Apocynaceae

Aspidosperma carapanauba Pichon

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Aspidosperma carapanauba (Apocynaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

948.451,918 Km2

AOO:

108,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência no estado: AMAPÁ, município de Mazagão (Silva 5296); AMAZONAS, município de Itacoatiara (Rodrigues 8608), Manaus (Silva 70), Parintins (Ducke 24471), Rio Preto da Eva (Julião 25); MATO GROSSO, município de Alta Floresta (Árbocz 4000), Aripuanã (Gomes 170), Castanheira (Silva 4847), Juína (Silva 4300), Novo Mundo (Piva 1377); MATO GROSSO DO SUL, município de Paranaíba (Soares 4115); PARÁ, município de Almeirim (Oliveira 4076); RONDÔNIA, município de Buritis (Pereira 0723110-0), Jamari (Prance 7014), Porto Velho (Araújo 2807-2181997).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 38 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida por carapanaúba e carapanaúba-preta, foi coletada em Floresta de Terra Firme e Floresta Ombrófila associadas a Amazônia nos estados do Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Apresenta distribuição ampla, EOO=768478 km² e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral. Tem valor econômico devido o uso comercial da madeira (Reis, 2015) e presença de vários compostos utilizados na medicina popular (Pereira et al., 2011; Storey e Salem, 1997; Gilbert et al., 1963), além de ocorrência frequente (Saravy et al., 2003; Vieira et al., 2002). Apesar disso, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos pelos usos descritos. Assim, a espécie foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) e conservação (Plano de Manejo) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2011
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Bull. Mus. Natl. Hist. Nat. ser. 2, 19: 365. 1948. Popularmente conhecida por carapanaúba, carapanaúba-preta (Pereira et al., 2016).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: A espécie tem valor econômico devido o uso comercial da madeira (Reis, 2015). Devido a presença de vários compostos (Gilbert et al., 1963) têm sido utilizada também na medicina popular (Pereira et al., 2011; Storey e Salem, 1997).

População:

Detalhes: Um total de 12 indivíduos da espécie foram registrados em 1 ha de floresta ombrófila aberta e densa em Alta Floresta (Saravy et al., 2003). Em Machadinho d’Oeste (RO), foram registrados 10 indivíduos, com diâmetro maior ou igual a 10 cm, em 1 ha de floresta ombrófila densa (Vieira et al., 2002).
Referências:
  1. Saravy, F.P., Freitas, P.J.D.E., Lage, A., Leite, S.J., Filgueiras, L., Sousa, M.P., 2003. Síndrome de dispersão em estratos arbóreos em um fragmento de Floresta Ombrófila Aberta e Densa em Alta Floresta – MT. Rev. do Programa Ciências Agro-Ambientais 2, 1–12.
  2. Vieira, A.H., Martins, E.P., Silveira, A.L.P. da, Pequeno, P.L. de L., Locatelli, M., 2002. Fitossociologia de um Fragmento florestal na região de Machadinho d’Oeste, RO. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 9. Embrapa CPAF, Porto Velho, 16 p.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Fenologia: perenifolia
Longevidade: perennial
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta de Terra-Firme
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Árvores de 20-38 m de altura, ocorrendo em floresta de terra firme na Amazônia (Pereira et al., 2016; Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).
Referências:
  1. Aspidosperma in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB33614>. Acesso em: 23 Nov. 2018
  2. Pereira, A.S. de S., Simões, A.O., Santos, J.U.M. dos, 2016. Taxonomy of Aspidosperma Mart. (Apocynaceae, Rauvolfioideae) in the State of Pará, Northern Brazil. Biota Neotrop. 16, e20150080.

