinópolis (Mileski 382); MATO GROSSO, município de Luciária (Falcão 5082), Ribeirão Cascalheira (Philcox 4395); MATO GROSSO DO SUL, municípios de Corumbá (Pereira 328); MINAS GERAIS, município de Formoso (Azevedo 1209); PARÁ, municípios de Santa Maria das Barreiras (Mileski 159); PIAUÍ, município Baixa Grande do Ribeiro (Assis 100); SÃO PAULO, município Ipiguá (Guimarães 1497); TOCANTINS, município Lagoa da Confusão, (Mendonça 3928), Taguatinga (Haidar 1073).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 11 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Popularmente conhecida por caqui-do-cerrado, foi documentada em Cerrado lato sensu associado ao Cerrado e em partes da Caatinga em ao menos 16 municípios distribuídos pelos estados de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, São Paulo e Tocantins. Apresenta distribuição muito ampla, EOO=1482296 km², constante presença em herbários, inclusive com coleta recente (2013), e presença confirmada em Unidades de Conservação de proteção integral. Não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua sobrevivência na natureza. Assim, D. coccolobifolia foi considerada de Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e tamanho populacional) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua conservação no futuro ante a ampliação dos vetores de stress severos que incidem sobre diversas áreas de sua ocorrência ao longo do Cerrado (Cunha et al., 2008; Flores et al. 2012; MMA/IBAMA, 2001; Xavier, 2007). A espécie ocorre em territórios que serão contemplados com Planos de Ação para conservação.

Último avistamento: 2013
Quantidade de locations: 16
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Flora Brasiliensis 7: 6, Tab. 1, Fig. 2. 1856. Popularmente conhecida por Caqui do cerrado, no Tocantins (Mendonça 3928).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, small tree
Longevidade: perennial
Luminosidade: heliophytic
Biomas: Cerrado
Vegetação: Cerrado (lato sensu)
Habitats: 2.1 Dry Savanna
Clone: no
Detalhes: Árvores de até 11 m de altura (Guimarães 1497), ocorrendo nos domínios do Cerrado (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2019. Ebenaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB17311>. Acesso em: 02 Dez. 2019

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity occupancy past,present local very high
Parque Nacional do Araguaia – TO que abrange vegetação de Cerrado, Pantanal e Floresta Amazônica, publicaram no Plano de Manejo como um dos pontos negativos ao manejo da UC os incêndios florestais constantes. Um dos fatores para o início dos incêndios são a queima das embalagens de defensivos agrícolas (MMA/IBAMA, 2001).
Referências:
  1. MMA/IBAMA. 2001. Plano de manejo do Parque Nacional do Araguaia – TO. 429p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming occupancy,habitat present,future regional high
Parque Nacional do Araguaia – TO que abrange vegetação de Cerrado, Pantanal e Floresta Amazônica. O Plano de Manejo aponta como pontos negativos ao manejo da UC a proximidade dos projetos de irrigação (as barragens do rio Formoso para irrigação das lavouras de arroz e a drenagem do rio Javaés) e o uso indiscriminado de defensivos agrícolas no entorno (grande projeto de produção de soja e arroz nas nascentes e tributários do rio Javaés, contaminação dos solos e cursos d’água, inclusive o lençol freático, bem como morte de peixes nos canais de irrigação) (MMA/IBAMA, 2001).
Referências:
  1. MMA/IBAMA. 2001. Plano de manejo do Parque Nacional do Araguaia – TO. 429p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting locality present local high
Parque Nacional do Araguaia – TO que abrange vegetação de Cerrado, Pantanal e Floresta Amazônica. O Plano de Manejo aponta como ponto negativo ao manejo da UC o desmatamento desenfreado nas áreas de floresta e matas ciliares (MMA/IBAMA, 2001).
Referências:
  1. MMA/IBAMA. 2001. Plano de manejo do Parque Nacional do Araguaia – TO. 429p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat past,present,future regional high
Diversas localidades da região Nordeste do país apresentam um histórico de ocupação do solo com o histórico do início da colonização europeia ligada a exploração do pau-brasil e posteriormente ao cultivo da cana-de-açúcar (Xavier, M.W. 2007), levando a fragmentação de matas e cerradões. Isto foi registrado para os municípios de Goiana -PE, Barreiras - BA e Ibateguara - AL. Na última localidade a coleta foi realizada em uma área de mata na região rural do município, fragmentada por diversas plantações de cana-de-açúcar. Mais recentemente, a expansão e modernização agrícola (máquinas e irrigação) nos Cerrados baianos teve seu início no município de Barreiras e áreas adjacentes nos anos 70, através de incentivo da SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento da Região Nordeste), órgão governamental atuante na época (Flores et al. 2012)
Referências:
  1. Xavier, M.W. 2007. Caracterização geomorfológica, sedimentológica e aspectos ambientais do litoral de Goiana, Pernambuco. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal de Pernambuco . 76p.
