Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Cordia oncocalyx (Boraginaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020, 2018), com ocorrência nos estados: Bahia (Giulietti e Harley 1814), Ceará (Gardner 1779), Paraíba (Carvalho 125), Pernambuco (Oliveira 2869), Piauí (Oliveira e Galileu 2318), Rio Grande do Norte (Pereira et al. 3047). Segundo a Flora do Brasil 2020, a espécie não ocorre no estado da Bahia e Piauí.
Árvore de até 5 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida por pau-branco, foi coletada em Caatinga (stricto sensu), Vegetação sobre afloramentos rochosos e Área antrópica associadas a Caatinga nos estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Apresenta distribuição ampla, EOO=286985 km², diversos registros depositados em coleções biológicas, inclusive com coletas realizadas recentemente, e ocorrência confirmada em Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de ecossistemas naturais em estado prístino de conservação. A espécie ocorre em múltiplas fitofisionomias de forma ocasional na maior parte das localidades em que foi registrada. Embora pequena, a árvore produz uma madeira de boa qualidade, amplamente utilizada em sua área nativa. Possui usos medicinais locais e é muito ornamental, especialmente quando em flor, sendo particularmente adequada para o plantio de ruas sob linhas de energia (Tropical Plants Database, 2018). Entretanto,não existem dados sobre tendências populacionais que atestem plausíveis reduções no número de indivíduos maduros. Mesmo diante desse uso, a espécie ocorre em amplo território, inclusive em áreas antropizadas, e em diversas UCs efetivamente protegidas. Assim, C. oncocalyx foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) e conservação (Plano de Manejo sustentável) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza.
Descrita em: in Trab. Comm. Sc. Expl. Bot. i. (1862) 11. Popularmente conhecida por pau-branco nos estados do Ceará (Silva 66), Paraíba (Oliveira 802) e Rio Grande do Norte (Lima s.n.; MOSS9792). De acordo com especialista botânico a espécie: 1 - apresenta uso (madeira, frutos, paisagismo, etc). R: Sim. Madeireira, medicinal, ornamental (http://tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Cordia+oncocalyx). 2 - ocorre em Unidades de Conservação. R: Sim. RPPN Serra das Almas, RPPN Elias Andrade. 3 - apresenta registros recentes, entre 2010-2018. R: Sim. 4 - é uma espécie com distribuição ampla. R: Não. Caatinga. 5 - possui amplitude de habitat. R: Não. 6 - possui especificidade de habitat. R: Sim. 7 - apresenta dados quantitativos sobre o tamanho populacional. R: Não. 8 - em relação a frequência dos indivíduos na população. R: Ocasional. 9 - apresenta ameaças incidentes sobre suas populações. R. (Mario Gomes, com. pess. 23/11/2018).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | habitat | past,present,future | national | very high |
A Caatinga sustenta mais de 23 milhões de pessoas (11,8% da população brasileira) e é uma das regiões semiáridas mais populosas do mundo, com 26 habitantes km-1 (Medeiros et al., 2012; Ribeiro et al., 2015). Castelletti et al. (2004) modelaram os efeitos das estradas sobre a vegetação de Caatinga e adicionaram novos valores às áreas já utilizadas para agricultura e pastagem estimadas pelo IBGE. A área de Caatinga modificada obtida pelos autores variou de 223.100km² a 379.565km². Esses números indicam que entre 30,4% e 51,7% da área da Caatinga foi alterada por atividades antrópicas. A primeira estimativa coloca a Caatinga como o terceiro ecossistema mais degradado do Brasil, atrás da Mata Atlântica e do Cerrado. A segunda estimativa, entretanto, eleva a Caatinga para o segundo ecossistema mais degradado do Brasil, passando à frente do Cerrado. Contudo, é possível que mesmo esses valores ainda estejam subestimados, porque é difícil dimensionar a extensão da perda dos ecossistemas naturais e da flora e fauna do Nordeste brasileiro nos últimos 500 anos. Os registros históricos produzem pistas pequenas, mas dramáticas, sobre a destruição em larga escala que tem devastado a região desde 1500, e mesmo os maiores remanescentes da Caatinga têm, provavelmente, sido alterados desde os tempos pré-Colombianos (Leal et al., 2005). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada na RPPN Serra das Almas, RPPN Elias Andrade. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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3. Medicine - human and veterinary | natural | stalk |
A casca é usada para curar feridas e úlceras (Tropical Plants Database, 2018). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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9. Construction/structural materials | natural | stalk |
A madeira é amplamente utilizada na construção de casas para fins como vigas, tábuas de assoalho etc. Também é usado para fazer móveis, caixilhos de janelas e para fins externos, como estacas (Tropical Plants Database, 2018). | ||
Referências:
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