Arecaceae

Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc.

Como citar:

Eduardo Amorim; Monira Bicalho. 2021. Butia eriospatha (Arecaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

223.634,293 Km2

AOO:

208,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Heiden et al., 2020), com distribuição: no estado do Paraná — nos municípios Almirante Tamandaré, Campo Mourão, Castro, Curitiba, Foz do Iguaçu, General Carneiro, Guarapuava, Irati, Palmas, Ponta Grossa, Renascença e São José dos Pinhais —, no estado do Rio Grande do Sul — nos municípios Cachoeira do Sul, Coxilha, Erebango, Erechim, Fagundes Varela, Jaquirana, Lagoa Vermelha, Marcelino Ramos, Muitos Capões, Passo Fundo, Pinhal da Serra, Quatro Irmãos, Santo Ângelo, São Francisco de Paula e Vacaria —, e no estado de Santa Catarina — nos municípios Abelardo Luz, Anita Garibaldi, Campo Erê, Campos Novos, Curitibanos, Imbituba, Irani, Lages, Ponte Alta, Ponte Serrada, São Bento do Sul, São Domingos e Vargem Bonita.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2021
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Monira Bicalho
Critério: A2c
Categoria: EN
Justificativa:

Palmeira com até 6m de altura, endêmica da Mata Atlântica, ocorrendo em fitofisionomias de Campo de Altitude, Campo Limpo, Mata com araucária e Palmeiral. Apresenta EOO igual à 255241km² e AOO igual à 208km². A espécie possui potencial valor econômico e os indivíduos adultos são vendidos ilegalmente em mercados locais e internacionais. Apesar disso, o impacto das atividades agropecuárias são os mais agravantes, todos os municípios de ocorrência da espécie, apresentam de seus territórios convertidos em áreas de pastagens. De acordo com a análise de sobreposição de solo, dos anos de 2014 à 2019, houve uma conversão de cerca de 293ha do AOO útil, em áreas de mosaico de pastagem e agricultura. No estudo de Nazareno e Reis (2014), o gado pode afetar severamente a estrutura demográfica, altas taxas de herbivoria foram detectadas, pelo menos 77%. De acordo com os autores, das quatro subpopulações estudas, somente uma não foi afetada pelo pastoreio do gado, no entanto, essa visão pode ser subestimada se comparada com estudos de outras as populações de espécies de Butia, que ocorrem do Uruguai. Considerando o tempo de geração da espécie com cerca de 25 anos, a mortalidade adulta em 2% (Nazareno e Reis, 2014) e principalmente, assumindo que as demais subpopulações afetadas, estão diminuindo à mesma taxa, visto a presença das atividades pecuárias em todos municípios de ocorrência (MapBiomas, 2021), estima-se uma redução populacional de cerca de 78% nas próximas três gerações. Acarretando em declínio de área de ocupação e qualidade de habitat, visto que as causas da redução não apresentam indícios de serem cessadas. Assim, B. eriospatha foi considerada como Em Perigo (EN) de extinção, considerando o valor da redução nas próximas três gerações. A espécie foi anteriormente avaliada como Vulnerável à extinção, entretanto, novas informações populacionais foram incorporadas para a espécie, conferindo uma categoria de risco mais elevada. Recomenda-se ações de pesquisa, como censo e tendências populacionais, para uma compreensão totalitária do impacto do pastoreio do gado nas outras subpopulações não estudas. Ainda recomenda-se cumprimento de efetividade de unidades de conservação e conservação in situ e ex situ, buscando garantir a perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.

Possivelmente extinta? Não
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 VU

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Agric. Colon. 10: 496, 1916. É reconhecida pelo porte arbóreo, presença de denso tomento lanoso revestindo a bráctea peduncular e por suas pequenas flores femininas e por seus frutos globosos (Lorenzi et al., 2010). Popularmente conhecida como butiá-da-serra na Região Sul (Heiden et al., 2020), Wooly Jelly Palm (Tropical Plants Database, 2021), butiá e butiá-veludo (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021). A espécie foi avaliada como Vulnerável (VU, A1c) na Lista Vermelha da IUCN (Noblick, 1998).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Butia eriospatha é utilizada na construção de pontes e bueiros (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021). Indivíduos adultos são vendidos ilegalmente em mercados locais e internacionais, e os frutos são explorados de forma insustentável, para utilização ao natural ou produção de bebidas (Gavião et al., 2008, Nazareno, 2013, Nazareno e Reis, 2014). As sementes são utilizadas para extração de óleo (Tambara et al., 2020, Tropical Plants Database, 2021).