Ameaças (8):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat,mature individuals past,present,future regional very high
Com uma alta densidade demográfica (41 hab./ha), na zona Norte de Manaus o crescimento populacional tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a mesma vem sofrendo. A construção de conjuntos habitacionais pelo poder público e privado é um dos principais responsáveis pelo desmatamento verificado nos últimos 18 anos (Nogueira et al., 2007).
Referências:
  1. Nogueira, A.C.F., Sanson, F., Pessoa, K., 2007. A expansão urbana e demográfica da cidade de Manaus e seus impactos ambientais. Anais do Xlll Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, INPE p.5427-5434.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1 Annual & perennial non-timber crops habitat,mature individuals past,present,future national very high
A produção de soja é uma das principais forças econômicas que impulsionam a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira (Vera-Diaz et al., 2008). Um conjunto de fatores que influenciou o mercado nacional e internacional, por meio de um processo de globalização, combinado com a crescente demanda por soja, baixos preços das terras e melhor infraestrutura de transporte do sudeste da Amazônia levou grandes empresas de soja a investir em instalações de armazenamento e processamento na região e, consequentemente, acelerou a taxa na qual a agricultura está substituindo as florestas nativas (Nepstad et al., 2006; Vera-Diaz et al., 2008). Segundo Fearnside (2001), a soja é muito mais prejudicial do que outras culturas, porque justifica projetos de infraestrutura de transporte maciço que desencadeia outros eventos que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além do que já é diretamente usado para o seu cultivo.
Referências:
  1. Fearnside, P.M., 2001. Soybean cultivation as a threat to the environment in Brazil. Environ. Conserv. 28, 23–38.
  2. Vera-Diaz, M. del C., Kaufmann, R.K., Nepstad, D.C., Schlesinger, P., 2008. An interdisciplinary model of soybean yield in the Amazon Basin: the climatic, edaphic, and economic determinants. Ecol. Econ. 65, 420–431.
  3. Nepstad, D.C., Stickler, C.M., Almeida, O.T., 2006. Globalization of the Amazon soy and beef industries: opportunities for conservation. Conserv. Biol. 20, 1595–1603.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching habitat,mature individuals past,present,future national very high
A floresta amazônica perdeu 17% de sua cobertura florestal original, 4,7% somente entre 2000 e 2013, principalmente devido à atividades oriundas da agroindústria, pecuária extensiva, infraestrutura rodoviárias e hidrelétricas, mineração e exploração madeireira (Charity et al., 2016). O aumento do desmatamento entre 2002-2004 foi, principalmente, resultado do crescimento do rebanho bovino, que cresceu 11% ao ano de 1997 até o nível de 33 milhões em 2004, incluindo apenas aqueles municípios da Amazônia com florestas de dossel fechado compreendendo pelo menos 50% de sua vegetação nativa. A indústria pecuária da Amazônia, responsável por mais de dois terços do desmatamento anual, esteve temporariamente fora do mercado internacional devido a presença de febre aftosa na região. Talvez a mudança mais importante que fortaleceu o papel dos mercados na promoção da expansão da indústria pecuária na Amazônia foi o status de livre de febre aftosa conferido a uma grande região florestal (1,5 milhão de km²) no sul da Amazônia (Nepstad et al., 2006).
Referências:
  1. Charity, S., Dudley, N., Oliveira, D. and Stolton, S. (editors), 2016. Living Amazon Report 2016: A regional approach to conservation in the Amazon. WWF Living Amazon Initiative, Brasília and Quito.
  2. Nepstad, D.C., Stickler, C.M., Almeida, O.T., 2006. Globalization of the Amazon soy and beef industries: opportunities for conservation. Conserv. Biol. 20, 1595–1603.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 3.2 Mining & quarrying habitat,mature individuals past,present,future national very high
A mineração representou 9% do desmatamento na floresta amazônica entre 2005 e 2015. Contudo, os impactos da atividade de mineração podem se estender até 70 km além dos limites de concessão da mina, aumentando significativamente a taxa de desmatamento por meio do estabelecimento de infraestrutura (para mineração e transporte) e expansão urbana (Sonter et al., 2017). De acordo com Veiga e Hinton (2002), as atividades de mineração artesanal também têm gerado um legado de extensa degradação ambiental, tanto durante as operações quanto após as atividades cessarem, sendo um dos impactos ambientais mais significativos derivado do uso de mercúrio no garimpo de ouro.
Referências:
  1. Sonter, L.J., Herrera, D., Barrett, D.J., Galford, G.L., Moran, C.J., Soares-Filho, B.S., 2017. Mining drives extensive deforestation in the Brazilian Amazon. Nat. Commun. 8, 1–7.