  2. http://www.rbcnews.com.br/especiais/goiana
  3. Flores, P.M.; Guimarães, R.F.; Carvalho Júnior, O.A.; Gomes, R.A.T. 2012. ANÁLISE MULTITEMPORAL DA EXPANSÃO AGRÍCOLA NO MUNICÍPIO DE BARREIRAS - BAHIA (1988 - 2008). CAMPO-TERRITÓRIO: revista de geografia agrária, v. 7, n. 14, p. 1-19.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat present,future national high
"Atualmente, as principais ameaças à biodiversidade no Cerrado estão centradas na expansão da agricultura e da pecuária, que tem sido efetivada, em geral, mediante a conversão de áreas de cerrado em áreas de agropecuária, com perda de vegetação originária. Esta expansão da agropecuária tem sido feita com uso intensivo de agrotóxicos, fertilizantes e corretivos; irrigação sem controle; pisoteio excessivo de animais; monocultura e cultura em grande escala; uso inadequado de fatores de produção, traduzido, no caso específico, no emprego de alta tecnologia química e pesada mecanização".
Referências:
  1. Cunha, N.R.S.; Lima, J.E.; Gomes, M.F.M.; Braga, M.J. 2008. A intensidade da Exploração Agropecuária como Indicador da Degradação Ambiental na Região dos Cerrados, Brasil. RER, Piracicaba 46: 291-323.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada em: Área De Proteção Ambiental Das Cabeceiras Do Rio Cuiabá, Reserva De Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras, Área De Proteção Ambiental De Muricí, Área De Proteção Ambiental Jalapão, Área De Proteção Ambiental Do Rio Preto, Área De Proteção Ambiental Das Nascentes Do Rio Vermelho, Área De Proteção Ambiental Bacia Do Rio De Janeiro
Ação Situação
4 Education & awareness on going
"O Comitê da Bacia Hidrográfica Turvo/Grande instalado em 15/12/1995, já elaborou o Relatório de Situação dos Recursos Hídricos e seu Plano da Bacia Hidrográfica, a partir dos quais define as ações necessárias para o aproveitamento e controle da água na bacia hidrográfica e delibera sobre aplicação de recursos financeiros do FEHIDRO – Fundo Estadual de Recursos Hídricos destinados à bacia. As ações desenvolvidas pelo CBH- TG são a de gerenciamento, estudos, projetos, serviços e obras, objetivando a qualidade dos recursos hídricos, e totalizam, até o ano de 2004, 175 empreendimentos, absorvendo recursos superiores a R$ 13.400.000,00, provenientes do O Comitê também desenvolve um amplo programa de divulgação, conscientização e capacitação técnica voltada para a melhoria dos recursos hídricos e da garantia da seguridade hídrica da bacia e, em especial desde o ano de 2003, com o programa pelo uso racional da água" (Camargo, W.B., 2011). O comitê contempla a área de ocorrência da espécie entre os municípios de Ipiguá e Mirasolândia do estado de São Paulo.
Referências:
  1. Camargo, W.B. 2011. Globalização, sociedade civil e recursos hídricos no noroeste paulista. Caderno de Pesquisa Cdhis, Uberlândia 24: 125-139.
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Centro Minas - 10 (MG) e Território Mucugê - 40 (BA).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
2. Food - animal natural fruit
A raposa-do-campo, Lycalopex vetulus se alimenta de vários frutos entre eles os da espécie Diospyros coccolobifolia (Santos-Junior & Macedo, 2007).
Referências:
  1. Santos-Junior, T.S., Macedo, M., 2007. Potencial Frugívoro e dispersor de sementes por cachorro do mato, Cerdocyon thouem uma área de Cerrado manejada para o cultivo de Teca , Tectona grandis, (Rosário Oeste, MT). Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil. http://www.seb-ecologia.org.br/revistas/indexar/anais/viiiceb/pdf/2018.pdf (acesso em: 2 de dezembro 2019).)