População:

Flutuação extrema: Desconhecido

Tempo de geração:

Detalhes: range 600
Justificativa:

Segundo as informações fornecidas pelo especialista, o tempo de geração estimado para esta espécie é de mais de 50 anos (Gustavo Heiden com. pess. 2021).

Redução populacional: range 50
Detalhes: Em um estudo para estimar o risco de declínio populacional para a espécie ameaçada de palmeira Butia eriospatha, Nazareno e Reis (2014), analisaram quatro populações localizadas no Planalto Ocidental do Estado de Santa Catarina, duas populações com mais de 450 indivíduos e outras duas com menos de 50. Neste estudo, as estimativas do tamanho da população indicam que em áreas de pastagem de gado, B. eriospatha provavelmente experimentará um esgotamento populacional de mais de 50% nos próximos 40 anos. Foram amostrados 920 indivíduos em uma área de 9,573 ha que compreende todo o Estado de Santa Catarina (Nazareno, 2013). As populações atuais de B. eriospatha geralmente consistem de indivíduos maduros com 100 anos ou mais, em distribuições agrupadas, conhecidas como butiazais, que às vezes são densas e extensas (Nazareno e Reis, 2014).
Referências:
  1. Nazareno, A.G., 2013. Conservação de Butia eriospatha (Martius ex Drude) Beccari (Arecaceae): uma espécie da flora brasileira ameaçada de extinção. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais.
  2. Nazareno, A.G., dos Reis, M.S., 2014. At Risk of Population Decline? An Ecological and Genetic Approach to the Threatened Palm Species Butia eriospatha (Arecaceae) of Southern Brazil. J. Hered. 105, 120–129. https://doi.org/10.1093/jhered/est065

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Campo de Altitude, Campo Limpo, Palmeiral
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude Shrubland
Detalhes: Palmeira com até 6 m de altura (Tropical Plants Database, 2021). Ocorre na Mata Atlântica, em Campo de Altitude, Campo Limpo, Palmeiral (Heiden et al., 2020).
Referências:
  1. Heiden, G., Ellert-Pereira, P.E., Eslabão, M.P., 2020. Butia. Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB26574 (acesso em 11 de outubro de 2021)
  2. Tropical Plants Database, 2021. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Butia+eriospatha (acesso em 14 de outubro de 2021).

Reprodução:

Detalhes: A análise do sistema reprodutivo indica que B. eriospatha é uma espécie que se reproduz principalmente por cruzamento. No entanto, a espécie é autocompatível e a reprodução pode ocorrer por meio da geitonogamia, indicando a capacidade de populações, ou mesmo de indivíduos isolados, de sobreviver e persistir. Em relação à fenologia reprodutiva, a espécie floresce entre outubro e março, e a frutificação ocorre de novembro a julho. A floração e a frutificação foram sazonais entre os eventos reprodutivos.
Fenologia: flowering (Oct~Mar), fruiting (Nov~Jul)
Síndrome de polinização: melitophily,entomophily
Dispersor: Muito procurada pelos pássaros, papa-laranja (Pipraeidea bonariensis Gmelin,1789) e sanhaço-azul (Tangara sayaca Linnaeus,1766) (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021).
Síndrome de dispersão: ornitochory
Polinizador: Na região de Irati-PR, 2016 foram observados, abelha (Apis mellifera), coleópteros, meliponíneos e diversos insetos (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021).
Sistema sexual: hermafrodita
Sistema: self-compatible
Referências:
  1. Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. butia-veludo, butia-da-serra. URL https://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/8126-2/ (acesso em 14 de outubro de 2021).
  2. Nazareno, A.G., 2013. Conservação de Butia eriospatha (Martius ex Drude) Beccari (Arecaceae): uma espécie da flora brasileira ameaçada de extinção. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais.

