Eduardo Amorim; Monira Bicalho. 2021. Aspidosperma riedelii (Apocynaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
A espécie não é endêmica do Brasil (Castello et al., 2020). No Brasil, apresenta distribuição: no estado do Paraná — nos municípios Nova Fátima e Telêmaco Borba —, no estado do Rio Grande do Sul — nos municípios Gramado e Pinto Bandeira —, e no estado de São Paulo — nos municípios Botucatu, Campinas, Iperó e São Paulo.
Aspidosperma riedelii é uma árvore ou arbusto, que pode chegar até 6 m de altura. A espécie ocorre no Brasil, em municípios dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo e, no Paraguai, com seis registros. Possui ocorrências em Floresta Estacional Semidecidual e Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos, na Mata Atlântica. Apresenta AOO igual a 36km² e cinco situações de ameaças. Considera-se as atividades agropecuárias, silviculturas e os efeitos das barragens para construção das usinas e pequenas centrais hidrelétricas, que possam levar a extinção da espécie no futuro. As barragens construídas para a implementação hidrelétricas, além de afetar na perda de vegetação pelo desmatamento (Silva Junior et al., 2018), ocasionam modificações na dinâmica da vegetação ripária (Stevaux et al., 2013).Somado a isto, os registros de ocorrência da espécie estão localizados em fragmentos vegetacionais de pequeno porte, circundados por áreas de pastagens, cultivos agrícolas e silvicuturas, o que afeta a qualidade do habitat natural. Por exemplo, a cidade de Telêmaco Borba (PR), possui 60% de seu território convertido em áreas de silvicultura, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021). Diante os cenários de ameaças vigentes e por não apresentar registros em Unidades de Conservação, infere-se declínio de qualidade de habitat. Aspidosperma riedelii foi avaliada anteriormente como Menor Preocupação, por apresentar extenso EOO e mais de 10 situações de ameaças. Contudo, de acordo com Castello et al. (2018) a espécie ocorre somente na região meridional da Mata Atlântica. Os registros para a região nordeste são comumente identificados de maneira errônea, confundindo com A. oliganthum, A. castroanum, A. confertiflorum. Neste momento, a espécie foi avaliada como Em Perigo (EN) de extinção, considerando os valores de AOO e número de situações de ameaças. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, conservação in situ e ex situ) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.
| Ano da valiação | Categoria |
|---|---|
| 2012 | LC |
Descrita em: Fl. Bras. 6(1): 56, 1860. É reconhecida pelas folhas espatuladas (Castello et al., 2020). Popularmente conhecida como guatambu-mirim (A.C.D. Castello com. pess. 2021).
De acordo com as informações fornecidas pelo especialista, o tempo de geração estimado para esta espécie é de 15 a 30 anos (A.C.D. Castello com. pess. 2021).
| Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
|---|---|---|---|---|---|
| 1.1 Ecosystem conversion | 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | national | low |
| De acordo com o MapBiomas, o município Nova Fátima (PR) possui 1% (284ha) do seu território convertido em áreas de culturas agrícolas (exceto soja e cana-de-açúcar), segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021a). De acordo com o MapBiomas, o município Iperó (SP) possui 5,23% (890ha) do seu território convertido em áreas de culturas de cana-de-açúcar, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021b). | |||||
Referências:
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| Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
|---|---|---|---|---|---|
| 1.1 Ecosystem conversion | 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | national | very high |
| De acordo com o MapBiomas, os municípios Botucatu (SP), Gramado (RS) e Telêmaco Borba (PR) possuem, respectivamente, 16,16% (23960ha), 5,93% (1419ha) e 60,58% (83769ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021). De acordo com o IBGE, os municípios Botucatu (SP), Gramado (RS) e Telêmaco Borba (PR) possuem, respectivamente, 20,23% (30000ha), 13,66% (3270ha) e 114,98% (159000ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2019 (IBGE, 2021). | |||||
Referências:
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| Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
|---|---|---|---|---|---|
| 1.1 Ecosystem conversion | 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | national | medium |
| De acordo com o Atlas das Pastagens Brasileiras, os municípios Botucatu (SP), Campinas (SP), Iperó (SP), Nova Fátima (PR) e Pinto Bandeira (RS) possuem, respectivamente, 11,98% (17759ha), 24,89% (19779ha), 17,1% (2912ha), 9,87% (2798ha) e 8,65% (907ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2019 (Lapig, 2021). De acordo com o MapBiomas, os municípios Botucatu (SP), Campinas (SP), Iperó (SP), Nova Fátima (PR) e Pinto Bandeira (RS) possuem, respectivamente, 26,15% (38769ha), 23,3% (18510ha), 16,39% (2790ha), 9,6% (2720ha) e 8,17% (857ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagens, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021). | |||||
Referências:
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| Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
|---|---|---|---|---|---|
| 1.2 Ecosystem degradation | 7.1.3 Trend Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | national | medium |
| Um total de 14,25% (4,56km²) da AOO útil da espécie queimaram em 2019 [Formação Florestal (6,45%), Agricultura (5,62%), Pastagem (1,07%), Mosaico Agricultura e Pastagem (1,04%), Formação Campestre (0,05%), Formação Savânica (0,02%)] (MapBiomas-Fogo, 2021). | |||||
Referências:
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| Ação | Situação |
|---|---|
| 1.1 Site/area protection | needed |
| A espécie não é conhecida em nenhuma unidade de conservação, mas claramente existe a necessidade de melhorar a proteção do habitat nos locais onde se sabe que ela ocorre. São necessárias pesquisas adicionais para determinar se esta espécie está ou não experimentando um declínio efetivo ou está passando por flutuações naturais da população. | |
| Uso | Proveniência | Recurso |
|---|---|---|
| 10. Wearing apparel, accessories | natural | stalk |
| A árvore às vezes é colhida na natureza para uso local de sua madeira. Devido a suas pequenas dimensões, ele é usado apenas para fins como tornos e cabos de ferramentas (Tropical Plants Database, 2021). | ||
Referências:
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| Uso | Proveniência | Recurso |
|---|---|---|
| 13. Pets/display animals, horticulture | natural | whole plant |
| Aspidosperma riedelii é uma árvore semidecídua de copa aberta e vertical, é uma planta muito ornamental, com folhagem delicada, é adequada para plantio de rua e paisagismo em geral (Tropical Plants Database, 2021). | ||
Referências:
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