Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Barnebya harleyi (Malpighiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Almeida, 2018), com ocorrência nos estados de ALAGOAS, municípios de Canindé do São Francisco (Cordeiro 70), Olho d'Água do Casado (Moura 1284); BAHIA, municípios de Antas (Bautista 436), Canudos (Queiroz 7015), Conceição dos Gatos (Melo 3584), Euclides da Cunha (Guedes 11155) Itaberaba (Araújo 429), Itatim (Guedes 14687), Jeremoabo (Silva 609), Maracás (Mattos 2850), Morro do Chapéu (Melo 13446), Mulungu do Morro (Gonzaga 60), Palmeiras (Lombardi 9520), Paulo Afonso (Colaço 154), Planaltino (Queiroz 4530), Riacho de Santana (Groppo 728), Santa Terezinha (Costa et al. 3172), Sento Sé (Araújo 1310) Sobradinho (Oliveira 4799), Umburanas (Queiroz 16419), Vitória da Conquista (Lima 96), Wagner (Santana 289); CEARÁ, municípios de Araripe (Salgado 127), Milagres (Oliveira 2702), Missão Velha (Silva 120); MINAS GERAIS, município de Manga (Pequeno s.n.); PARAÍBA, município de São José de Piranhas (Socolowski 52); PERNAMBUCO, municípios de Belo Jardim (Andrade-Lima 56-2617), Buíque (Oliveira 5459), Cabrobó (Fontana 7036), Floresta (Ferreira s.n.), Ibimirim (Cotarelli 2420), Inajá (Rodal 618), Petrolândia (Fontana 6848), Salgueiro (Fontana 6111), São João do Belmonte (Andrade-Lima 52-1051); PIAUÍ, município de Bocaina (Castro 645), Inhuma (S.J.Filho 120) São José do Piauí (Mendes 548); SERGIPE, município de Canindé do São Francisco (Harley 54284)
Árvore de até 10 m, endêmica do Brasil (Almeida, 2018). Conhecida popularmente como pau-de-gaiola, foi coleta em Caatinga sensu stricto nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Sergipe. Apresenta ampla distribuição, EOO=356809 km², AOO=248 km², representatividade significativa em herbários e presença confirmada em Unidades de Conservação. Apesar da Caatinga encontrar-se sujeita a incidência de vetores de stress severos (desmatamento para extração de madeira e atividades agropecuárias de variadas escalas) e possuir somente cerca de 50% de sua vegetação original e menos de 2% legalmente protegidos por Unidades de Conservação de proteção integral (MMA 2011; Marinho et al., 2016; Brasil 2018a,b), a espécie não possui ameaças diretas documentadas e aparenta ser comum em fitofisionomias associadas a Caatinga. Diante do exposto, portanto, B. harleyi foi considerada como de Menor Preocupação (LC) neste momento. Entretanto, ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (garantia da efetividade de áreas de áreas protegidas) são urgentes a fim de se evitar a ampliação do risco de extinção no futuro.
Espécie descrite em: Brittonia 33(3): 281 (1981).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3 Logging & wood harvesting | locality,habitat | past,present,future | regional | high |
A Caatinga ocupava originalmente 826.411 km² do território brasileiro, porém atualmente cerca de metade de sua cobertura vegetal foi perdida devido à ocupação humana. Os ambientes remanescentes, encontram-se sob intensa pressão da extração de madeira, pecuária e caça (Marinho et al., 2016). Apenas 1,75% da área original da Caatinga é protegida por Unidades de Conservação de Proteção Integral e 7% por Unidades de Conservação de Uso Sustentável, o que a coloca como um dos biomas menos protegido dentre todos os biomas brasileiros (MMA 2011; Brasil 2018a,b). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5 Biological resource use | habitat | past,present,future | regional | high |
A extração de madeira para carvão, construção civil e uso doméstico tem sido uma ameaça generalizada à Caatinga por muitos séculos. Historicamente, árvores grandes e maduras eram altamente valiosas ao ponto de serem suprimidas a virtualmente desaparecerem da paisagem. O uso industrial das árvores da Caatinga para a produção de carvão, que é parcialmente feito de forma ilegal e descontrolada, contribui fortemente para modificar a densidade e a estrutura da vegetação remanescente (Gariglio et al. 2010). O uso de madeira e carvão para uso doméstico (por exemplo, forno a lenha) também não é desprezível, correspondendo a 30% do que é extraído anualmente (Gariglio et al. 2010). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 4.1 Roads & railroads | habitat | past,present,future | regional | high |
Castelletti et al. (2004) modelaram os efeitos das estradas sobre a vegetação de Caatinga e adicionaram novos valores às áreas já utilizadas para agricultura e pastagem estimadas pelo IBGE. A área de Caatinga modificada obtida pelos autores variou de 223.100km² a 379.565km². Esses números indicam que entre 30,4% e 51,7% da área da Caatinga foi alterada por atividades antrópicas. A primeira estimativa coloca a Caatinga como o terceiro ecossistema mais degradado do Brasil, atrás da Mata Atlântica e do Cerrado. A segunda estimativa, entretanto, eleva a Caatinga para o segundo ecossistema mais degradado do Brasil, passando à frente do Cerrado. Contudo, é possível que mesmo esses valores ainda estejam subestimados, porque é difícil dimensionar a extensão da perda dos ecossistemas naturais e da flora e fauna do Nordeste brasileiro nos últimos 500 anos. Os registros históricos produzem pistas pequenas, mas dramáticas, sobre a destruição em larga escala que tem devastado a região desde 1500, e mesmo os maiores remanescentes da Caatinga têm, provavelmente, sido alterados desde os tempos pré-Colombianos (Leal et al., 2005). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1 Land/water protection | on going |
A espécie foi coletada nas seguintes UC's: Estação Ecológica Raso da Catarina (BA) (Ribeiro-Filho, 132), Estação Biológica de Canudos Siqueira-Filho 3743), Reserva Biológica de Serra Negra (PE) (Rodal 618) |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||