Thymelaeaceae

Daphnopsis filipedunculata Nevling & Barringer

Como citar:

Eduardo Amorim; Monira Bicalho. 2022. Daphnopsis filipedunculata (Thymelaeaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

190,444 Km2

AOO:

44,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica da Serra dos Carajás, estado do Pará, Brasil, onde foi registrada na Serra Norte: N1, N2, N3, N4, N5, N6 e N7 (Watanabe et al., 2018), com distribuição no município Parauapebas.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2022
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Monira Bicalho
Critério: B1ab(iii)+2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

A espécie é reportada ocorrendo em áreas de floresta decídua baixa sobre solo ferruginoso em áreas de transição entre canga aberta e floresta ombrófila. Apresenta EOO restrito, igual a 154km², AOO igual a 48km² e cinco situações de ameaças. Considerando a mineração a principal ameaça que atesta contra a perpetuação da espécie na natureza. Em 2020, a espécie apresentava 8,10% (388,83 ha) da sua AOO convertidos em áreas de mineração, atividade que cresce a uma taxa de 0,94% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 2004 até 2020, a conversão tem crescido a uma taxa de 1,91% aa. Diante o cenário, infere-se declínio de qualidade de habitat. Assim, a espécie foi avaliada como Em Perigo de extinção. Recomendam-se pesquisas por estimativas populacionais, buscas por novas localidades e ainda, ações de conservação ex situ, garantindo a perpetuação na natureza.

Quantidade de locations: 5
Possivelmente extinta? Não
Razão para reavaliação? New information
Justificativa para reavaliação:

Novas informações sobre a distribuição da espécie foram incorporadas nas bases de dados.

Houve mudança de categoria: Não
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2020 EN

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Brittonia 45(4): 335–336, f. 1. 1993. É reconhecida pelas inflorescências axilares pendentes no ápice de longos pedúnculos, pelas folhas, discolores com superfície abaxial serícea, velutina, além da constrição incomum do cálice (Mota e Giulietti, 2016).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Em estudo de similaridade desenvolvidos pela empresa Golder em diversos platôs entre os anos de 2009 e 2011, Daphnopsis filipedunculata havia sido citada apenas para os corpos N1 e N2 em pequenas populações (Silva e Jorge, 2018). As populações parecem ter um grande número de plantas, no entanto, em um exame mais atento, essas “plantas” parecem ser brotos subterrâneos emanados de um único indivíduo mais velho e robusto. As populações são formadas por aglomerados isolados de indivíduos separados por pequenas distâncias (20 a 50 m), dificultando a definição dos limites entre indivíduos adjacentes. Dentro de uma touceira, ora são encontrados indivíduos crescendo muito próximos uns dos outros e ora brotando, apresentando comportamento clonal que presumivelmente também ocorre em outros grupos de Thymelaeaceae (Watanabe et al., 2018).
Referências:
  1. Silva, L.V. da C. e, Jorge, T.B., 2018. Áreas prioritárias para preservação da flora do ambiente ferruginoso na Floresta Nacional de Carajás e Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, Parauapebas e Canaã dos Carajás – Pará, in: Martins, F.D., Kamino, L.H.Y., Ribeiro, K.T. (Orgs.), Projeto cenários : conservação de campos ferruginosos diante da mineração em Carajás. Copiart, Tubarão (SC), p. 259–312.
  2. Watanabe, M.T.C., Mota, N.F. de O., Pastore, M., dos Santos, F.M.G., Zappi, D., 2018. Completing the jigsaw: the first record of the female plant of Daphnopsis filipedunculata (Thymelaeaceae), an endemic species from the Brazilian Amazon. PhytoKeys 109, 93–101. https://doi.org/10.3897/phytokeys.109.28773

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Clone: yes
Detalhes: Arvoreta 1–8 m altura (Mota e Giulietti, 2016). Ocorre na Amazônia, em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) (Rossi, 2020), em áreas de floresta decídua baixa sobre solo ferruginoso em áreas de transição entre canga aberta e floresta ombrófila (Watanabe et al., 2018).
Referências:
  1. Mota, N.F. de O., Giulietti, A.M., 2016. Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Thymelaeaceae. Rodriguesia 67, 1481–1484. https://doi.org/10.1590/2175-7860201667553
  2. Rossi, L., 2020. Thymelaeaceae. Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB32927 (acesso em 23 março 2022)
  3. Watanabe, M.T.C., Mota, N.F. de O., Pastore, M., dos Santos, F.M.G., Zappi, D., 2018. Completing the jigsaw: the first record of the female plant of Daphnopsis filipedunculata (Thymelaeaceae), an endemic species from the Brazilian Amazon. PhytoKeys 109, 93–101. https://doi.org/10.3897/phytokeys.109.28773

Reprodução:

Detalhes: É impossível distinguir morfologicamente entre indivíduos de sexos diferentes de D. filipedunculata a menos que sejam férteis, mas observou-se que os indivíduos pistilados são normalmente encontrados em frequências mais baixas do que os estaminados. Espécimes férteis foram coletados entre maio e agosto, com fertilidade ocasional em março em ambos os sexos (Watanabe et al., 2018).
Síndrome de polinização: melitophily
Referências:
  1. Watanabe, M.T.C., Mota, N.F. de O., Pastore, M., dos Santos, F.M.G., Zappi, D., 2018. Completing the jigsaw: the first record of the female plant of Daphnopsis filipedunculata (Thymelaeaceae), an endemic species from the Brazilian Amazon. PhytoKeys 109, 93–101. https://doi.org/10.3897/phytokeys.109.28773

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional medium
De acordo com o Atlas das Pastagens Brasileiras, o município Parauapebas (PA) possui 12,78% (88005,05ha) do seu território convertido em áreas de pastagem, segundo dados de 2020 (Lapig, 2022). De acordo com o MapBiomas, o município Parauapebas (PA) possui 14,48% (99702,14ha) do seu território convertido em áreas de pastagens, segundo dados de 2020 (MapBiomas, 2022).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2022. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2020. Município: Parauapebas (PA). URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 17 de maio de 2022).
  2. MapBiomas, 2022. Projeto MapBiomas - Coleção 6 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2020. Município: Parauapebas (PA). URL https://drive.google.com/file/d/1RT7J2jS6LKyISM49ctfRO31ynJZXX_TY/view?usp=sharing (acesso em 17 de maio de 2022).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 3.2 Mining & quarrying habitat past,present,future local medium
Em 2020, a espécie apresentava 8,10% (388,83 ha) da sua AOO convertidos em áreas de mineração, atividade que cresce a uma taxa de 0,94% aa desde 1985 até 2020. No entanto, desde 2004 até 2020, a conversão tem crescido a uma taxa de 1,91% aa (MapBiomas, 2022).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.3 Trend Unknown/Unrecorded mature individuals past,present,future local low
Um total de 16,2% (25,04km²) da EOO útil da espécie queimaram em 2020 [Mineração (14,63%), Formação Campestre (1,19%), Floresta (0,15%), Savana (0,15%), Outras lavouras temporárias (0,05%), Pastagem (0,03%)] (MapBiomas-Fogo, 2022).
Referências:
  1. MapBiomas-Fogo, 2022. Projeto MapBiomas - Coleção 1 do Mapeamento de cicatrizes de fogo no Brasil, dados de 2020. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 17 de maio de 2022).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAT Meio Norte - 1 (PA).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na seguinte Unidade de Conservação: Floresta Nacional de Carajás.