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat,occupancy past,present,future national medium
De acordo com o MapBiomas, os municípios Almirante Tamandaré (PR), Foz do Iguaçu (PR), Passo Fundo (RS) e São José dos Pinhais (PR) possuem, respectivamente, 10,53% (2052ha), 11,17% (6901ha), 6% (4698ha) e 8,55% (8096ha) de seus territórios convertidos em áreas de infraestrutura urbana, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021a). Em 2014, a espécie apresentava 11,94% (2149,93ha) da sua AOO útil (18000ha) em áreas de infraestrutura urbana. Em 2019, a espécie apresentava 12,26% (2205,92ha) da sua AOO útil (18000ha), o que representou um acréscimo de 0,32% (55,99ha) em áreas de infraestrutura urbana (MapBiomas, 2021b).
Referências:
  1. MapBiomas, 2021a. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2019. Municípios: Almirante Tamandaré (PR), Foz do Iguaçu (PR), Passo Fundo (RS) e São José dos Pinhais (PR). URL https://mapbiomas-br-site.s3.amazonaws.com/EstatADsticas/Dados_Cobertura_MapBiomas_5.0_UF-MUN_SITE_v2.xlsx (acesso em 14 de outubro de 2021).
  2. MapBiomas, 2021b. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2014 e 2019. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 14 de outubro de 2021).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded habitat,occupancy past,present,future national high
De acordo com o MapBiomas, os municípios Anita Garibaldi (SC), Campos Novos (SC), Castro (PR), Curitibanos (SC), General Carneiro (PR), Guarapuava (PR), Irani (SC), Irati (PR), Jaquirana (RS), Lages (SC), Palmas (PR), Ponta Grossa (PR), Ponte Alta (SC), Ponte Serrada (SC), São Bento do Sul (SC), São Francisco de Paula (RS) e Vargem Bonita (SC) possuem, respectivamente, 8,77% (5174ha), 9,5% (16313ha), 7,2% (18215ha), 15,87% (15078ha), 24,2% (25919ha), 11,45% (36278ha), 14,68% (4785ha), 7,97% (7970ha), 12,76% (11601ha), 16,54% (43634ha), 12,6% (19634ha), 9,07% (18639ha), 30,73% (17677ha), 28,68% (16079ha), 9,54% (4727ha), 13,61% (44436ha) e 33,75% (10118ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021). Em 2014, a espécie apresentava 10,68% (1922,47ha) da sua AOO útil (18000ha) em áreas de silvicultura. Em 2019, a espécie apresentava 10,9% (1961,28ha) da sua AOO útil (18000ha), o que representou um acréscimo de 0,22% (38,81ha) em áreas de silvicultura (MapBiomas, 2021). Em 2014, a espécie apresentava 10,68% (1922,47ha) da sua AOO útil (18000ha) em áreas de silvicultura. Em 2019, a espécie apresentava 10,9% (1961,28ha) da sua AOO útil (18000ha), o que representou um acréscimo de 0,22% (38,81ha) em áreas de silvicultura (MapBiomas, 2021). De acordo com o IBGE, os municípios Anita Garibaldi (SC), Cachoeira do Sul (RS), Campos Novos (SC), Castro (PR), Curitibanos (SC), Fagundes Varela (RS), General Carneiro (PR), Guarapuava (PR), Irani (SC), Irati (PR), Jaquirana (RS), Lages (SC), Palmas (PR), Ponta Grossa (PR), Ponte Alta (SC), Ponte Serrada (SC), São Bento do Sul (SC), São Francisco de Paula (RS) e Vargem Bonita (SC) possuem, respectivamente, 7% (4130ha), 8,72% (32584ha), 6,3% (10815ha), 6,24% (15800ha), 15,16% (14400ha), 7,45% (1000ha), 22,41% (24000ha), 6,52% (20647ha), 9,27% (3020ha), 9,47% (9470ha), 17,74% (16125ha), 12,49% (32950ha), 7,02% (10933ha), 12,75% (26200ha), 22,6% (13000ha), 24,08% (13500ha), 9,08% (4500ha), 17,92% (58500ha) e 19,62% (5883ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2019 (IBGE, 2021).
Referências:
  1. MapBiomas, 2021. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2019. Municípios: Anita Garibaldi (SC), Campos Novos (SC), Castro (PR), Curitibanos (SC), General Carneiro (PR), Guarapuava (PR), Irani (SC), Irati (PR), Jaquirana (RS), Lages (SC), Palmas (PR), Ponta Grossa (PR), Ponte Alta (SC), Ponte Serrada (SC), São Bento do Sul (SC), São Francisco de Paula (RS) e Vargem Bonita (SC). URL https://mapbiomas-br-site.s3.amazonaws.com/EstatADsticas/Dados_Cobertura_MapBiomas_5.0_UF-MUN_SITE_v2.xlsx (acesso em 14 de outubro de 2021).
  2. MapBiomas, 2021. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2014 e 2019. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 14 de outubro de 2021).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat,occupancy past,present,future national medium