  2. Veiga, M.M., Hinton, J.J., 2002. Abandoned artisanal gold mines in the Brazilian Amazon: a legacy of mercury pollution. Nat. Resour. Forum 26, 15–26.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 4 Transportation & service corridors habitat,mature individuals past,present,future national very high
Pfaff (1999), em estudo econométrico a nível municipal conduzido na Amazônia brasileira entre 1978–1988, indica que as estradas são um importante fator de desmatamento em toda a Amazônia. Pfaff et al. (2007) apontam ainda o impacto severo da abertura de estradas na Amazônia, que leva invariavelmente a mais desmatamento, não só nos municípios e povoados por onde passam, mas também em setores vizinhos, através do efeito de “transbordamento” (spillover effect). Fernside (2015) argumenta que as estradas atuam como impulsionadoras do desmatamento, atraindo trabalhadores migrantes e investimentos para áreas de floresta anteriormente inacessíveis dentro da Amazônia. Segundo o autor, o desmatamento é então estimulado não apenas por estradas que aumentam a lucratividade da agricultura e da pecuária, mas também pelo efeito das estradas (acessibilidade) na especulação de terra e no estabelecimento de posse de terras. As principais estradas são acompanhadas por redes de estradas laterais construídas por madeireiros, mineiros e posseiros. O desmatamento se espalha para fora das rodovias e suas estradas de acesso associadas. As rodovias também fornecem caminhos para a migração de fazendeiros sem terra e outros, gerando assim o desmatamento em áreas adjacentes. As estradas principais estimulam a construção de estradas secundárias que fornecem acesso a regiões distantes da rota principal da rodovia. Um exemplo importante é a reconstrução planejada da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho). Estradas laterais abririam o grande bloco de floresta intacta na parte oeste do estado do Amazonas, que incluía vastas áreas de terras públicas - a categoria mais vulnerável à invasão por grileiros e posseiros (Fernside e Graça, 2006). Além disso, o efeito de borda criado pela presença de uma estrada tem forte influência no uso de água pela floresta (Kunert et al., 2015). A construção de uma estrada induz a mortalidade de árvores na borda da floresta devido a danos mecânicos, alteração do microclima, suscetibilidade ao estresse hídrico de árvores que crescem adjacentes à estrada, o que tem provocado mudanças na composição de espécies arbóreas (clímax são substituídas por secundárias) e aumentado a fragmentação (Kunert et al., 2015).
Referências:
  1. Pfaff, A.S.P., 1999. What drives deforestation in the Brazilian Amazon? Evidence from satellite and socioeconomic data. J. Environ. Econ. Manage. 37, 26–43.
  2. Pfaff, A., Robalino, J., Walker, R., Aldrich, S., Caldas, M., Reis, E., Perz, S., Bohrer, C., Arima, E., Laurance, W., Kirby, K., 2007. Road investments, spatial intensification and deforestation in the Brazilian Amazon. J. Reg. Sci. 47, 109–123.
  3. Fearnside, P.M., 2015. Highway construction as a force in destruction of the Amazon forest. pp. 414-424 In: R. van der Ree, D.J. Smith & C. Grilo (eds.) Handbook of Road Ecology. John Wiley & Sons Publishers, Oxford, UK. 552 pp.
  4. Fearnside, P.M., Graça, P.M.L.D.A., 2006. BR-319: Brazil’s Manaus-Porto Velho Highway and the potential impact of linking the arc of deforestation to Central Amazonia. Environ. Manage. 38, 705–716.
  5. Kunert, N., Aparecido, L.M.T., Higuchi, N., Santos, J. dos, Trumbore, S., 2015. Higher tree transpiration due to road-associated edge effects in a tropical moist lowland forest. Agric. For. Meteorol. 213, 183–192.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present,future national high
A floresta amazônica perdeu 17% de sua cobertura florestal original, 4,7% somente entre 2000 e 2013, principalmente devido à atividades oriundas da agroindústria, pecuária extensiva, infraestrutura rodoviárias e hidrelétricas, mineração e exploração madeireira (Charity et al. 2016). Em 2009 foram extraídos em torno de 14,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora nativa, o equivalente a 3,5 milhões de árvores na Amazônia Legal. Cerca de 47% dessa matéria-prima foi extraída no estado do Pará, 28% no Mato Grosso, 16% em Rondônia e 3% em ambos os estados do Acre e Amazônia (SFB e IMAZON, 2010).
Referências:
  1. Charity, S., Dudley, N., Oliveira, D. and Stolton, S. (editors), 2016. Living Amazon Report 2016: A regional approach to conservation in the Amazon. WWF Living Amazon Initiative, Brasília and Quito.
  2. SFB, IMAZON (Orgs.), 2010. A atividade madeireira na Amazônia brasileira: produção, receita e mercados. Serviço Florestal Brasileiro - SFB, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - Imazon, Belém, 20 p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1 Fire & fire suppression mature individuals,habitat past,present,future national very high
