Eduardo Fernandez; Mário Gomes. 2020. Aiouea bracteata (Lauraceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), com ocorrência nos seguintes estados: DISTRITO FEDERAL, município de Brasília; GOIÁS, município de Caiapônia, Niquelândia; MINAS GERAIS, município de São Roque De Minas; SÃO PAULO, município de Agudos e Itirapina. Segundo a Flora do Brasil 2020 a espécie não ocorre no estado do DISTRITO FEDERAL, GOIÁS e MINAS GERAIS.
Arvore de até 12 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). Foi documentada em Floresta Ciliar e/ou de Galeria e Floresta Estacional Semidecidual na transição entre Mata Atântica e Cerrado em cinco municípios distribuidos pelos estados de Goiás, inas Geras, São Paulo e no Distrito Federal. Apresenta distribuição ampla, porém disjunta e específica a fitofisionomias florestais, AOO=32 km², cinco situações de ameaça, considerando-se o grau de ameaça verificado nos municípios em que foi registrada e presença em fitofisionomia severamente fragmentadas. Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária em larga esscala representam as maiores causas de redução dos ecossistemas florestais da Mata Atlântica e do Cerrado. Além disso, pastagens cultivadas ocupam hoje cerca de 26,5% do território e representam o principal uso do solo do Cerrado (Sano et al., 2008). Além dos impactos do gado sobre a vegetação nativa, a atividade pecuária historicamente está associada à queimadas realizadas para renovação da pastagem para o gado (Kolbek e Alves, 2008), as quais muitas vezes fogem de controle e tornam-se grandes incêndios (Verdi et al., 2015). Adicionalmente, a espécie não é coleta em alguns locais desde 1985. Diante desse cenário, portanto, infere-se declínio contínuo em AOO, extensão e qualidade de habitat e no número de situaçõe de ameaça. Assim, A. bracteata foi cosndierada Em Perigo (EN) de extinção. Recomendam-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, garantia de efetividade de UCs) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como Vulnerável (VU) na Portaria MMA 443/2014 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após cinco anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | VU |
Descrita em: Mededeelingen van het Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteit te Utrecht 46: 66. 1938. Caracterizada por apresentar folhas levemente discolores, glabras em ambas as bases, inflorescência cimosa com flores amarelo-pálidas (Baitello, 2003). O formato dos estames e pistilos de A. bracteata indicam uma relação próxima de A. piauhyensis (Kubitzki e Renner, 1982).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat | past,present | national | very high |
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 1.2 Commercial & industrial areas | habitat | past,present | national | very high |
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 2.1.3 Agro-industry farming | habitat | past,present | national | very high |
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
A ocupação do Cerrado pela atividade pecuária se deu a partir da década de 1920, com a indústria de café em plena atividade. Mais tarde, com incentivos do governo federal, a atividade pecuária iniciou o processo de ocupação e conversão do Cerrado em pastagens (Klink e Moreira, 2002, Sano et al., 2008). Desde então, a pecuária passou a ocupar extensas áreas e estabeleceu-se como uma das principais atividades econômicas no país (Sano et al., 2008), recebendo cada vez mais subsídios governamentais, tais como, a criação do Conselho para o Desenvolvimento da Pecuária (Rachid et al., 2013). No início, a pecuária beneficiou-se de gramíneas nativas (Silva et al., 2015) e posteriormente o uso de tecnologias e a introdução de gramíneas exóticas para melhoramento das pastagens contribuíram para o sucesso da atividade no Cerrado (Ratter et al., 1997), sendo a região responsável por 41% do leite e 40% da carne bovina produzida no Brasil (Pereira et al., 2012). As pastagens cultivadas ocupam cerca de 26,5% do território e representam o principal uso do solo do Cerrado (Sano et al., 2008). Além dos impactos do gado sobre a vegetação nativa, a atividade pecuária historicamente está associada à queimadas realizadas para renovação da pastagem para o gado (Kolbek e Alves, 2008, Silva et al., 2015), as quais muitas vezes fogem de controle e tornam-se grandes incêndios (Verdi et al., 2015). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.3 Indirect ecosystem effects | 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming | habitat | past,present | national | very high |
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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O Cerrado e Mata Atlântica sofrem perda e alteração de habitat em decorrência das atividades de mineração desenvolvida em vários estados (Jacobi e Carmo, 2008; Ribeiro et al., 2009; Fernandes et al., 2011, 2014). Tal atividade tem provocados danos ambientais imensuráveis, dentre eles, o maior desastre ambiental após o rompimento de uma das barragens de rejeitos minerais (Escobar, 2015; Neves et al., 2016). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3.2 Intentional use: large scale (species being assessed is the target) [harvest] | habitat | past,present | national | very high |
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity | habitat | past,present,future | national | high |
O fogo apesar de estar associado a vegetação de cerrado, têm efeitos danosos sobre as espécies quando sua origem é antrópica (Verdi et al., 2015). Os incêndios com origem antrópica acontecem com frequência, severidade e intensidade muito maior que no passado (Pivello, 2011) e, diferentemente daqueles deflagrados por raios, têm efeitos danosos sobre as espécies, mesmo aquelas adaptadas ao regime de fogo (Kolbek e Alves, 2008, Mistry, 1998, Pivello, 2011, Verdi et al., 2015). Estes incêndios têm iniciado a partir do uso do fogo na agropecuária, em períodos de festejos locais e feriados, queda de balões ou lapsos com cigarros, por exemplo (Coutinho, 1990, Maurenza et al., 2015, Verdi et al., 2015). Contudo, incêndio criminosos são comuns e, em geral, têm sido realizados como uma forma de protesto em unidades de conservação como, por exemplo, o Parque Nacional da Serra do Cipó (Verdi et al., 2015). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 7.2.11 Dams (size unknown) | habitat,mature individuals | past,present | national | very high |
Uma das causas de desmatamento do Cerrado é a construção de barragens (Marcelino et al., 2015, Roland et al., 2010), com o alagamento grandes áreas. | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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2.3.2 Competition | 8.1.1 Unspecified species | mature individuals | past,present,future | national | very high |
Melinis minutiflora P.Beauv. (Poaceae) é a espécies de gramínea exótica mais problemática na região do Cerrado (Hoffmann et al., 2004). Com a expansão da atividade pecuária, as áreas nativas de Cerrado foram substituídas por pastagens plantadas com gramíneas exóticas (Barbosa et al., 2008, Hoffmann et al., 2004, Pivello et al., 1999, Pivello et al., 1999). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada na Área de Proteção Ambiental do Planalto Central (US) e Área de Proteção Corumbataí (US). |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie foi avaliada como Vulnerável (VU) e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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2.1 Site/area management | needed |
A espécie precisa que sejam garantidos e efetivados os Planos de Manejo das Unidades de Conservação onde ocorre. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |