Vochysiaceae

Callisthene major Mart.

Como citar:

Eduardo Fernandez; Mário Gomes. 2020. Callisthene major (Vochysiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

3.043.619,381 Km2

AOO:

736,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), com distribuição: no estado da Bahia — nos municípios Abaíra, Andaraí, Ibicoara, Palmeiras, Rio de Contas e Serra Dourada —, no Distrito Federal — nos municípios Brasilia e Brasília —, no estado de Goiás — nos municípios Alto Paraíso, Alto Paraiso de Goias, Alto Paraíso de Goiás, Anápolis, Bonfinópolis, Caiapônia, Caldas Novas, Campinacu, Campinaçu, Campo Limpo de Goiás, Catalão, Cavalcante, Colinas do Sul, Corumbá de Goiás, Cristalina, Edéia, Formosa, Goiandira, Goiânia, Ipameri, Luziânia, Mara Rosa, Minaçú, Monte Alegre de Goiás, Morrinhos, Nerópolis, Niquelandia, Niquelândia, Nova Glória, Nova Roma, Pirenópolis, Santa Rita do Araguaia, Senador Canedo, Silvania, Silvânia e Teresina de Goiás —, no estado do Maranhão — no município Barra do Corda —, no estado do Mato Grosso — nos municípios Alto Araguaia e Porto Estrela —, Mato Grosso Do Sul — nos municípios Aquidauana, Caracol, Coxim e Três Lagoas —, no estado de Minas Gerais — nos municípios Araguari, Arcos, Buenópolis, Carmo do Paranaíba, Catas Altas, Caxambu, Conceição do Mato Dentro, Coqueiral, Corinto, Datas, Delfinópolis, Diamantina, Esmeraldas, Francisco Dumont, Grão Mogol, Itabirito, Itumirim, Janúaria, João Pinheiro, Joaquim Felício, Lagoa Santa, Luminárias, Matozinhos, Montes Claros, Morada Nova de Minas, Nova Ponte, Oliveira, Ouro Preto, Paracatu, Paracatú, Paraopeba, Patos de Minas, Patrocínio, Riacho dos Machados, Rio Acima, Santa Luzia, Santana de Pirapama, Santana do Pirapama., Santana do Riacho, Santo Antônio do Amparo, São Gotardo, São Roque de Minas, Senador Modestino Gonçalves, Sete Lagoas, Uberlândia, Unaí e Varginha —, no estado do Pará — no município Serra dos Carajás —, no estado do Paraná — no município Guaratuba —, no estado do Piauí — no município Caracol —, no estado do Rio Grande do Norte — no município Almino Afonso —, no estado de São Paulo — no município São José do Barreiro —, e no estado do Tocantins — nos municípios Gurupi, Natividade, Palmeiropolis e Parana.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Mário Gomes
Categoria: LC
Justificativa:

Arbusto ou árvore, não é endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Foi coletada em multiplas fitofisionomias (Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos) associadas a Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal presentes em 12 estados e mais de 50 municípios. Apresenta distribuição ampla, constante presença em herbários, inclusive com coleta recente (2019), e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de ecossistemas florestais em estado prístino de conservação. A espécie ocorre aparentemente de forma frequente/ocasional na maior parte das localidades em que foi registrada. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, apesar das aplicações madeireiras, medicinais e químicas de partes da planta (Tropical Plants Database, 2020), que aparentemente não comprometem sua perpetuação na natureza. Assim, foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro. A espécie ocorre em territórios que serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAMATO - 1 (PA), Território Espinhaço Mineiro - 10 (MG, BA), Território Cerrado Tocantins - 12 (TO), Território Sacramento - 15 (MG), Território São João del Rei - 29 (MG), Território Chapada Diamantina-Serra da Jibóia - 39 (BA), Território Formosa - 9 (GO, MG).

Último avistamento: 2019
Quantidade de locations: 50
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Nov. Gen. Sp. Pl. (Martius) 1(4): 124, t. 75 (1826). Popularmente conhecida por Jacaré em Mirim e Pau Terra do Mato em Minas Gerais (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). As informações da espécie foram validadas pelo especialista através do questionário (Deise Josely Pereira Gonçalves e Gustavo Hiroaki Shimizu, comunicação pessoal, 2020).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Caatinga, Mata Atlântica, Cerrado, Pampa (Campos Sulinos)
Vegetação: Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar e/ou de Galeria, Vegetação sobre afloramentos rochosos
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 2.1 Dry Savanna, 6 Rocky Areas [e.g. inland cliffs, mountain peaks]
Detalhes: Árvore de até 18 metros de altura.
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2020. Vochysiaceae. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB15276 (acesso em 10 de maio de 2020).

