APIACEAE

Apium prostratum Labill.

Como citar:

Pablo Viany Prieto; Tainan Messina. 2012. Apium prostratum (APIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

57.246,209 Km2

AOO:

28,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Espécie originária da América do Sul, mas que também ocorre na Austrália e Nova Zelândia. No Brasil, ocorre nos Estados deSão Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Corrêa; Pirani, 2005; CNCFlora, 2011).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Pablo Viany Prieto
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

Espécie reavaliada após divergências em relação a sua distribuição e, atualmente, considerada como "Naturalizada". Apesar da pequena AOO, apresenta grande EOO (52.445 km²) nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ocorre em habitats litorâneos, principalmente nas Restingas, e enfrenta ameaças resultante da expansão urbana e turística.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Nome popular: "aipo-do-rio-grande" (Corrêa; Pirani, 2005).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: ​A espécie possui propriedades medicinais (Corrêa; Pirani, 2005).

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica, Pampa (Campos Sulinos)
Fitofisionomia: Restingas e campos úmidos na base de rochedos no litoral (Corrêa; Pirani, 2005).
Habitats: 4.6 Subtropical/Tropical Seasonally Wet/Flooded Lowland, 17 Other
Detalhes: Erva prostrada, perene, que habita restingas e áreas úmidas litorâneas. Fértil durante o ano todo (Corrêa; Pirani, 2005).

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced) high
O ecossistema Restinga está seriamenteameaçado ao longo de toda a costa brasileira, devido à forte pressão antrópicacausada pela pecuária, agricultura, desenvolvimento urbano, e turismo. Apenaspoucas áreas deste ecossistema estão protegidas (precariamente), e açõesurgentes são necessárias a fim de assegurar a conservação desse importanteecossistema (Delprete, 2000). A área total de Campos no sul do Brasil era 18 milhões de ha, ao passo que em 1996 a área estava em 13,7 milhões de ha (i.e. 23,7% da área total dessa região), sendo 10,5 milhões ha no Rio Grande do Sul (área total: 28,2 milhões ha), 1,8 milhão ha em Santa Catarina (área total: 9,6 milhões ha) e 1,4 milhão ha no Paraná (área total: 20 milhões ha). Um decréscimo de 25% da área total dos campos naturais ocorreu nos últimos 30 anos devido a uma forte expansão das atividades agrícolas. Houve um aumento significativo na produção de milho, soja e trigo, o que se deu às custas dos campos naturais, além da produção de arroz. Atualmente os três Estados da região Sul do Brasil produzem 60% do arroz no Brasil. O cultivo de árvores exóticas tem recebido muitos incentivos, tanto das indústrias privadas quanto do governo, para a produção de celulose principalmente. Apesar da alta produtividade e potencial forrageiro de muitas espécies nativas, elas não são exploradas comercialmente e as pastagens cultivadas são produzidas principalmente com espécies exóticas. Outra forte ameaça é o sobrepastejo, que possui conseqüências negativas para a cobertura do solo, facilitando a degradação em regiões com condições de solos vulneráveis, acelerando o processo de erosão. Apenas 453 km² dos Campos Sulinos estão protegidos em Unidades de Conservação de proteção integral, o que equivale a menos de 0,5% da área total desta formação vegetal. A maior parte deste percentual está nos mosaicos de Campos e floresta com Araucária, nos Parques Nacionais dos Aparados da Serra, da Serra Geral e de São Joaquim (norte do RS e SC) (Overbeck et al., 2009).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1.4 Livestock
Particularmente nos campos do Planalto Sul-Brasileiro, áreas que antes eram utilizadas com a pecuária foram transformadas em plantações de Pinus sp. de grandes extensões, essas densas monoculturas não permitem o crescimento de plantas no sub-bosque, o que agrava significativamente os danos causados por esta atividade. Na região sul do Rio Grande do Sul também há a pressão exercida pelo plantio de Eucalyptus sp., também levando à perda de espécies campestres. A intensificação dos sistemas de produção pecuária tem levado ao aumento na área de pastagens cultivadas (Overbeck et al., 2009).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat) high
Particularmente nos campos do Planalto Sul-Brasileiro, áreas que antes eram utilizadas com a pecuária foram transformadas em plantações de Pinus sp. de grandes extensões, essas densas monoculturas não permitem o crescimento de plantas no sub-bosque, o que agrava significativamente os danos causados por esta atividade. Na região sul do Rio Grande do Sul também há a pressão exercida pelo plantio de Eucalyptus sp., também levando à perda de espécies campestres. A intensificação dos sistemas de produção pecuária tem levado ao aumento na área de pastagens cultivadas (Overbeck et al., 2009).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1.2 Wood plantation high
Particularmente nos campos do Planalto Sul-Brasileiro, áreas que antes eram utilizadas com a pecuária foram transformadas em plantações de Pinus sp. de grandes extensões, essas densas monoculturas não permitem o crescimento de plantas no sub-bosque, o que agrava significativamente os danos causados por esta atividade. Na região sul do Rio Grande do Sul também há a pressão exercida pelo plantio de Eucalyptus sp., também levando à perda de espécies campestres. A intensificação dos sistemas de produção pecuária tem levado ao aumento na área de pastagens cultivadas (Overbeck et al., 2009).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
AMata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área (Myers et al., 2000 apud. Tabarelli et al., 2005) e tem menos de 100.000 km² de vegetação remanesce.Algumas áreas de endemismo, agora possuem menos de 5% de sua floresta original(Galindo-Leal; Câmara, 2003 apud. Tabarelli et al., 2005). Dez porcento da cobertura florestal remanescentefoi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis emvigilância e proteção (A. Amarante, dados não publicados apud. Tabarelli et al., 2005). Antes cobrindo áreasenormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos defragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si (Gascon etal., 2000 apud. Tabarelli et al., 2005). As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criaçãode gado e exploração de madeira exportada para a Europa) no século XVI(Coimbra-Filho; Câmara, 1996 apud. Tabarelli et al., 2005). Dean (1996 apud. Tabarelli et al., 2005) identificou as causas imediatasda perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populaçõeshumanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano(pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiroaceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola(açúcar, café e soja) (Galindo-Leal et al., 2003 apud. Tabarelli et al., 2005; Young, 2003 apud. Tabarelli et al., 2005). A derrubada deflorestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km2 deflorestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia) (SOSMata Atlântica & INPE, 2001 apud. Tabarelli et al., 2005; Hirota, 2003 apud. Tabarelli et al., 2005). Em adição à incessante perda dehábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração delenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais einvasão por espécies exóticas (Galetti; Fernandez, 1998 apud. Tabarelli et al., 2005; Tabarelli et al.,2004 apud. Tabarelli et al., 2005).

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Presente na Lista de espécies da flora ameaçada de extinção do Rio Grande do Sul na categoria "Em perigo" (EN) (CONSEMA-RS, 2002).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Bioativo
​A espécie é utilizada na cura de ferimentos causados por arma de fogo e no combate à moléstias da pele (Corrêa; Pirani, 2005).