De acordo com o Atlas das Pastagens Brasileiras, os municípios Abelardo Luz (SC), Anita Garibaldi (SC), Cachoeira do Sul (RS), Campo Erê (SC), Campos Novos (SC), Castro (PR), Curitibanos (SC), Fagundes Varela (RS), General Carneiro (PR), Guarapuava (PR), Imbituba (SC), Irani (SC), Jaquirana (RS), Lages (SC), Lagoa Vermelha (RS), Marcelino Ramos (RS), Muitos Capões (RS), Palmas (PR), Pinhal da Serra (RS), Ponta Grossa (PR), Ponte Alta (SC), Ponte Serrada (SC), Renascença (PR), Santo Ângelo (RS), São Bento do Sul (SC), São Domingos (SC), São Francisco de Paula (RS), São José dos Pinhais (PR) e Vacaria (RS) possuem, respectivamente, 5,24% (4997ha), 24,42% (14402ha), 25,12% (93864ha), 15,71% (7527ha), 9,1% (15623ha), 7,56% (19138ha), 15,22% (14454ha), 8,37% (1124ha), 5,74% (6146ha), 5,66% (17922ha), 9,29% (1687ha), 6,67% (2175ha), 41,9% (38081ha), 46,35% (122246ha), 7,99% (10069ha), 10,48% (2407ha), 15,26% (18217ha), 14,06% (21910ha), 18,98% (8315ha), 5,4% (11093ha), 14,47% (8325ha), 5,14% (2880ha), 5,06% (2151ha), 5,43% (3690ha), 6,37% (3157ha), 5,35% (1968ha), 45,33% (148011ha), 7,35% (6954ha) e 21,77% (46243ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2019 (Lapig, 2021). De acordo com o MapBiomas, os municípios Anita Garibaldi (SC), Campo Erê (SC), Campos Novos (SC), Castro (PR), Curitibanos (SC), Fagundes Varela (RS), Guarapuava (PR), Imbituba (SC), Irani (SC), Marcelino Ramos (RS), Muitos Capões (RS), Palmas (PR), Pinhal da Serra (RS), Ponte Alta (SC), São Bento do Sul (SC) e São José dos Pinhais (PR) possuem, respectivamente, 19,58% (11546ha), 14,83% (7104ha), 6,91% (11868ha), 6,68% (16907ha), 14,61% (13877ha), 7,34% (986ha), 5,01% (15868ha), 8,46% (1536ha), 6,13% (1997ha), 9,87% (2267ha), 5,1% (6091ha), 12,4% (19323ha), 8,51% (3726ha), 10,86% (6246ha), 5,75% (2853ha) e 6,36% (6020ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagens, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021a). Em 2014, a espécie apresentava 6,17% (1111,5ha) da sua AOO útil (18000ha) em áreas de pastagem e 9,12% (1642,46ha) em áreas de mosaico de pastagem e agricultura, enquanto em 2019, a espécie apresentava 5,3% (953,32ha) em áreas de pastagem e 8,37% (1507,36ha) em áreas de pastagem e agricultura, o que representou um decréscimo de 1,62% (293,27ha) em áreas de pastagem e mosaico de pastagem e agricultura (MapBiomas, 2021b).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2021. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2019. Municípios: Abelardo Luz (SC), Anita Garibaldi (SC), Cachoeira do Sul (RS), Campo Erê (SC), Campos Novos (SC), Castro (PR), Curitibanos (SC), Fagundes Varela (RS), General Carneiro (PR), Guarapuava (PR), Imbituba (SC), Irani (SC), Jaquirana (RS), Lages (SC), Lagoa Vermelha (RS), Marcelino Ramos (RS), Muitos Capões (RS), Palmas (PR), Pinhal da Serra (RS), Ponta Grossa (PR), Ponte Alta (SC), Ponte Serrada (SC), Renascença (PR), Santo Ângelo (RS), São Bento do Sul (SC), São Domingos (SC), São Francisco de Paula (RS), São José dos Pinhais (PR) e Vacaria (RS). URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 14 de outubro de 2021).
  2. MapBiomas, 2021a. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2019. Municípios: Anita Garibaldi (SC), Campo Erê (SC), Campos Novos (SC), Castro (PR), Curitibanos (SC), Fagundes Varela (RS), Guarapuava (PR), Imbituba (SC), Irani (SC), Marcelino Ramos (RS), Muitos Capões (RS), Palmas (PR), Pinhal da Serra (RS), Ponte Alta (SC), São Bento do Sul (SC) e São José dos Pinhais (PR). URL https://mapbiomas-br-site.s3.amazonaws.com/EstatADsticas/Dados_Cobertura_MapBiomas_5.0_UF-MUN_SITE_v2.xlsx (acesso em 14 de outubro de 2021).
  3. MapBiomas, 2021b. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2014 e 2019. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 14 de outubro de 2021).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.3 Trend Unknown/Unrecorded habitat,occupancy past,present,future national low
Um total de 8,93% (16,06km²) da AOO útil da espécie queimaram em 2019 [Formação Florestal (4,93%), Mosaico Agricultura e Pastagem (1,46%), Formação Campestre (1,07%), Pastagem (1,05%), Agricultura (0,42%)] (MapBiomas-Fogo, 2021).
Referências:
  1. MapBiomas-Fogo, 2021. Projeto MapBiomas Fogo - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2019. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 14 de outubro de 2021).

