BEGONIACEAE

Begonia arborescens Raddi

Como citar:

Lucas Moraes; Rodrigo Amaro. 2017. Begonia arborescens (BEGONIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

15.250,213 Km2

AOO:

164,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Endêmica do estado do Rio de Janeiro (Jacques, 2015). Ocorre no município de Teresópolis, onde foi coletada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (J.A. Lombardi 8411). Encontrada também no município de Santa Maria Madalena (Lobo M.G.A. 216), incluindo o Parque Estadual do Desengano (T. Plowman s.n.). No município do Rio de Janeiro, a espécie foi encontrada no Parque Nacional da Tijuca (A. Lobão 1927), na Pedra da Gávea (V.F. Ferreira 244), no Corcovado (P.K.H. Dusén 199), na Serra da Carioca (E. Pereira 132), nas matas do Horto Florestal (C. Pereira 2) e na região de Jacarepaguá (A. Quinet 540). No município de Petrópolis, a espécie foi encontrada na estrada união indústria (P.I.S. Braga 2413), na rodovia Washington Luiz (G. Martinelli 29999), na Serra da Estrela (R.A. Engelmann RE1501) e no Rocio (D. Sucre 2233). Ocorre na Reserva Biológica do Tinguá, no município de Nova Iguaçu (S.J. Silva Neto 1645). No município de Nova Friburgo a espécie foi encontrada na Reserva Ecológica de Macaé de Cima (E.L. Jacques 193), na margem do ribeirão Santo Antônio (J.F.A. Baumgratz 404) e na região de Lumiar (E.L. Jacques 56). Coletada no município de Magé (M. Nadruz 2509). Em Macaé, foi encontrada na estrada do Frade (R.C. Forzza 2864) e na região de Barra do Sana (T.M. Scarponi 99). Encontrada no município de Guapimirim, onde foi coletada na Estação Ecológica Estadual de Paraíso (T. Fontoura 282), no Monte Olivete (M.G. Bovini 557) e na Trilha do Dedo de Nossa Senhora (R.A. Engelmann RE1387). A espécie ocorre também no município de Duque de Caxias, onde foi encontrada no Rio Pedra Branca (S.J. Silva Neto 685). Foi coletada também no município de Casimiro de Abreu, no Morro de São João (R.N. Damaceno 662) e Campo dos Goytacazes, na Serra do Macaco (I.G. Costa 354). A espécie também foi coletada no município de Cachoeiras de Macacu, na Fazenda Santa Bárbara (D. Araujo s.n.).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Lucas Moraes
Revisor: Rodrigo Amaro
Categoria: LC
Justificativa:

Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro (BFG, 2015). Possui EOO=13308 km² e AOO=164 km². Encontrada nos municípios de Campos dos Goytacazes, Casimiro de Abreu, Duque de Caxias, Guapimirim, Macaé, Magé, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Paty do Alferes, Petrópolis, Rio de Janeiro, Santa Maria de Madalena e Teresópolis. A espécie também ocorre em diversas unidades de conservação, sendo elas a Estação Ecológica do Paraíso, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o Parque Nacional da Tijuca, a Reserva Biológica do Tinguá e a Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima. Tendo em vista a grande quantidade de registros de coleta, ampla distribuição e ocorrência em diversas unidades de conservação, a espécie não se encontra em risco de extinção no futuro próximo.

Último avistamento: 2014
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Mem. Mat. Fis. Soc. Ital. Sci. Modena, Pt. Mem. Fis. 18: 408, 1820.

Ecologia:

Substrato: terrestrial, saxicolous, rupicolous
Forma de vida: subshrub
Luminosidade: esciophytic, heliophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1 Forest
Detalhes: Subarbusto, terrícola, de ocorrência em Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Jacques, 2015). Segundo registros de coleta, a espécie pode atingir 2,5 m de altura (E.J. Lucas 476), pode ser umbrófila, saxícola (G. Martinelli 1701), rupícola (V.F. Ferreira 244), ciófila (G. Martinelli 4564), semiheliófila (M.G. Bovini 557) ou heliófila (Costa F.J.S.A. s.n.).
Referências:
  1. Eliane Lima, J., 2015. Begoniaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB5564>. Acesso em: 22 Abr. 2015.

