Eduardo Amorim; Eduardo Fernandez. 2022. Cipocereus minensis (Cactaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Zappi e Taylor, 2020), com distribuição: no estado de Minas Gerais — nos municípios Barão de Cocais, Bocaiúva, Botumirim, Conceição do Mato Dentro, Cristália, Datas, Diamantina, Gouveia, Grão Mogol, Joaquim Felício, Morro do Pilar, Presidente Kubitschek, Rio Pardo de Minas, Santana do Riacho, Santo Antônio do Itambé, São Gonçalo do Rio Preto e Serro.
A espécie possui distribuição no Cerrado, ocorrendo nas áreas ecotonais entre os biomas Cerrado-Mata Atlântica e Cerrado-Caatinga. Cipocereus minensis habita em vegetação sobre afloramentos rochosos. Apresenta EOO, igual a 26644km², cinco à oito situações de ameaças foram contabilizadas. Mesmo protegido pelas Unidades de Conservação, as atividades agrosilvipastoris afetam a sobrevivência da espécie, especialmente, pela ação do fogo no manejo das pastagens e cultivo. No cerrado brasileiro, a ocorrência de fogo é um fenômeno antigo (Fiedler et al., 2004), tendo sua ação potencializada pela vegetação seca, característica do bioma. Embora as formações típicas de cerrado sejam adaptadas ao fogo, as queimadas não naturais que ocorrem durante a época seca podem alterar a estrutura e composição florística da vegetação de modo muito mais drástico que as queimadas ocorrentes na época chuvosa. Um total de 46,24% (107,3km²) da AOO útil da espécie queimaram em 2019. Assim, diante as pressões vigentes, infere-se declínio de extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade do habitat, número de situações de ameaças. C. minensis foi avaliada anteriormente como LC (Zappi e Taylor, 2017) e nesta avaliação, foi atribuída a categoria de Vulnerável (VU) à extinção, diante as pressões do fogo nas áreas de ocorrência da espécie. Sugerimos ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de ampliar o conhecimento disponível e garantir sua sobrevivência na natureza.
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora/JBRJ e publicada em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após cinco anos da última avaliação. Também consta na Lista Vermelha Global da IUCN, classificada como LC em 2013, em sua versão alterada em 2017 (Zappi & Taylor, 2017), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado desde a última avaliação".
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | VU |
Descrita em: Kakteen Südamer. 1: 57, 1979. É reconhecida pelo hábito> 50 cm de altura, flor > 4 cm, norturna, frutos > 2 cm diam., preto-azulado-escuros coberto por uma flor cerosa azul-clara ou esbranquiçada (Taylor e Zappi, 2004).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | local | low |
De acordo com o IBGE, os municípios Barão de Cocais (MG), Botumirim (MG), Cristália (MG), Grão Mogol (MG) e Rio Pardo de Minas (MG) possuem, respectivamente, 8,08% (2750ha), 6,18% (9700ha), 6,05% (5090ha), 7,93% (30800ha) e 11,23% (35000ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2019 (IBGE, 2021). De acordo com o MapBiomas, os municípios Barão de Cocais (MG), Bocaiúva (MG), Botumirim (MG), Cristália (MG), Grão Mogol (MG) e Rio Pardo de Minas (MG) possuem, respectivamente, 10,65% (3624ha), 5,26% (16870ha), 7,03% (11026ha), 8,9% (7485ha), 16,17% (62839ha) e 18,42% (57436ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021a). Em 2014, a espécie apresentava 6,87% (182988,92ha) da sua EOO em áreas de silvicultura, enquanto em 2019, a espécie apresentava 7,64% (203528,32ha) da sua EOO, o que representou um acréscimo de 0,77% (20539,4ha) em áreas de silvicultura (MapBiomas, 2021b). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | local | low |