van Marle et al. (2017) mostraram que até 1987, relativamente poucos incêndios ocorreram na Amazônia e que as emissões de fogo aumentaram rapidamente durante os anos 90. Esses autores descobriram que esse padrão corrobora razoavelmente bem com os conjuntos de dados de perda florestal disponíveis, indicando que embora incêndios naturais possam ocorrer na Amazônia ocasionalmente, as atuais taxas de desmatamento e degradação, ampliadas desde os anos 90, foram a principal causa de aumento na frequência / intensidade dos incêndios nessa região. Silva-Junior et al. (2018) mostraram que a suscetibilidade da paisagem aos incêndios florestais aumenta no início do processo de desmatamento. Em geral, seus resultados reforçam a necessidade de garantir baixos níveis de fragmentação na Amazônia brasileira, a fim de evitar a degradação de suas florestas pelo fogo e as emissões de carbono relacionadas. A redução do passivo florestal decorrente da última modificação do Código Florestal aumenta a probabilidade de ocorrência de degradação florestal pelo fogo, uma vez que permite a existência de áreas com menos de 80% de cobertura florestal, contribuindo para a manutenção de altos níveis de fragmentação. Os mesmo autores preveem que a degradação florestal por fogo continuará a aumentar na região, especialmente à luz do relaxamento da lei ambiental mencionada e seus efeitos sinérgicos com mudanças climáticas em curso. Tudo isso pode afetar os esforços para reduzir as emissões do desmatamento e da degradação florestal (REDD). Esses autores indicam que ações para prevenir e gerenciar incêndios florestais são necessárias, principalmente para as propriedades onde existem passivos florestais que são compensados ​​em outras regiões.
Referências:
  1. van Marle, M.J.E., Field, R.D., van der Werf, G.R., Estrada de Wagt, I.A., Houghton, R.A., Rizzo, L. V., Artaxo, P., Tsigaridis, K., 2017. Fire and deforestation dynamics in Amazonia (1973–2014). Global Biogeochem. Cycles 31, 24–38.
  2. Silva-Junior, C.H.L., Aragão, L.E.O.C., Fonseca, M.G., Almeida, C.T., Vedovato, L.B., Anderson, L.O., 2018. Deforestation-induced fragmentation increases forest fire occurrence in Central Brazilian Amazonia. Forests 9, 305.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 7.2 Dams & water management/use habitat,mature individuals past,present,future national very high
O planejamento atual para o estabelecimento e expansão de hidroelétricas na bacia amazônica ainda precisa de uma avaliação adequada sobre escala regional dos impactos ecológicos, particularmente problemática dado o vínculo íntimo entre a planície de inundação amazônica e os Andes, uma das zonas mais ricas em espécies do planeta.Considerando dados sobre as barragens existentes e planejadas, junto com dados sobre estradas e linhas de transmissão, Finer e Jenkins (2012) estimaram os impactos relativos de todas as barragens planejadas para serem impleemntadas entre essas duas regiões. Eles mapearam planos para 151 novas barragens superiores a 2 MW nos próximos 20 anos, aumento de 300%. Essas represas incluiriam cinco dos seis principais afluentes andinos da Amazônia. Os mesmos autores classificaram 47% das novas barragens potenciais como de alto impacto, e apenas 19% como de baixo impacto. Sessenta por cento das barragens causariam a primeira grande ruptura na conectividade entre as cabeceiras protegidas dos Andes e as terras baixas da Amazônia. Mais de 80% promoveriam desmatamento direto para a implementação de novas estradas, linhas de transmissão ou área de inundação (Finer e Jenkins, 2012). De acordo com Fernside (2016), o Brasil tinha, até Maio de 2015, 15 barragens “grandes” (definidas no Brasil como barragens que possuiam > 30 MW de capacidade instalada) instaladas na região da Amazônia Legal com reservatórios preenchidos. Outras 37 “grandes” barragens estão planejadas para serem construídas ou em construção, incluindo 13 barragens ainda não preenchidas que foram incluídas no Plano de Expansão de Energia do Brasil 2012-2021 (Brasil et al., 2012). A retração econômica do Brasil desde a publicação do referido plano resultou no alongamento dos horizontes de tempo para vários desses 62 projetos, mas o plano 2014-2023 ainda prevê a construção/ estabelecimento de 18 represas na bacia amazônica em seu plano para os próximos 10 anos (Brasil et al., 2014).
Referências:
  1. Finer, M., Jenkins, C.N., 2012. Proliferation of hydroelectric dams in the Andean Amazon and implications for Andes-Amazon connectivity. PLoS One 7, e35126.
  2. Fearnside, P.M., 2016. Environmental and social impacts of hydroelectric dams in Brazilian Amazonia: implications for the aluminum industry. World Dev. 77, 48–65.
  3. Brasil, Ministério das Minas e Energia - MME, Empresa de Pesquisa Energética - EPE, 2012. Plano Decenal de Expansão de Energia 2021. Ministério de Minas e Energia; Empresa de Pesquisa Energética, Brasília, 387 p.
  4. Brasil, Ministério das Minas e Energia - MME, Empresa de Pesquisa Energética - EPE, 2014. Plano Decenal de Expansão de Energia 2023. Ministério de Minas e Energia; Empresa de Pesquisa Energética, Brasília, 380 p.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie foi registrada no Parque Estadual do Cristalino (Projeto Flora Cristalino 432).