Ações de conservação (6):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional Lagoas do Sul para a conservação da flora melhorar o estado de conservação das espécies ameaçadas e dos ecossistemas das lagoas da planície costeira do sul do Brasil (ICMBio, 2018).
Referências:
  1. ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2018. Portaria nº 751, de 27 de agosto de 2018. Diário Oficial da União, 29/08/2018, Edição 167, Seção 1, p. 54. URL https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-pan/pan-lagoas-do-sul/1-ciclo/pan-lagoas-do-sul-portaria-aprovacao.pdf (acesso em 21 de outubro de 2021).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como Vulnerável (VU) e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014).
Referências:
  1. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2014. Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014. Diário Oficial da União, 18/12/2014, Seção 1, p. 110-121. URL http://www.dados.gov.br/dataset/portaria_443 (acesso em 21 de outubro de 2021).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAT Paraná-São Paulo - 19 (PR), Território Chapecó - 22 (RS, SC), Território PAT Planalto Sul - 24 (RS, SC), Território Santa Maria - 25 (RS).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Estadual da Serra da Esperança, Estação Ecológica de Mata Preta, Parque Estadual das Araucárias e Parque Nacional do Iguaçu.
Ação Situação
5.1.3 Sub-national level on going
A espécie foi avaliada como Em Perigo (EN)[A4cd] na lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado do Rio Grande do Sul (Rio Grande do Sul, 2014).
Referências:
  1. Rio Grande do Sul, 2014. Lista de espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no Estado do Rio Grande do Sul. Decreto nº 52.109, 01/12/2014, Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul, 02/12/2014, nº 233, pp. 2-12. URL http://www.al.rs.gov.br/filerepository/repLegis/arquivos/DEC%2052.109.pdf (acesso em 21 de outubro de 2021).
Ação Situação
5.1.3 Sub-national level on going
A espécie foi avaliada como Criticamente em Perigo (CR) na lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de Santa Catarina (CONSEMA, 2014).
Referências:
  1. CONSEMA - Conselho Estadual do Meio Ambiente. 2014. Resolução nº 51/2014. Lista oficial das espécies da flora ameaçada de extinção no Estado de Santa Catarina.