Reprodução:

Detalhes: Coletada com flores nos meses de janeiro (A.C. Brade 17367), fevereiro (J. Almeida 1273), março (E. Pereira 4557), maio (D. Sucre 1475), agosto (S.J. Silva Neto 973), setembro (G. Martinelli 29999), outubro (J.M.A. Braga 1446), novembro (E.L. Jacques 193) e dezembro (E.L. Jacques 252). Coletada com frutos nos meses de janeiro (Villela C. s.n.), fevereiro (I.G. Costa 354), março (E.L. Jacques 56), abril (G. Martinelli 1701), maio (E.L. Jacques 208), junho (G. Martinelli 4564), agosto (M.Nadrne 695), setembro (G. Martinelli 29999), outubro (J.M.A. Braga 1446), novembro (G. Martinelli 10263) e dezembro (G. Martinelli 10573). Possui flores brancas (J. Almeida 1273) e frutos castanhos (I.G. Costa 354).
Fenologia: flowering (Jan~Mar), flowering (May~May), flowering (Aug~Dec), fruiting (Jan~Jun), fruiting (Aug~Dec)

Ameaças (6):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity locality,habitat,occupancy,occurrence,mature individuals past,present,future regional very high
O aumento da frequência de incêndios na Serra dos Órgãos representa uma ameaça preocupante à espécie (IBAMA, 2014; ICMBio, 2014).
Referências:
  1. IBAMA, 2014. Ibama combate incêndio no Parque Nacional Serra dos Órgãos. Disponível em <http://www.ibama.gov.br/publicadas/ibama-combate-incendio-no-parque-nacional-serra-dos-orgaos>.
  2. ICMBio, 2014. ICMBio e Ibama trabalham para conter incêndio na Serra dos Órgãos. Meio Ambiente. Disponível em < http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2014/10/icmbio-e-ibama-trabalham-para-conter-incendio-na-serra-dos-orgaos>.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas past,present,future local medium
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos é um dos principais roteiros turísticos da região, e nem sempre é realizado de maneira respeitosa à natureza (Castro, 2008).
Referências:
  1. Castro, E.B.V. de. 2008. Plano de manejo do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Brasília, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Portaria ICMBio. Brasil.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity past,present,future local very high
O Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca apresenta informações de ocorrência de incêndios no interior e arredores da unidade (Soares, 2008).
Referências:
  1. Soares, R.C.R. de S., 2008. Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 4.1 Roads & railroads habitat,occurrence past,present,future local medium
A estrada da Serra da Estrella, foi construída em 1843, ligando no passado, o porto da Estrela, localizado no Rio Inhomirim, no fundo da baia de Guanabara, à cidade de Petrópolis (Calaes et al., 2008). Foi denominada naquela época como o “caminho do Inhomirim”, favorecendo o acesso a Minas Gerais e o escoamento da produção cafeeira para o porto do Rio de Janeiro (Calaes et al., 2008). Atualmente, ainda é a principal via de ligação entre Rio de Janeiro e Petrópolis, representando uma ameaça a espécie.
Referências:
  1. Calaes, E.G.D., de Souza, G.A., Ferreira, E.G.E., Weisz, E.J., Castro, E.N.F., 2008. Estrada real: vetor de fertilização de conhecimento e aprendizado para a exploração mineral. Simpósio Explor. Miner. 2, 11.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching past,present,future local high
Áreas não urbanizadas, mas que não mais possuem as características originais de sua vegetação, são comumente utilizadas para as atividades agropastoris, tanto no interior quanto nos arredores da Reserva Biológica do Tinguá (Teixeira, 2006). As Florestas Ombrófilas Densas de baixada ou de Terras Baixas (até 250 m de altitude) das proximidades da Rebio foram totalmente suprimidas para dar lugar a pastagens e monoculturas, e hoje se encontram reduzidas a menos de 7% de sua cobertura original (Carvalho et al., 2006).
Referências:
  1. Teixeira, L.H. dos S., 2006. Plano de Manejo da Reserva Biológica do Tnguá. Brasil.
  2. Carvalho, F.A., Nascimento, M.T., Braga, J.M.A., 2006. Composição e riqueza florística do componente arbóreo da Floresta Atlântica submontana na região de Imbaú, Município de Silva Jardim, RJ. Acta Bot. Bras. 20, 727–740.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.1 Housing & urban areas habitat,occurrence past,present,future local medium
Atualmente, o município de Cachoeira de Macacu, começa a sofrer os impactos da expansão urbana, visto que suas terras passam a ser ocupadas por sítios de lazer e há expansão de loteamentos nos limites com Itaboraí (IBGE, 2015).
Referências:
  1. IBGE, 2015. Cachoeira de Macacu. @Cidades. Disponível em: < http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=330080&search=rio-de-janeiro|cachoeiras-de-macacu|infograficos:-historico>. Acesso em 23 abr. 2015.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
Ocorre no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (J.A. Lombardi 8411), no Parque Estadual do Desengano (T. Plowman s.n.), na Reserva Biológica do Tinguá (S.J. Silva Neto 1645), na Reserva Ecológica de Macaé de Cima (E.L. Jacques 193) e no Parque Nacional da Tijuca (A. Lobão 1927).