Eduardo Amorim; Monira Bicalho. 2022. Copaifera duckei (Fabaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Costa, 2020), com distribuição: no estado da Bahia — nos municípios Amargosa, Baixa Grande, Banzae, Barreiras, Canudos, Cícero Dantas, Correntina, Morro do Chapéu, Paulo Afonso, Ruy Barbosa e Tucano —, no estado do Ceará — nos municípios Aquiraz, Barbalha, Crateús, Crato, Fortaleza, Guaramiranga, Maranguape, Pacoti e Tianguá —, no estado do Maranhão — nos municípios Barão de Grajaú, Monção e Santa Luzia —, no estado do Pará — nos municípios Acará, Bagre, Belém, Benevides, Bragança, Bujaru, Castanhal, Gurupá, Marabá, Melgaco, Moju, Paragominas, Parauapebas, Pau d'Árco e Santarém —, Paráíba — nos municípios Mataraca e São José da Lagoa Tapada —, no estado do Piauí — nos municípios Altos, Parnaíba e Piracuruca —, e no estado do Tocantins — no município Santa Maria do Tocantins.
A espécie é descrita como endêmica do Brasil, ocorrendo na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, em diferentes fitofisionomias desses biomas. Apresenta um extenso EOO, igual a 1314101km² e mais de 10 localizações condicionadas à ameaças. Adicionalmente, vários registros foram documentados em Unidades de Conservação de proteção integral. Somado à isto, não foram documentados declínios populacionais para aplicação de outros critérios. Assim, a espécie foi considerada como Menos Preocupante (LC) neste momento, demandando assim, ações de pesquisa (tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.
Descrita em: Brittonia 7, 163, 1951. Copaifera duckei é afim de C. reticulata, da qual difere por possuir três a quatro pares de folíolos oblongo-ovados, raque da folha menor (2,5–7,3 cm compr.), glabra ou glabrescente; geralmente, o pecíolo, peciólulo e nervura central são glabros, entretanto, mais raramente, são glabrescentes, principalmente quando mais jovens; contudo a nervura central é glabra na face abaxial. Brácteas, bractéolas e sépalas externamente são glabras. O retículo formado pela venação na face adaxial dos folíolos, em C. duckei, é mais conspícuo e brilhante, bem como as aréolas são ligeiramente maiores do que em C. reticulata, tendo sido encontrada uma média de 8,7 aréolas por mm² em C. duckei (Martins-da-Silva et al., 2008). Popularmente conhecida como podói na Região Nordeste e copaíba na Região Norte (Costa, 2020).
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre em Marabá (PA), Moju (PA) e Paragominas (PA), municípios da Amazônia Legal considerados prioritários para fiscalização, referidos no Decreto Federal 6.321/2007 (BRASIL, 2007) e atualizado em 2018 pela Portaria MMA nº 428/18 (MMA, 2018). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | needed |
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAT Meio Norte - 1 (PA), Território PAT Chapada Diamantina-Serra da Jiboia - 39/40 . |
Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Chapada do Araripe, Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense, Área de Proteção Ambiental da Serra de Baturité, Área de Proteção Ambiental do Rio Pacoti, Área de Proteção Ambiental Lagoa Encantada, Área de Proteção Ambiental Serra da Ibiapaba, Área de Relevante Interesse Ecológico Serra do Orobó, Floresta Nacional de Caxiuanã e Monumento Natural Cachoeira do Ferro Doido. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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3. Medicine - human and veterinary | natural | whole plant |
Uma oleorresina obtida da árvore é analgésica e anti-inflamatória. É aplicado topicamente em feridas (Tropical Plants Database, 2021). Também combate inflamações; alivia a dor em ferimentos e proteção contra parasitas e vermes (Alvares, 2021). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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9. Construction/structural materials | natural | stalk |
A árvore é colhida na natureza para uso local como fonte de madeira — a madeira também é comercializada. A madeira tem uma ampla gama de utilizações, incluindo para carpintaria leve, painéis e marcenaria de interiores, pisos, caixas e engradados, móveis, folheados e placas de fibra (Tropical Plants Database, 2021). É utilizada na construção civil leve em esquadrias, portas, venezianas, ripas, cordões, guarnições, rodapés. Para uso temporário em pontaletes, andaimes, formas para concreto. Para mobiliário em geral, móveis estândar e partes internas de móveis inclusive daqueles decorativos. Também pode ser utilizado na fabricação de lâminas decorativas, chapas compensadas e embalagens (IPT — Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 2021). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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14. Research | natural | leaf |
Extratos de folhas de Copaifera são candidatos potenciais para o desenvolvimento de novos e seguros agentes antifúngicos (Andrade et al., 2020). Com base na forte atividade anti-helmíntica observada, a oleorresina de C. duckei oferece uma alternativa de tratamento promissora contra parasitas monogenéticos (Costa et al., 2017). Em estudo para avaliação dos efeitos cicatrizantes e toxicológicos da oleorresina de Copaifera duckei Dwyer, as formulações da oleorresina de Copaifera duckei Dwyer exerceram efeitos benéficos nas fases de cicatrização de feridas cutâneas e são opções promissoras para o tratamento de feridas (Dias et al., 2021). Em estudo para valiar a ação terapêutica de um gel fitoterápico da oleorresina de C. duckei administrado através do método de fonoforese sobre a fase inflamatória do processo de reparação muscular verificou que a recuperação de lesões musculares com gel de copaiba administrado por fonoforese apresentou-se positiva para o controle do edema e da formação de necrose no tecido muscular (Marinho et al., 2020). Em estudo avalia a atividade antibacteriana da oleorresina de Copaifera duckei Dwyer e dois compostos isolados contra bactérias envolvidas em infecções endodônticas primárias e cárie dentária avalia o efeito citotóxico dessas substâncias contra uma linha celular normal mostrou que a oleorresina e o ácido polialítico são fontes potenciais de agentes antibacterianos contra bactérias envolvidas em infecções endodônticas primárias e cáries dentárias nos modos séssil e planctônico em concentrações que não causam citotoxicidade (Abrão et al., 2018). | ||
Referências:
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