Annonaceae

Annona salzmannii A.DC.

Como citar:

Eduardo Fernandez; Patricia da Rosa. 2019. Annona salzmannii (Annonaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

691.278,097 Km2

AOO:

376,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Rocha, 2018), com ocorrência nos estados: Alagoas (Chagas-Mota 10018), Bahia (Lobão 751), Espírito Santo (Pereira, et al. 5188), Paraíba (Barbosa 1414), Pernambuco (Guedes 2453), Rio Grande do Norte (Wayt Thomas 16063), Sergipe (Matos 141). Segundo a Flora do Brasil 2020, a espécie não ocorre em Alagoas e Rio Grande do Norte.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Patricia da Rosa
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 15 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida por pinaíba e araticum , foi coletada em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) e Restinga associadas a Mata Atlântica e ao Cerrado nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Apresenta distribuição ampla, EOO=575401 km², diversos registros depositados em coleções biológicas, inclusive com coletas realizadas recentemente (2017), e ocorrência confirmada em Unidades de Conservação de proteção integral. A espécie ocorre em múltiplas fitofisionomias e em distintos domínios fitogeográficos, de forma ocasional na maior parte das localidades em que foi registrada. árvore têm potencial comercial. A fruta comestível é apreciada em sua variedade nativa, mas infelizmente a árvore é rara em sua faixa nativa e não é cultivada (Tropical Plants Database, 2018). A madeira é usada apenas para combustível e para fazer carvão (Tropical Plants Database, 2018). Entretanto, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua existência na natureza. Assim, A. salzmannii foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) e conservação (Plano de Manejo sustentável) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza.

Último avistamento: 2017
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido
Razão para reavaliação? New information
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada como "Menos preocupante" (LC) na lista vermelha da IUCN (BGCI e IUCN, 2019). O BP-RLA reavaliou a espécie, mediante novas informações disponibilizadas pelos especialistas e novas avaliações referentes à distribuição.

Houve mudança de categoria: Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Mém. Soc. Phys. Genève v. (1832) 197. Popularmente conhecida como pinaíba e araticum na região nordeste do Brasil (Flora do Brasil 2020, 2018). De acordo com a especialista botânico a espécie: 1 - apresenta uso (madeira, frutos, paisagismo, etc). R: Sim. Fruto comestível que é apreciado em sua variedade nativa. A árvore tem potencial comercial (http://tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Annona+salzmannii). 2 - ocorre em Unidades de Conservação. R: Sim. Parque Nacional da Serra de Itabaiana, RPPN Mata do Crasto, Reseva Florestal da CVRD, REBIO de Una, Estação Ecológica do Pau-brasil, PARNA Serra de Itabaiana, RPPN Mata Estrela. 3 - apresenta registros recentes, entre 2010-2018. R.: Sim. 4 - é uma espécie com distribuição ampla. R: Não. Mata Atlântica. 5 - possui amplitude de habitat. R: Sim. 6 - possui especificidade de habitat. R: Não. 7 - apresenta dados quantitativos sobre o tamanho populacional. R: Não. 8 - em relação a frequência dos indivíduos na população. R: Ocasional. 9 - apresenta ameaças incidentes sobre suas populações. R: Não. (Mario Gomes, com. pess. 23/11/2018).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: A árvore tem potencial comercial. A fruta comestível é apreciada em sua variedade nativa, mas infelizmente a árvore é rara em sua faixa nativa e não é cultivada (Tropical Plants Database, 2018). A madeira é usada apenas para combustível e para fazer carvão (Tropical Plants Database, 2018).

População:

Detalhes: Considerada ocasional. Não apresenta dados quantitativos sobre o tamanho populacional (Jenifer Lopes, com. pess. 07/11/2018).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Restinga
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Vegetação de Restinga
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Árvores de até 15 m de altura, ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020, 2018).
Referências:
  1. Annona in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB117269>. Acesso em: 10 Dez. 2018

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national very high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1 Residential & commercial development habitat past,present,future regional very high
A Restinga é um ambiente naturalmente frágil (Hay et al., 1981), condição que vem sendo agravada pela forte especulação imobiliária, pela extração de areia e turismo predatório, além do avanço da fronteira agrícola, introdução de espécies exóticas e coleta seletiva de espécies vegetais de interesse paisagístico. A pressão exercida por essas atividades resulta em um processo contínuo de degradação, colocando em risco espécies da flora e da fauna (Rocha et al., 2007). Atualmente, a cobertura vegetal original remanescente da Região dos Lagos é menor que 10%(SOS Mata Atlântica, 2018). As Unidades de Conservação até então existentes, não foram suficientes e capazes de deter a forte pressão antrópica sobre os ambientes, especialmente pelas ações ligadas à especulação imobiliária e à indústria do turismo (Carvalho, 2018)
Referências:
  1. Hay, J.D., Henriques, R.P.B., lima, D.M., 1981. Quantitative comparisons of dune and foredune vegetation in restinga ecosystemsin the State of Rio de Janeiro, Brazil. Revista Brasileira de Biologia 41(3): 655-662.
  2. Rocha, C.E.D., Bergallo, H.G., Van Sluys, M., Alves, M.A.S., Jamel, C.E., 2007. The remnants of restinga habitats in the brazilian Atlantic Forest of Rio de Janeiro state, Brazil: Habitat loss and risk of disappearance. Brazilian Journal os Biology 67(2): 263-273
  3. SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. http://mapas.sosma.org.br/ (acesso em 8 de agosto 2018).
  4. Carvalho, A.S.R., Andrade, A.C.S., Sá, C.F.C, Araujo, D.S.D., Tierno, L.R., Fonseca-Kruel, V.S., 2018. Restinga de Massambaba: vegetação, flora, propagação, usos. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, RJ. 288p.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada no Parque Nacional da Serra de Itabaiana, RPPN Mata do Crasto, Reseva Florestal da CVRD, REBIO de Una, Estação Ecológica do Pau-brasil, PARNA Serra de Itabaiana, RPPN Mata Estrela.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como "Menos preocupante" (LC) na lista vermelha da IUCN (BGCI e IUCN, 2019).
Referências:
  1. Botanic Gardens Conservation International (BGCI), IUCN SSC Global Tree Specialist Group, 2019. Annona salzmannii. The IUCN Red List of Threatened Species 2019: e.T143321692A143321694. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2019-1.RLTS.T143321692A143321694.en (Acesso em 17 de setembro de 2019).

Ações de conservação (2):

Uso Proveniência Recurso
1. Food - human natural fruit
A fruta comestível é apreciada em sua variedade nativa, mas infelizmente a árvore é rara em sua faixa nativa e não é cultivada (Tropical Plants Database, 2018).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2018. Ken Fern. http://tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Annona+salzmannii (acesso em 12 de novembro 2018).
Uso Proveniência Recurso
7. Fuel natural stalk
A madeira é usada apenas para combustível e para fazer carvão (Tropical Plants Database, 2018).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2018. Ken Fern. http://tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Annona+salzmannii (acesso em 12 de novembro 2018).