De acordo com o Atlas das Pastagens Brasileiras, os municípios Barão de Cocais (MG), Bocaiúva (MG), Botumirim (MG), Conceição do Mato Dentro (MG), Cristália (MG), Datas (MG), Gouveia (MG), Grão Mogol (MG), Joaquim Felício (MG), Morro do Pilar (MG), Presidente Kubitschek (MG), Rio Pardo de Minas (MG), Santana do Riacho (MG), Santo Antônio do Itambé (MG) e Serro (MG) possuem, respectivamente, 12,87% (4378ha), 25,5% (81783ha), 8,5% (13339ha), 18,55% (31901ha), 5,99% (5039ha), 11,08% (3437ha), 20,84% (18064ha), 8,54% (33170ha), 28,98% (22919ha), 16,76% (8004ha), 7,8% (1477ha), 6,4% (19965ha), 7,22% (4892ha), 19,67% (6015ha) e 16,8% (20463ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2019 (Lapig, 2021). De acordo com o MapBiomas, os municípios Barão de Cocais (MG), Bocaiúva (MG), Botumirim (MG), Conceição do Mato Dentro (MG), Cristália (MG), Datas (MG), Diamantina (MG), Gouveia (MG), Grão Mogol (MG), Joaquim Felício (MG), Morro do Pilar (MG), Presidente Kubitschek (MG), Rio Pardo de Minas (MG), Santana do Riacho (MG), Santo Antônio do Itambé (MG), São Gonçalo do Rio Preto (MG) e Serro (MG) possuem, respectivamente, 14,66% (4988ha), 37,58% (120512ha), 13,28% (20842ha), 19,86% (34155ha), 11% (9248ha), 17,63% (5468ha), 9,14% (35585ha), 30,93% (26803ha), 13,29% (51654ha), 49,05% (38796ha), 17,48% (8345ha), 10,55% (1996ha), 11,72% (36530ha), 17,16% (11621ha), 19,86% (6073ha), 6,76% (2127ha) e 18,34% (22337ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagens, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021a). Em 2014, a espécie apresentava 6,8% (1577,16ha) da sua AOO útil (23200ha) em áreas de pastagem e 0,17% (39,8ha) em áreas de mosaico de pastagem e agricultura, enquanto em 2019, a espécie apresentava 6,52% (1513,26ha) em áreas de pastagem e 0,23% (52,82ha) em áreas de pastagem e agricultura, o que representou um decréscimo de 0,22% (50,88ha) em áreas de pastagem e mosaico de pastagem e agricultura. Em 2014, a espécie apresentava 18,19% (484704,42ha) da sua EOO em áreas de pastagem e 1,01% (27033,56ha) em áreas de mosaico de pastagem e agricultura, enquanto em 2019, a espécie apresentava 18,87% (502715,59ha) em áreas de pastagem e 0,92% (24570,36ha) em áreas de mosaico de pastagem e agricultura, o que representou um acréscimo de 0,59% (15547,97ha) em áreas de pastagem e mosaico de pastagem e agricultura (MapBiomas, 2021b). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 7.1.3 Trend Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | local | high |
Um total de 46,24% (107,3km²) da AOO útil da espécie queimaram em 2019 [Formação Campestre (26,06%), Formação Savânica (13,77%), Formação Florestal (2,49%), Pastagem (2,28%), Outra Área não Vegetada (1,63%), Formação Natural não Florestal (0,01%)]. Um total de 33,52% (8930,55km²) da EOO útil da espécie queimaram em 2019 [Formação Savânica (12,52%), Formação Campestre (8,9%), Formação Florestal (6,93%), Agricultura (2,17%), Pastagem (2,17%), Outra Área não Vegetada (0,77%), Mosaico Agricultura e Pastagem (0,04%), Formação Natural não Florestal (0,02%)] (MapBiomas-Fogo, 2021). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da região de Grão Mogol - Francisco Sá (Pougy et al., 2015). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.1 International level | on going |
A espécie está incluída no apêndice II da CITES (2021), que inclui as espécies não necessariamente ameaçadas de extinção, mas cujo comércio deve ser controlado a fim de evitar usos incompatíveis com sua sobrevivência. | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie foi avaliada como Vulnerável (VU) e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | needed |
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAT Espinhaço Mineiro - 10 (MG). |
Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Águas Vertentes, Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira, Monumento Natural Estadual Várzea do Lageado e Serra do Raio, Parque Estadual Biribiri, Parque Estadual da Serra do Cabral, Parque Estadual de Botumirim, Parque Estadual Grão Mogol, Parque Estadual Pico do Itambé, Parque Estadual Rio Preto, Parque Estadual Serra do Intendente, Parque Estadual Serra Nova e Talhado, Parque Natural Municipal do Tabuleiro e Reserva Particular do Patrimônio Natural Alto do Palácio. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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12. Handicrafts, jewellery, decorations, curios, etc. | natural | whole plant |
A espécie tem potencial ornamental e está incluída no anexo II da CITES (CITES, 2021). | ||
Referências:
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