Ações de conservação (7):

Uso Proveniência Recurso
1. Food - human natural fruit
Os frutos são explorados de forma insustentável, para utilização ao natural ou produção de bebidas (Gavião et al., 2008, Nazareno, 2013, Nazareno e Reis, 2014). Uma fruta popular dentro de sua área de distribuição nativa, onde é colhida na natureza para uso local. Os frutos crus têm uma polpa suculenta, sem fibras, de sabor agradável, ácido-doce, delicioso. É usado para fazer geleias e compotas. A fruta é embebida em álcool para fazer uma bebida popular e fermentada para fazer uma bebida alcoólica (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Gavião, C. de F.C., Sujii, P.S., Inglis, P.W., Ciampi, A.Y., 2008. Análise genética em populações de Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc utilizando marcadores moleculares RAPD. Brasília, DF.
  2. Nazareno, A.G., 2013. Conservação de Butia eriospatha (Martius ex Drude) Beccari (Arecaceae): uma espécie da flora brasileira ameaçada de extinção. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais.
  3. Nazareno, A.G., dos Reis, M.S., 2014. At Risk of Population Decline? An Ecological and Genetic Approach to the Threatened Palm Species Butia eriospatha (Arecaceae) of Southern Brazil. J. Hered. 105, 120–129. https://doi.org/10.1093/jhered/est065
  4. Tropical Plants Database, 2021. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Butia+eriospatha (acesso em 14 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
2. Food - animal natural fruit
Consumidos por vários pássaros e animais nativos (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021).
Referências:
  1. Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. butia-veludo, butia-da-serra. URL https://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/8126-2/ (acesso em 14 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural flower
O chá da flor do butiá-da-serra é usado na medicina popular no combate ao amarelão, como calmante, para equilibrar o sono. A polpa da fruta consumida in natura ajuda eliminar o ácido úrico (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021).
Referências:
  1. Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. butia-veludo, butia-da-serra. URL https://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/8126-2/ (acesso em 14 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
7. Fuel natural seed
As sementes são utilizadas para extração de óleo alimentar (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021, Tambara et al., 2020, Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. butia-veludo, butia-da-serra. URL https://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/8126-2/ (acesso em 14 de outubro de 2021).
  2. Tambara, A.L., Silveira, É.C., Soares, A.T.G., Salgueiro, W.G., Rodrigues, C. de F., Boldori, J.R., Ávila, D.S., Denardin, C.C., 2020. Butiá fruit extract ( Butia eriospatha ) protects against oxidative damage and increases lifespan on Caenorhabditis elegans. J. Food Biochem. 44. https://doi.org/10.1111/jfbc.13139
  3. Tropical Plants Database, 2021. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Butia+eriospatha (acesso em 14 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
8. Fibre natural leaf
Folhas utilizadas na fabricação de chapéus, cestas e cordas (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021). Uma fibra obtida das folhas é usada para fazer cordas. As folhas são usadas para tecer chapéus, cestos, etc., e como recheio de colchões ou como material de enchimento em gêneros (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. butia-veludo, butia-da-serra. URL https://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/8126-2/ (acesso em 14 de outubro de 2021).
  2. Tropical Plants Database, 2021. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Butia+eriospatha (acesso em 14 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
Butia eriospatha é utilizada na construção de pontes e bueiros (Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021). A madeira é moderadamente pesada, dura, muito fibrosa e de boa durabilidade se mantida seca. É usado localmente em construções rústicas (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Compêndio Online Gerson Luiz Lopes, 2021. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. butia-veludo, butia-da-serra. URL https://sites.unicentro.br/wp/manejoflorestal/8126-2/ (acesso em 14 de outubro de 2021).
  2. Tropical Plants Database, 2021. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Butia+eriospatha (acesso em 14 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
13. Pets/display animals, horticulture natural whole plant
É cultivado como ornamental, valorizado por suas frondes verde-prateadas (Tropical Plants Database, 2021) e os indivíduos adultos são vendidos ilegalmente em mercados locais e internacionais (Gavião et al., 2008, Nazareno, 2013, Nazareno e Reis, 2014).
Referências:
  1. Gavião, C. de F.C., Sujii, P.S., Inglis, P.W., Ciampi, A.Y., 2008. Análise genética em populações de Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc utilizando marcadores moleculares RAPD. Brasília, DF.
  2. Nazareno, A.G., 2013. Conservação de Butia eriospatha (Martius ex Drude) Beccari (Arecaceae): uma espécie da flora brasileira ameaçada de extinção. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais.
  3. Nazareno, A.G., dos Reis, M.S., 2014. At Risk of Population Decline? An Ecological and Genetic Approach to the Threatened Palm Species Butia eriospatha (Arecaceae) of Southern Brazil. J. Hered. 105, 120–129. https://doi.org/10.1093/jhered/est065
  4. Tropical Plants Database, 2021. Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Butia+eriospatha (acesso em 14 de outubro de 2021).