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future national very high
A Caatinga sustenta mais de 23 milhões de pessoas (11,8% da população brasileira) e é uma das regiões semiáridas mais populosas do mundo, com 26 habitantes km-1 (Medeiros et al., 2012; Ribeiro et al., 2015). Novos cenários, como a transposição do rio São Francisco, podem mudar o paradigma de que a região semiárida não é apta para o desenvolvimento econômico e intensificar processos que levam a perda da diversidade florística (Costa et al., 2009). Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2002).
Referências:
  1. Medeiros, S. de S., Cavalcante, A. de M.B., Marin, A.M.P., Tinôco, L.B. de M., Salcedo, I.H., Pinto, T.F., 2012. Sinópse do Censo Demgráfico para o Semiárido Brasileiro, Instituto Nacional do Semiárido. https://doi.org/10.1017/CBO9781107415324.004
  2. Ribeiro, E.M.S., Arroyo-Rodríguez, V., Santos, B.A., Tabarelli, M., Leal, I.R., 2015. Chronic anthropogenic disturbance drives the biological impoverishment of the Brazilian Caatinga vegetation. J. Appl. Ecol. 52, 611–620. https://doi.org/10.1111/1365-2664.12420
  3. Costa, T.C. e C., Accioly, L.J. de O., Oliveira, L.M.T., Oliveira, M.A.J. de, Guimarães, D.P., 2009. Interação de fatores biofísicos e antrópicos com a diversidade florística na indicação de áreas para conservação do Bioma Caatinga. Soc. Nat. 21, 19–37. https://doi.org/10.1590/S1982-45132009000100002
  4. Simões, L.L., Lino, C.F., 2002. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. SENAC, São Paulo.

Ações de conservação (4):

Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAMATO - 1 (PA), Território Espinhaço Mineiro - 10 (MG, BA), Território Cerrado Tocantins - 12 (TO), Território Sacramento - 15 (MG), Território São João del Rei - 29 (MG), Território Chapada Diamantina-Serra da Jibóia - 39 (BA), Território Formosa - 9 (GO, MG).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Carste da Lagoa Santa (US), Área de Proteção Ambiental da Bacia dos Ribeirões do Gama e Cabeça de Veado (US), Área de Proteção Ambiental de Cafuringa (US), Área de Proteção Ambiental do Lago Paranoá (US), Área de Proteção Ambiental do Planalto Central (US), Área de Proteção Ambiental João Leite (US), Área de Proteção Ambiental Lago de São Salvador do Tocantins, Paranã e Palmeirópolis (US), Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira (US), Área de Proteção Ambiental Pouso Alto (US), Área de Proteção Ambiental Serra do Barbado (US), Área de Proteção Ambiental Sul-RMBH (US), Área de Relevante Interesse Ecológico da Granja do Ipê (US), Estação Ecológica da Serra das Araras (PI), Estação Ecológica de Águas Emendadas (PI), Estação Ecológica do Jardim Botânico (PI), Floresta Nacional de Carajás (US), Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco (PI), Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PI), Parque Estadual da Serra do Cabral (PI), Parque Estadual de Paracatu (PI), Parque Estadual dos Pirineus (PI), Parque Estadual Grão Mogol (PI), Parque Nacional da Chapada Diamantina (PI), Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PI), Parque Nacional da Serra da Canastra (PI), Reserva Particular do Patrimônio Natural Soluar (US).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da região de Grão Mogol - Francisco Sá (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Maurenza, D., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a Conservação da Flora Ameaçada de Extinção da Região de Grão Mogol - Francisco Sá. CNCFlora: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Laboratório de Biogeografia da Conservação: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 76 p.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Verdi, M., Martins, E., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional. CNCFlora: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Laboratório de Biogeografia da Conservação: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 100 p.

Ações de conservação (4):

Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural stalk
A casca é usada em banhos para o tratamento de linfangite crônica (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Callisthene major. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Callisthene+major (acesso em 11 de maio de 2020).
Uso Proveniência Recurso
5. Manufacturing chemicals natural stalk
A madeira é fonte de um corante (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Callisthene major. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Callisthene+major (acesso em 11 de maio de 2020).
Uso Proveniência Recurso
7. Fuel natural stalk
A madeira é utilizada como carvão (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Callisthene major. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Callisthene+major (acesso em 11 de maio de 2020).
Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
É usado na construção para fins internos, como vigas, escadarias, ripas e tetos (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Callisthene major. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Callisthene+major (acesso em 11 de maio de 2020).