Ações de conservação (2):

Uso Proveniência Recurso
6. Other chemicals natural sap
As espécies do gênero Aspidosperma apresentam uma variedade de compostos, dentre eles os alcaloides, os quais têm sido reportados para esta espécie (Gilbert et al., 1963). A espécie também têm sido utilizada na medicina popular (Pereira et al., 2011; Storey e Salem, 1997).
Referências:
  1. Gilbert, B., Brissolese, J.A., Finch, N., Taylor, W.I., Budzikiewicz, H., Wilson, J.M., Djerassi, C., 1963. Mass spectrometry in structural and stereochemical problems. XX. Carapanaubine, a new alkaloid from Aspidosperma carapanauba and some observations on mass spectra of oxindole alkaloids. J. Am. Chem. Soc. 85, 1523–1528.
  2. Storey, C., Salem, J.I., 1997. Lay use of amazonian plants for the treatment of tuberculosis. Acta Amaz. 27, 175–182.
  3. Pereira, L.A., Sobrinho, F. de A.P., Costa Neto, S.V., 2011. Florística e estrutura de uma mata de terra firme na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Iratapuru, Amapá, Amazônia Oriental, Brasil. Floresta 41, 113–122.
Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
É uma espécie cuja madeira é explorada para exportação (Reis, 2015).
Referências:
  1. Reis, A.R.S., 2015. Anatomia da madeira de quatro espécies de Aspidosperma Mart. & Zucc. comercializadas no estado do Pará, Brasil. Brazilian J. Wood Sci. 6, 47–62.